Um caso catastrófico, porém previsto!

O que podemos aprender com a criptomoeda que perdeu -99,99 por cento do seu valor e perspectivas para o mercado

Luiz Pedro Andrade de Oliveira 14/05/2022 12:00 5 min
Um caso catastrófico, porém previsto!

Olá, pessoal! Eu sou o Luiz Pedro, responsável pelo Nord Crypto Master, a carteira de criptoativos da Nord.

Se você leu o subtítulo do e-mail, já vou te trazer as respostas para as duas possíveis perguntas que podem ter passado pela sua cabeça :

  • SIM, um criptoativo perdeu -99,99 por cento do seu valor de mercado nesta semana;
  • NÃO, nós não tínhamos ele em carteira (embora muitos analistas do mercado o recomendassem).

E eu não estou falando de uma cripto pequena, daquelas que tem pouco mais de 1 milhão de dólares de valor de mercado. Essas surgem e somem aos montes todos os dias.

Neste caso, foi um evento raro. Eu estou falando de uma cripto que estava entre as dez maiores do mercado e que segunda-feira, dia 9, tinha 21 bilhões de dólares de market cap e, na sexta-feira, dia 13, tinha 6 milhões de dólares de valor teórico. Na prática, o valor é zero.

Sem mais mistério, o nome desta moeda é Terra Luna (LUNA). Hoje eu vou te contar o que aconteceu e a lição que podemos tirar disso como investidores.

Vou começar já pela lição: não existe almoço grátis. Não existe rentabilidade garantida e milagrosa em cripto. Muito menos se envolver moeda lastreada ou pareada com o dólar.

O caso da LUNA prova isso.

Pode ter sido um dos esquemas financeiros mais sofisticados e com maior prejuízo da história. Não vamos nos esquecer disso.

Explicando o caso, a Terra Luna é uma plataforma descentralizada de contratos inteligentes, similar à Ethereum, Solana, Avalanche, entre outras.

Sua principal função era a criação de criptomoedas pareadas a moedas fiduciárias (as chamadas stablecoins), como o dólar. Existem diversas dessa no mercado. A melhor, para mim, é a USDC; ela é lastreada em dólar, ou seja, para cada USDC emitido, a Circle, emissora dessa cripto, deve ter 1 dólar em caixa. Existem diversas outras similares.

Na Terra Luna, não havia a necessidade de um lastro 1 para 1 para criação de moedas pareadas em dólar. Foi criada uma arquitetura diferente para a sua principal stablecoin: a TerraUSD (UST).

Para emitir uma unidade de UST, deve-se trocar o equivalente a 1 dólar em LUNA, moeda da Terra Luna. Uma LUNA estava valendo, no começo da semana, algo próximo a 90 dólares. Ou seja, você conseguia trocar 1 LUNA por 90 UST.

O caminho inverso também era possível, ou seja, trocar UST por LUNA.

As LUNAs trocadas por UST eram tiradas de circulação (queimadas). O mesmo acontecia com os USTs trocados por LUNA.

Aqui já acende uma luz vermelha para um possível problema sistêmico. E se houvesse uma venda muito acelerada de UST? A tendência seria que houvesse uma perda na paridade com o dólar, por parte do UST, e um aumento significativo na disponibilidade de LUNA no mercado, levando a uma oferta muito maior que a demanda e, por consequência, uma possível pressão vendedora proveniente disso.

Porém, havia uma atratividade muito grande no UST: o Anchor Protocol, plataforma de empréstimos criada na Terra Luna, tinha um pool de empréstimo que você recebia 19,4 por cento ao ano em UST. Ou seja, você emprestava o “dólar” e recebia um juros de 19,4 por cento ao ano em dólar. Surreal, certo?

É claro que isso é bom demais pra ser verdade. Mas muita gente não via esse descolamento da realidade, em que é possível emprestar dólar tendo uma rentabilidade 19 vezes maior do que a taxa de juros americana.

Para manter esse sistema, a Luna Foundation Guard (LFG), empresa por trás do desenvolvimento da LUNA, queimava caixa para manter isso. No entanto, era insustentável. A fundação comprou 42 mil bitcoins, além de ter bilhões de dólares em LUNA e em outros criptoativos para manter o lastro do UST e manter a rentabilidade do Anchor Protocol.

Porém, na segunda-feira, dia 9, o “maravilhoso” sistema veio abaixo. Uma liquidação de bilhões em UST derrubou a paridade da moeda. A LFG tentou salvar o lastro, primeiro, emitindo mais LUNA. Diante do fracasso do plano A, o plano B foi vender 12 mil bitcoins, e nem assim foi suficiente.

Isso desencadeou diversos saques de UST, que levaram a moeda “estável” que, antes, valia 1 dólar, como era proposta, a 0,25 centavos de dólar em questão de minutos. Agora, no momento em que escrevo, está em 0,11 centavos de dólar.

Gráfico de UST por Dólar.
Gráfico de UST por Dólar. Fonte: TradingView

Como disse anteriormente, uma liquidação forte de UST geraria um pico de oferta de LUNA no mercado. Com as novas emissões da Luna Foundation Guard, isso se intensificou. Somando tudo isso à perda de credibilidade do projeto, vimos o fim da LUNA acontecer em 5 dias.

Gráfico de LUNA por Dólar.
Gráfico de LUNA por Dólar. Fonte: TradingView

A própria fundação “abandonou” o projeto. Os investidores falaram que não vão intervir e a blockchain da Terra Luna foi paralisada. Realmente, foi o fim de um projeto, que também interferiu em todo o andamento do mercado cripto, catalisando uma queda que já vinha acontecendo por fatores macroeconômicos.

Esta newsletter de hoje é, acima de tudo, um aviso para você, investidor: não confie em promessas de rentabilidades milagrosas.

Faça suas pesquisas, seja crítico e cauteloso com seu suado dinheiro.

Também não tome a parte pelo todo. Esse fato isolado não define o mercado de criptoativos. Existem diversos projetos com bons potenciais para o longo prazo.

Caso queira ter acesso à nossa carteira, deixo aqui o convite. Lá, temos 12 projetos que acreditamos para o longo prazo e temos um contato direto e quase instantâneo com nossos assinantes, os quais conseguimos salvar dessa enrascada da LUNA.

Quero acessar a carteira de cripto

Espero você do outro lado!

Um abraço,

Gostou desta edição ? Clique na nossa enquete abaixo ou responda a este e-mail com o seu feedback!

Tópicos Relacionados

Compartilhar