Via (VIIA3) em recuperação judicial?

Nesta quinta-feira, 20, os mercados mundiais sobem após sessão conturbada na véspera

Nord Research 20/01/2022 12:25 8 min Atualizado em: 25/01/2022 12:36
Via (VIIA3) em recuperação judicial?

Nord Insider

Olá,

Nesta quinta-feira, 20, os mercados mundiais buscam uma recuperação após dois dias de perdas acentuadas.

Na agenda econômica, destaque para os dados de pedidos de seguro-desemprego semanais nos Estados Unidos e para a divulgação dos balanços corporativos de American Airlines, Netflix e United Airlines.


Ações de varejistas lideram altas do Ibovespa

Os papéis das varejistas foram destaque no pregão de quarta-feira, 19, fechando entre as principais altas na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Americanas subiu +9,90 por cento (33,20 reais) e Magazine Luiza teve ganhos de +7,13 por cento (6,31 reais).

A Via (VIIA3), empresa dona de redes como Casas Bahia e Ponto, não encerrou entre as cinco que mais cresceram, mas valorizou +6,66 por cento (4 reais).

Destacamos, porém, que essas altas ainda não apagam as fortes quedas que essas companhias tiveram no ano.

Para o analista de ações da Nord Research, André Zonaro, o cenário macroeconômico ruim deve continuar afetando as varejistas. As projeções de crescimento do PIB e os juros altos são fatores que seguem pressionando os papéis. Zonaro avalia que o movimento de ontem, 19, é resultado de um dia positivo de forma geral para a Bolsa, que teve alta de +1,26 por cento na sessão.

Via em recuperação judicial?

Rumores de que a Via teria entrado com pedido de recuperação judicial no RJ andam circulando no mercado. Tudo indica que o boato surgiu em meio a preocupações por parte dos clientes da XP Investimentos em relação à provisão trabalhista da Via, que chega a 1,2 bilhão de reais a serem pagos nos próximos anos, conforme mostra o relatório do 3T21.

Sobre esse assunto, o nosso analista comenta que, recentemente, a Via assinou contrato para aquisição da logtech CNT, indo na direção oposta de desinvestimentos para reforço de caixa em um cenário de uma potencial recuperação judicial.

No nosso entendimento, mesmo com as dificuldades impostas pelos resultados fracos no 3T21 e potenciais ajustes contábeis nos balanços, no momento não vemos nenhum indício de que a companhia esteja considerando um pedido de RJ.

Convite especial para você

Na próxima segunda-feira, 24, faremos uma LIVE com os analistas André Zonaro, Victor Bueno e a jornalista Fabiana Panachão sobre as varejistas em 2022 para tirar todas as dúvidas de vocês. A transmissão será no canal da Nord Research no YouTube, a partir das 15 horas.


O fim da negociação de LAME3 e LAME4 na B3

Os papéis da Lojas Americanas (LAME3 e LAME4) não serão mais negociados na B3. A partir da próxima segunda-feira, 24, apenas os papéis da AMER3 — correspondentes à Americanas S.A. — continuarão em circulação.

Conforme o esperado, a reorganização societária unirá as bases acionárias da Americanas. Segundo o Brazil Journal, a combinação vai reduzir a complexidade operacional e tributária das companhias e levar à listagem da holding nos EUA.

Como ficam os acionistas da varejista?

Se você tem LAME3 ou LAME4 em carteira, receberá papéis AMER3 em troca — ou um pagamento em dinheiro. Porém, ressaltamos que essa opção não está mais na mesa. O direito de retirada poderia ter sido exercido até o dia 13 de janeiro.

Caso você não tenha se manifestado ou simplesmente tenha escolhido manter sua posição acionária, vai participar da relação de troca, ou seja, cada 01 ação de LAME3 ou de LAME4 será convertida em 0,188964 papel AMER3.


Fogo no parquinho: a treta entre Pátria e Capitânia pelo fundo imobiliário (FII) PATC11

O caldo azedou em 5 de janeiro, quando a Capitânia Investimentos anunciou a intenção de fazer uma Oferta Pública de Aquisição de Cotas (OPAC) do Pátria Edifícios Corporativos (PATC11). Porém, o pessoal da Capitânia esqueceu de pedir “bença” para o pessoal da Pátria Investments, gestor do fundo imobiliário (FII).

Daqui pra frente é só pra trás. A B3 aprovou a oferta da Capitânia e, logo em seguida, o Pátria se posicionou contrário à oferta.

Em nota, o Pátria negou participação no processo e afirmou que o cotista não tem obrigação de vender suas cotas. “Uma adesão à oferta significa renunciar ao investimento no fundo em um de seus vales históricos de preço, movimento injustificável sob qualquer análise de fundamento imobiliário”, disse em comunicado ao mercado.

Vantagens e desvantagens de se investir em PATC11

Para o analista de fundos imobiliários da Nord Research, Marx Gonçalves, o PACT veio ao mercado com uma proposta bastante clara: adquirir imóveis de elevado padrão construtivo (AA e AAA) e localizados em regiões primárias de São Paulo, como a Vila Olímpia, Faria Lima, Paulista e Chucri Zaidan.

O que acontece é que o Fundo passou por duas principais dificuldades para implementar a sua tese de investimentos. O nosso analista disse que a primeira foi a dificuldade em alocar a totalidade dos recursos captados no IPO em um momento em que a remuneração do caixa estava muito baixa (Selic a +2 por cento), o que acabou gerando desconforto da base de cotistas e até ocasionando uma amortização de parte dos recursos do fundo em março de 2021.

A segunda diz respeito à viabilidade da execução da sua estratégia. Afinal, por ainda ser um fundo com patrimônio pequeno para suas pretensões, o PATC11 acabou se vendo obrigado a adquirir apenas alguns poucos conjuntos desses ativos, gerando implicações importantes para a tese.

(i) Como (geralmente) a venda de poucos conjuntos (varejo) costuma ser feita a condições menos vantajosas para o comprador, o Fundo acabou pagando preços menos atrativos pelos imóveis do que poderia ter sido acordado em uma venda de atacado (muitos conjuntos).

(ii) A posição minoritária nos edifícios do seu portfólio dificulta a implementação da gestão ativa, uma vez que reduz o poder de voz do Fundo em decisões condominiais com foco em redução de custo, por exemplo, ou a implementação de aumentos de aluguel no caso de outros proprietários com problemas financeiros ofertarem seus espaços a condições inferiores às de mercado.

Posto isso, os pontos positivos são que os imóveis são de qualidade e muito bem localizados, já os pontos negativos são a dificuldade de execução da tese e da implementação da gestão ativa tendo participações minoritárias nos edifícios.

Conclusão: o investidor deve vender as cotas na oferta de aquisição do FII Pátria Edifícios?

Nossa visão é que o cotista não deve vender suas cotas. Primeiro, porque o preço de venda previsto na OPAC está um pouco abaixo do preço de negociação da cota de mercado do Fundo neste momento. Sendo assim, para o cotista minoritário que pretende sair do fundo, seria mais vantajoso executar o movimento de venda normalmente no mercado secundário do que participar da OPAC, já que não há prêmio em relação ao preço de tela.

Segundo, pelo fato do fundo estar negociando a um preço muito baixo para a qualidade do seu portfólio. Pensa assim, dificilmente o fundo seria liquidado amanhã a um valor inferior a 65 reais, logo, por que o investidor que gosta do Fundo e já conhecia os seus riscos o venderia a esse preço? Ainda mais se considerarmos que o investidor seguirá recebendo normalmente os rendimentos enquanto aguarda a definição do cenário.

Porém, cabe aqui uma ressalva de que não há qualquer garantia de que tais movimentos se concretizem. Se for esse o caso, o preço da cota de mercado do Fundo pode seguir negociando a valores próximos ao atual, que, mais uma vez, nos parece muito deprimido para a qualidade do portfólio e para a atual realidade do mercado imobiliário.


Relevante agora

Uma revolução silenciosa

Recentemente, a BlackRock Inc., maior gestora de recursos do mundo, atingiu a extraordinária marca de 10 trilhões de dólares de recursos sob gestão. A título de comparação, isso representa aproximadamente 6 PIBs brasileiros.

Desses 10 trilhões de dólares, é curioso ver que 66 por cento são recursos geridos por meio de fundos passivos, principalmente ETFs (Exchange Traded Funds). No nosso entendimento, esse mercado de ETFs tem se tornado cada vez mais popular à medida que vai se provando mais eficiente comparado à gestão ativa nos mercados desenvolvidos, principalmente por conta das taxas de administração e performance.

Olhando para o SPIVA, estudo feito pelo S&P que compara a gestão ativa versus a gestão passiva de investimentos, notamos a ineficiência dos principais fundos em superar os benchmarks. E qual é a relevância disso?

Para Ronaldo Lee, sócio da Nord Research e consultor da Nord Wealth, esse debate é cada vez mais importante dado o aumento da oferta de produtos internacionais nas grandes corretoras, que trazem uma narrativa elegante e sofisticada de exposição internacional, mas camuflam as elevadas taxas de administração e de performance, além da dificuldade dos produtos superarem seus índices de referência.

Conflito de interesse e a estrutura de comissionamento

Não é segredo que nem sempre os produtos oferecidos por bancos e gestoras possuem boa rentabilidade e baixo custo. Como conciliar as melhores recomendações aos clientes com fundos de gestores que sabidamente não pagavam rebates? Ou como recomendar um título do Tesouro Direto que paga um comissionamento ínfimo em comparação a títulos de crédito privado com as mesmas características?

Em 2017, as normas que regem as atividades de consultoria de valores mobiliários começaram a passar por reformulações, criando alicerces para um modelo fiduciário, ou seja, em que o cliente é a única fonte de renda do consultor, já que este não pode receber qualquer remuneração ou benefícios das corretoras, bancos ou gestores.

Na prática, isso garante aos investidores aquilo que a Nord Wealth faz desde o início, que é recomendar produtos que tenham única e exclusivamente o objetivo de atender aos objetivos financeiros individuais de cada cliente.

Nesse sentido, as recomendações dos consultores da Wealth, Renato Breia e Ronaldo Lee, são isentas integralmente dos comissionamentos de produtos para que eles tenham facilidade em unir a melhor alocação para cada cliente, otimização de custos e eficiência dos produtos.


Meme do dia

A gente zoa e tudo, mas é verdade (hehe).

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