Veja qual frigorífico surpreendeu de novo o mercado

Futuros dos EUA recuam antes da ata do Fomc

Nord Research 17/08/2022 12:40 7 min
Veja qual frigorífico surpreendeu de novo o mercado


Nord Insider

Nesta quarta-feira, 17, os mercados em Nova York operam em queda, antes da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve.

Na agenda econômica, destaques para a divulgação do Índice Geral de Preços-10 de agosto e para o fluxo cambial da semana terminada em 12 de agosto. Nos Estados Unidos, além da ata do Fomc, sai o volume de vendas no varejo de julho e acontece o leilão primário de Treasuries de 20 anos.

Principais assuntos de hoje

  • Frigoríficos no 2T22: confira os destaques dessa temporada;
  • Fundos multimercados e uma única estratégia.

Frigoríficos no 2T22: Minerva é destaque de novo; confira os resultados dessa temporada

Os frigoríficos brasileiros com ações negociadas na B3 apresentaram resultados mistos no segundo trimestre de 2022, com destaque para Minerva (BEEF3), que teve um desempenho acima do esperado pelo mercado.

Em nossa opinião, o setor de frigoríficos no Brasil apresenta diferentes exposições em termos de geografia e de proteínas. Assim, os negócios não são perfeitamente comparáveis.

Os números


Em suma, as quatro multinacionais do setor — BRF (BRFS3), JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) — reportaram um crescimento de receita no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, porém BEEF3 apresentou uma evolução maior (aumento de +34 por cento).

Em relação ao EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), principal indicador de caixa operacional, Minerva ficou bem à frente dos seus pares, com alta de aproximadamente +43 por cento na base anual, enquanto JBS avançou +8 por cento. Já Marfrig e BRF, tiveram queda (cerca de -30 por cento ano a ano).

Para o analista da Nord Research, André Zonaro, a Minerva apresentou o melhor resultado no segundo trimestre de 2022 devido à forte demanda global por carne bovina, que aliada à melhora do ciclo do gado no Brasil, impulsionou um sólido crescimento da receita e expansão de margem.

Com o enfraquecimento do ciclo de gado nos EUA, os resultados de JBS e Marfrig foram impactados negativamente, sendo compensados parcialmente por operações brasileiras. Com 20 por cento de market share de carne bovina na América do Sul, a Minerva consegue se diferenciar em relação a seus pares, fator positivo neste momento do ciclo pecuário, enquanto os outros frigoríficos enfrentam um cenário desfavorável.  

No caso da Minerva, outro fator contribuiu para impulsionar os resultados. Além do ciclo pecuário brasileiro, a maior exportação de proteína para a China refletiu positivamente no balanço da companhia.

Segundo o nosso analista, o consumo asiático de carne bovina está maior. O preço médio na exportação da Minerva subiu +34,2 por cento na comparação anual. Parte desse aumento tem a ver com uma mudança de mix de cortes comercializados, mas o preço também aumentou devido à demanda firme da Ásia — China, principalmente.

Ação da BRF cai após balanço

Na última semana, as ações da BRF caíram mais de -10 por cento após a divulgação do balanço do segundo trimestre.

Na nossa visão, o fraco desempenho das operações brasileiras é uma das preocupações dos investidores. A BRF continuou queimando caixa no trimestre e a alavancagem deve seguir elevada, fatores que contribuem para uma série de incertezas em relação à capacidade financeira da empresa.

Os papéis do frigorífico também recuaram por preocupações do ponto de vista estratégico.

Observamos ainda um certo ceticismo em relação ao crescimento futuro e à estratégia adotada para entregar uma melhora em seu balanço. O pessimismo aumentou quando Lorival Luz, CEO global da BRF, descartou uma recuperação das vendas para a Europa no curto prazo.

Minerva surpreende acionistas


Por outro lado, os fortes ganhos para a Minerva surpreenderam mais uma vez os investidores e os papéis da companhia disparam +6 por cento em reação ao balanço do segundo trimestre.


A receita da companhia aumentou +34,7 por cento no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 8,5 bilhões de reais, ante uma expectativa de crescimento em torno de +20 por cento.

O Ebitda alcançou o patamar recorde de 778 milhões de reais no segundo trimestre, alta de +43 por cento na base anual, enquanto o mercado esperava um crescimento de +36 por cento.

A companhia reportou um salto de +263,8 por cento em seu lucro líquido do segundo trimestre, somando 424,7 milhões de reais, contra 116 milhões de reais apurados no mesmo período do ano passado. O mercado esperava alta no lucro de +160 por cento.


Destacamos que Minerva superou as expectativas, tendo alcançado o patamar recorde de EBITDA e expansão de margem. A companhia deve continuar apresentando resultados consistentes e custos mais baixos, favorecida pela virada do ciclo do gado no Brasil. Nesse contexto, reiteramos nossa recomendação de Compra para BEEF3.

Gráfico apresenta performance dos quatro frigoríficos em 2022.
Performance dos quatro frigoríficos em 2022. Fonte: Bloomberg

Fundos multimercados e uma única estratégia


Mesmo com uma série de desafios macroeconômicos e geopolíticos no cenário, os gestores dos fundos multimercados vêm entregando bons retornos. Em 2022, o retorno acumulado é de +10,70 por cento.

Gráfico apresenta média dos multimercados (IHFA) versus CDI – Retorno acumulado (2022) de dez/21 a ago/22.


Na edição de hoje, o especialista em fundos de investimentos Nord Research, Luiz Felippo, explica um pouco sobre essa fabulosa classe.

Indo fundo nos multimercados

Os fundos multimercados macro são muito interessantes. Eles são um modelo bastante adaptativo, pois são capazes de se adaptar a diferentes cenários e momentos.  

Se de fato mudamos de regime global, após anos de ampla fartura e liquidez, os multimercados são a estratégia perfeita para se aproveitar desses deslocamentos macroeconômicos.

É essa flexibilidade de poder ganhar dinheiro em diferentes mercados e com muitos instrumentos (juros, moedas, bolsa, commodities etc.) que torna o produto formidável e tem ajudado muito nos resultados.

Fora isso, trata-se de uma estratégia que se “apoia” no CDI. O objetivo de um multimercado é gerar um retorno acima do CDI, afinal, todo dinheiro que entra nos fundos já é remunerado pelo CDI.

É por isso que, para um gestor multimercado, não há diferença entre juros a +2 por cento, +10 por cento ou +50 por cento, porém para o cotista faz diferença. Um fundo que pretende gerar um retorno de CDI + 5 por cento, com CDI de +2 por cento, pode lhe render +7,1 por cento, enquanto um CDI de +14 por cento lhe gera +19,70 por cento.

O momento não poderia ser melhor para a categoria, mas não é o que vemos nos dados.

Saques dos fundos multimercado

Recentemente, saiu uma reportagem no Valor Econômico, que contou com a minha participação, sobre as perdas de captação dos fundos multimercado.

De acordo com a publicação, em 2022, a fuga de capital dos fundos multimercado somou 75,4 bilhões de reais até 1º de agosto. Em 12 meses, os saques beiram os 100 bilhões de reais.

Em outras palavras, há grandes saídas de dinheiro da classe. A questão então é: por que os multimercados têm saques apesar do bom retorno?

A resposta por trás desse comportamento dos investidores pode estar na competição com fundos de crédito, com papéis de dívida com isenção de imposto de renda e com os próprios títulos bancários.

A performance dos multimercados em 2021 não foi ruim, deram de +115 a +120 por cento do CDI, mas também não foi extraordinária, enquanto os fundos de crédito bons fizeram mais que isso e sem volatilidade aparente para o cotista médio.

Fundos com altos retornos e baixa volatilidade são tudo que um investidor quer.

Porém, acredito que isso vai cobrar seu preço mais à frente. Olhando nos anos à frente, veremos os multimercados gerando ótimos retornos.

E, novamente, veremos influxo de cotistas que, mais uma vez, entrarão após a crista da onda passar.

Invista e diversifique sua carteira

Por natureza, investir é uma atividade contracíclica.

Entendo que para quem tiver paciência, olhando três anos à frente, teremos uma ótima safra para os multimercados.

Eu tenho feito aportes na classe, inclusive por meio do nosso FOF de multimercados, que busca replicar a estratégia do Nord fundos.

Em geral, o FOF (Fundo de Fundos) é uma boa alternativa para aquele investidor que está com pouco dinheiro ou tem dificuldade para montar uma carteira de investimentos, bem como uma gestão profissional.

Adicionalmente, os FOFs permitem acesso de investidores comuns a investimentos também para investidores qualificados (até 20 por cento da alocação). Para quem não tem 1 milhão de reais em patrimônio, é uma forma de acessar.

Em relação à estrutura de custos, é equivalente às taxas de aplicação direta em fundos, logo, o custo final é bastante próximo ao de produtos de características semelhantes.

O FOF também é uma alternativa para quem quer diversificar a carteira com uma única aplicação. Além disso, não é exigido aporte mínimo e você pode aportar qualquer valor.

O multimercado oferece ainda versatilidade, ou seja, se adapta a diferentes ambientes de mercado, diversificação e flexibilidade.

Você está preparado(a) para começar a investir em fundos multimercado? Para isso, acesse o FoF MM FIC FIM CP. O fundo é gerido pela Nord Asset, a gestora de fundos do grupo Nord.

Espero que tenham gostado da leitura.

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