TOP 10 ações que mais pagaram dividendos em 2021 e block trade da JBS

As bolsas globais operam mistas nesta manhã, com notícias sobre aumento de casos da Ômicron em NY

Nord Research 17/12/2021 12:25 9 min Atualizado em: 17/12/2021 14:00
TOP 10 ações que mais pagaram dividendos em 2021 e block trade da JBS

Nord Insider

Olá,

Nesta sexta-feira, 17, os mercados globais amanhecem sem direção definida em meio às preocupações com a variante Ômicron do coronavírus, que está se espalhando a uma taxa não vista com as cepas anteriores, principalmente em Nova York.

Segundo Jay Varma, consultor de saúde de Nova York, a taxa de casos positivos dobrou em apenas três dias, indicando que a nova cepa está “driblando a imunidade”.

Além disso, os investidores digerem as decisões de política monetária do Federal Reserve, do Banco da Inglaterra e do Banco Central Europeu.

Com a agenda mais fraca de indicadores no local e no exterior, os destaques vão para o vencimento de opções sobre ações na B3. Além disso, nos Estados Unidos, o dia promete ser mais volátil devido ao volume elevado de transações com os vencimentos de quatro mercados ao mesmo tempo: de opções sobre ações, de opções sobre índices de ações, do mercado futuro de ações e do futuro de índices de ações. No jargão do mercado, o evento é chamado de “quadruple witching” ou bruxaria quádrupla.

O maior “block trade” de 2021


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi responsável pelo maior “block trade” de 2021 ao vender um lote de 70 milhões de ações da JBS (JBSS3), o equivalente a 12 por cento da fatia do banco na gigante de proteína.

Com a operação realizada na quinta-feira, 16, o BNDES levantou 2,66 bilhões de reais, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast.

Pelo grande fluxo vendedor, os papéis da JBS fecharam em queda de -1,39 por cento em relação ao último pregão.

A venda das ações da JBS não foi a única desalavancagem do banco…

Neste ano, outras operações foram realizadas pela instituição financeira, com alienações de ações de Vale (VALE3) e Klabin (KLBN4), além de uma venda de debêntures da mineradora.

E qual o motivo das vendas?

A princípio, o BNDES quer reduzir a exposição do banco às oscilações da Bolsa de Valores brasileira, a B3, além de levantar recursos a serem empregados em projetos na área de infraestrutura no país.

Como fica Movida em meio à fusão de Localiza e Unidas?

Os efeitos da compra da Unidas (LCAM3) pela Localiza (RENT3), aprovada na quarta-feira, 15, pelo Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), devem representar vantagens e desvantagens para a Movida (MOVI3), terceiro maior player que passará a ser o segundo após a conclusão da fusão.

Apesar de os termos do acordo firmado entre as empresas e o Cade serem sigilosos, o analista de ações Rafael Ragazi apresenta, a seguir, suas primeiras impressões sobre o que foi veiculado na mídia e os impactos da fusão para a Movida.

Frota de carros

Na parte de frota de carros, o nosso analista destaca que a concentração de mercado irá crescer. Para fins de comparabilidade, as duas maiores companhias possuem, juntas, 455 mil veículos, sendo 273 mil da frota da Localiza e 182 mil da frota da Unidas, mas serão obrigadas a vender 70 mil veículos, enquanto a Movida aparece com 168 mil carros.

A Movida está com planos para alcançar algo entre 260 a 340 mil carros até 2025. Porém, por enquanto, terá que conviver com essa desvantagem no tamanho de frota.

Venda da marca Unidas

Em relação à venda da marca Unidas, será que faz sentido a Movida enviar uma proposta de compra? Não. O Ragazi considera que a empresa possui uma marca consolidada no mercado e comprar Unidas pouco agregaria e provavelmente nem seria permitido pelo Cade.

Entendemos que faz mais sentido a marca Unidas ser adquirida por players menores do setor, como a Brookfield/Ouro Verde ou ainda ser comprada por uma empresa de fora desse segmento, com interesse em aproveitar a oportunidade para começar a atuar com aluguel de carros.  

O fato do Cade ter estabelecido a venda da marca Unidas impede que o novo grupo utilize a marca Unidas como marca de combate, de modo a jogar o preço dos aluguéis de carros lá para baixo, o que pode ser considerado positivo para a Movida. Lá fora, essa prática é adotada pelas grandes empresas do setor.

Lojas a serem vendidas

Além da venda de 70 mil carros das frotas, Localiza e Unidas terão que vender algumas de suas lojas, provavelmente aquelas que estão localizadas em cidades onde só as duas companhias estão presentes e/ou localidades em que o menor competidor tenha baixa presença.

Sob o ponto de vista de comprar um ponto com estrutura montada para começar a operar, pode ser vantajoso para a Movida comprar algumas lojas.

Não realizar novas aquisições

Outra restrição do Cade diz que a nova empresa deve se comprometer a não realizar novas aquisições no mercado RAC por três anos. Para o nosso analista, a decisão é favorável para a Movida, que passará a ser a principal compradora potencial de oportunidades que possam surgir no mercado.

O Ragazi comenta que, recentemente, a Movida sinalizou que está em busca de crescimento inorgânico via aquisições.

Inclusive, na quinta-feira, 16, a Movida anunciou a aquisição da Marbor, uma empresa fundada em Mogi das Cruzes que atua no segmento de gestão e terceirização de frotas (GTF), possui 1,8 mil veículos e mais de 100 clientes. Nos últimos 12 meses (até ago/21), a Marbor entregou uma receita de 26 milhões de reais, um Ebitda de 17 milhões de reais e um lucro de 5 milhões de reais. A aquisição é pequena (perto da frota de 168 mil carros da Movida), mas pagando apenas 3,3x Ebitda, é uma excelente compra.

Montadoras + frota de veículos

Em relação a esse ponto, o Ragazi disse que não é do interesse das montadoras serem dependentes de um comprador. Em vista disso, pode ser que daqui para frente surjam novas oportunidades com condições especiais de compra de veículos para a Movida, o que pode acabar adiantando o crescimento da empresa.

No curto prazo, esperamos um impacto positivo para a Movida como um todo, em função dos pontos mencionados acima. De qualquer maneira, o Ragazi continuará monitorando como ficará o nível de concorrência no setor e compartilhará com exclusividade aos assinantes do Nord 10X.

Rede D’Or recebe autorização para aumentar fatia na Qualicorp

A Rede D’Or (RDOR3) comunicou que recebeu do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a autorização para potencialmente elevar a sua participação na Qualicorp (QUAL3), em cerca de 25 por cento atualmente, via aquisição de ações na bolsa.

E por que isso é importante?

Para começar, o Ragazi é do tipo que prefere ver o dinheiro da empresa sendo investido no core business, ou seja, em aquisição/expansão de hospitais, mas o nosso analista reconhece um racional interessante por trás do pedido de aquisição de ações da Qualicorp pela Rede D’Or.

E qual seria a estratégia?

Basicamente, a decisão estratégica visa gerar novos negócios. Por exemplo, a RDOR pode usar dados e sua expertise para ajudar a Qualicorp no serviço de consultoria a empresas que estão adquirindo um plano de saúde.

Com uma recomendação mais assertiva para as empresas, a fidelização nos planos vendidos tende a ser maior. Além disso, a RDOR deixa de ser somente um custo para as operadoras (apenas levar sinistros) e sobe de patamar, ajudando a levar novos negócios.

As operadoras de planos de saúde também vêm demonstrando interesse em fazer uma "verticalização virtual" em parceria com a empresa. O que isso quer dizer? Planos com a rede fechada de hospitais da RDOR, por meio de pacotes de serviços e preços pré-estabelecidos.

Vale ressaltar que, nesse caso, a RDOR não assumirá os riscos atuariais dos planos de saúde. Qual a vantagem? Se o cliente ultrapassa o limite estabelecido, a empresa cobraria a diferença da operadora normalmente. A ideia é permitir que as operadoras consigam oferecer planos diferenciados para as empresas.

Por último, o Ragazi ressalta que o setor de saúde privada no Brasil está em franca transformação, e a Rede D'Or tem o objetivo de ser protagonista no desenvolvimento de novos modelos de atuação.

Relevante agora

Top 10 ações que mais pagaram dividendos em 2021

Você quer saber quais as melhores empresas pagadoras de dividendos da Bolsa para 2021?

O Guilherme Tiglia, nosso analista de ações responsável pela carteira Nord Dividendos, montou um ranking para você com os maiores yields (valor pago em dividendos). Veja a lista completa abaixo.

Para fazer o ranking, olhamos para o dividend yield, um dos indicadores que permitem medir o desempenho de uma companhia listada na Bolsa, e para os dividendos pagos aos seus acionistas em 2021 até o dia 10 de dezembro:

1. Vale (VALE3);
2. Petrobras (PETR3 e PETR4);
3. Metalúrgica Gerdau S.A. (GOAU4);
4. Copel (CPLE6);
5. CPFL Energia (CPFE3);
6. Braskem (BRKM5);
7. Qualicorp (QUAL3);
8. Minerva (BEEF3);
9. Taesa (TAEE11);
10. Gerdau (GGBR4).

Quanto ganhou quem investiu 1 mil reais?

O investidor que aplicou 1 mil reais em cada um desses papéis (10 mil reais ao todo) recebeu um total de 1.532,70 reais em 2021 (+15,33 por cento em dividendos) e um retorno total de 2.188,10 reais, além da valorização das ações ao longo do ano.

Como identificar as ações que pagam dividendos?

Em relação ao que deve ser levado em consideração ao escolher uma empresa com o objetivo de ter acesso a bons dividendos, o nosso analista diz que o histórico de dividendos pode ser um bom filtro para ver se vale a pena ou não começar a analisar a empresa, mas não é suficiente.

Nesse caso, o Guilherme destaca que uma empresa boa pagadora de dividendos precisa ser capaz de gerar fluxos de caixas recorrentemente acima da necessidade de reinvestimento no negócio, pois dessa forma há bastante espaço para o pagamento de dividendos de forma saudável, isto é, que não prejudicará a saúde financeira da empresa.

Além disso, é importante também avaliar se o endividamento da empresa é condizente com o risco operacional e com a previsibilidade do fluxo de caixa e se o payout (Proventos Distribuídos/Lucro Líquido) é estruturalmente menor que 100 por cento, pois se for maior a empresa não conseguirá manter a distribuição de dividendos nos mesmos níveis no longo prazo.

Entendendo essas questões, acreditamos que é possível ter uma noção se os dividendos que a empresa paga são sustentáveis a longo prazo.

Se você quer investir bem em boas pagadoras de dividendos em 2022, o Guilherme montou uma carteira recomendada para você. Acesse aqui.

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