Vale (VALE3): os planos para manter crescimento

Mercados operam estáveis à espera de inflação nos Estados Unidos

Nord Research 10/06/2022 13:35 7 min
Vale (VALE3): os planos para manter crescimento

Nord Insider

Nesta sexta-feira, 10, o pré-mercado de Nova York abre estável à espera do dado de inflação ao consumidor de maio nos Estados Unidos.

Na agenda econômica, saem os dados de vendas no varejo referentes ao mês de abril. Nos Estados Unidos, destaque para a inflação ao consumidor (CPI) e o núcleo do CPI, relativos a maio.

Principais assuntos de hoje:

  • Privatização da Eletrobras é selada;
  • Como a Vale (VALE3) está atuando para manter crescimento;
  • Opções para investir em crédito privado.

Eletrobras é privatizada com oferta de 33,7 bilhões de reais na Bolsa


A privatização da Eletrobras (ELET3; ELET6) é a maior da história do Brasil desde a venda do sistema Telebras pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 1998.

O processo de capitalização da estatal elétrica terminou na quinta-feira, 9, e movimentou cerca de 33,7 bilhões de reais, tornando-se a maior oferta pública de ações do ano até agora.

O preço por ação foi fixado em 42 reais, segundo fontes ligadas à operação, e os papéis começam a ser negociados a partir de segunda-feira, 13 de junho, na B3.


O amanhã em transformação: saiba como a Vale está atuando para manter crescimento

Boa parte do crescimento da Vale (VALE3) depende de a empresa conseguir avançar no licenciamento ambiental de minas. Contudo, apesar de haver diversos projetos no pipeline da Companhia no médio e no longo prazo, o que mais importa para o acionista não são os projetos em si, mas sim o volume de produção e os preços das commodities.

Para 2022, a Vale espera um volume de aproximadamente 330 toneladas (Mt) de minério de ferro, com uma expectativa de médio prazo de crescimento desse volume de +20 por cento (alcançando 400 Mt).

Segundo o analista Henrique Vasconcellos, da carteira O Investidor de Valor, como não há controle sobre o preço das commodities vendidas (minério de ferro, níquel e cobre), é importante que o investidor acompanhe a divulgação dos resultados.

O que deve ser monitorado

Com base na crescente relevância do tema ESG em todo o mundo, a nosso ver, o grande desafio do setor nos próximos anos será conciliar as atividades econômicas com práticas que se enquadram às demandas ESG globais.

Nesse sentido, percebemos a Vale cada vez mais focada em melhorar suas práticas e encontrar formas de participar de cadeias produtivas que terão menor impacto no meio ambiente.

Na visão do nosso analista, o grande driver dessa transformação será a transição energética e a descarbonização. Hoje a indústria siderúrgica é responsável por 9 por cento das emissões de CO2 no planeta. A China, como principal consumidor de minério de ferro, vem buscando soluções para baixar emissões e uma das alternativas é o próprio minério da Vale, que é considerado um dos mais limpos no mercado.

Além do minério de ferro com menores emissões, existe uma tendência secular de crescimento na demanda por outros metais básicos que serão muito importantes para o crescimento da indústria de carros elétricos. Para se produzir carros elétricos, é necessário 6 vezes mais metais que carros a combustão. Entre esses metais, está o níquel (segundo maior produto da Vale).

Não é à toa que, recentemente, a Vale firmou uma parceria com a Tesla (TSLA) para o fornecimento de níquel e que eventualmente pode destravar valor para a companhia com novas (e maiores) parcerias.

Nossa Opinião

Caso a Vale seja bem-sucedida na implementação de novas práticas ambientais alinhadas à tecnologia, podemos estar diante de uma transformação muito importante e que poderá destravar valor para a Companhia no longo prazo.

Diferentemente do petróleo, que reflete uma demanda global, o minério de ferro é uma commodity que tem sua demanda muito ligada à atividade econômica chinesa.

Apesar da flexibilização das restrições contra a Covid-19 no país de Xi Jinping, nosso analista observa que ainda há uma “névoa cinzenta” sobre os rumos da economia chinesa. Mas, como no resto do mundo, devemos observar uma desaceleração (mesmo que entregando crescimento).

Diante de um cenário de desaceleração econômica, mesmo com a commodity podendo se valorizar caso a China pise no acelerador, há outras oportunidades de investimentos que o nosso analista acredita possuir uma maior assimetria entre valor intrínseco e valor de tela do que a Vale.


Juro alto aumenta apetite por ativos de crédito privado


A disparada da inflação causou uma virada rápida na Selic e os juros saíram de +2 por cento ao ano para +12,75 por cento ao ano. Com isso, ativos de renda fixa, que ficaram de escanteio no alto da pandemia, voltaram à cena com retornos graúdos.

Um levantamento feito pelo buscador de investimentos Yubb mostrou que, em maio deste ano, os ativos mais procurados na plataforma foram os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Em seguida, aparecem os títulos públicos negociados no Tesouro Direto e os títulos de renda fixa como as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs).

As oportunidades em títulos de crédito privado, em que o investidor "empresta dinheiro" para uma empresa ou instituição financeira, também são uma boa alternativa.

Para quem ainda não está seguro sobre a escolha dos títulos, é melhor investir por meio dos fundos de investimentos de crédito privado.

Segundo o analista Luiz Felippo, responsável pela carteira Nord Fundos, essas aplicações podem ser interessantes porque oferecem uma carteira de crédito pulverizada (de diversos devedores), oferecendo uma pulverização mais interessante do que ter o capital alocado em um título específico.

O prazo de resgate é uma preocupação para os fundos de crédito?

A seleção dos fundos de investimento envolve a análise dos integrantes das equipes, o tempo da gestora, a experiência dos gestores, entre outros pontos quantitativos e qualitativos.

No entanto, se estamos falando de fundos de crédito, o prazo de resgate é algo que deve ser verificado com atenção.

Nosso analista explica que é comum encontrar  no mercado fundos de crédito privado que possuem prazos de resgate que são “D+0”, “D+1” ou “D+5”. Se o fundo é “D+1”, por exemplo, isso significa que o investidor vai receber o dinheiro em 1 dia útil. O problema é que a liquidez curta pode causar muitos prejuízos à rentabilidade do fundo caso ocorra um alto volume de resgates no período.

Se houver muito saque, o fundo pode ser obrigado a vender as posições a qualquer preço —  e isso consequentemente terá impacto na rentabilidade.

Observamos isso acontecer em 2020, durante os meses da pandemia, por exemplo, quando ocorreu um descasamento entre ativo (carteira) e passivo (cotistas). O temor com o cenário econômico levou a uma onda de resgates no segmento e obrigou os gestores a saírem de suas posições para fazer frente aos pedidos de resgate em fundo.

Para o investidor que entrou pouco antes da pandemia, em dezembro de 2019, o retorno total do investimento tem sido, grosso modo, 104 por cento do CDI após quase 2 anos e meio — tendo ficado abaixo do CDI por dois anos consecutivos.

Gráfico apresenta retorno total médio de fundos de crédito privados high grade versus CDI (%) de dez/19 a abr/22.
Fonte: Economatica e Nord Research

Quando olhamos para fundos de prazos curtos, vemos uma destruição de valor muito grande.

Porém, é claro, o investidor não deve escolher o fundo de crédito pelo prazo de resgate, ainda que seja um ponto importante. Nesse aspecto, a nossa sugestão é apenas para privilegiar fundos com vencimento longo.

Mas além do prazo de resgate, o que olhar?

Em resumo, as mesmas questões que sempre ilustramos anteriormente. Ao escolher fundos de crédito, busque entender quem é o time que está fazendo gestão, há quanto tempo trabalham juntos, como funciona o processo de investimento, como o fundo navegou em tempos de crise. Essas respostas (e muitas outras) são peças-chave para você escolher um bom fundo.

Em caso de dúvida, converse com a gente pelo grupo do Nord Fundos ou pelo e-mail [email protected].


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