Vibra Energia sobe mais de 3% no Ibovespa após encerrar parceria com Americanas

A empresa de energia disse que o rompimento de sociedade se dá pelas polêmicas que a varejista tem enfrentado recentemente

Nord Research 25/01/2023 13:30 3 min
Vibra Energia sobe mais de 3% no Ibovespa após encerrar parceria com Americanas

As ações da Vibra Energia (VBBR3) subiram mais de 3% no pregão de terça-feira, 24, após a companhia ter anunciado o fim da parceria com Americanas (AMER3). Os papéis da companhia de energia encerraram em alta de 3,70%.

Contexto

A parceria entre Vibra Energia e Americanas foi acordada em 2021 com a criação da “Vem Conveniência”, joint venture que cuida de lojas de conveniência Local e BR Mania dentro e fora dos postos de combustível.

O negócio opera cerca de 1,3 mil lojas espalhadas pelo país com as bandeiras Local (marca da Americanas) e BR Mania (marca da Vibra), que deverão voltar aos respectivos sócios, segundo fato relevante da Vibra.

Atualmente, ambas as empresas têm participações iguais de 50% no capital social da Vem Conveniência.

Encerramento da parceria

Para o analista de ações da Nord Research, Guilherme Tiglia, o fim da parceria teve como base os recentes acontecimentos envolvendo a Americanas, que entrou na semana passada em processo de recuperação judicial com dívidas de R$ 43 bilhões.

“Acredito que, do ponto de vista da Vibra, o encerramento faça sentido, uma vez que a Americanas não terá mais condições de investir e desenvolver o business do mesmo jeito que a Vibra”, avalia Tiglia.

“Apesar de representar um “passo para trás” na parte de expansão de rede de conveniência, uma vez que uma parceria foi encerrada, a joint venture era pouco representativa se comparada a outras verticais de crescimento da Vibra”, acrescenta.

A expectativa é de que o negócio continue no comando da Vibra ou que a companhia procure outro tipo de parceria.

Americanas se diz "surpresa"

A Americanas disse que recebeu com surpresa a notificação da Vibra Energia encerrando a parceria na Vem Conveniência.

A decisão da Vibra ocorreu "sem que tivesse havido qualquer manifestação anterior ou qualquer comunicação prévia", afirmou a varejista.

Também em fato relevante enviado ao mercado, a Americanas informou que sua administração está avaliando os termos da notificação junto a seus assessores legais para resguardar o interesse da companhia.


Nossa opinião


Ainda vemos a Vibra Energia (VBBR3) como uma empresa competitiva e com ganho de participação de mercado.

O papel faz parte da nossa cobertura com recomendação de Compra na carteira Nord Dividendos, comandada pelo analista Guilherme Tiglia.

Nossa tese de investimento baseia-se (i) na busca pelo ganho de eficiência e novos negócios, (ii) na transição para a economia de baixo carbono; (iii) e no maior foco ao cliente.

No passado, a Vibra era a conhecida BR Distribuidora, mas atualmente vemos como uma empresa que se livrou das amarras da Petrobras e que tem feito diversas ofertas desde então.

Acreditamos que o core business está indo bem de forma geral, com boas margens, sendo as melhores do setor, embora algumas questões pontuais não estejam animando muito.

Além disso, gostamos do caminho que a companhia tem feito para se tornar uma plataforma integrada de energia (um setor perene, que é ótimo para uma estratégia de dividendos).

Por fim, em relação aos dividendos, a empresa não está pagando um dividendo elevado (5,5% considerando os últimos 12 meses, abaixo da média dos últimos 5Y de 7%), mas recentemente a companhia aumentou o seu payout para 40%.

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