TASA4: barata demais para ignorar

Pré-mercado de Nova York opera em queda nesta manhã antes da 'Bruxaria Quádrupla'

Nord Research 18/03/2022 12:40 11 min
TASA4: barata demais para ignorar

Nord Insider

Olá, investidor.

Nesta sexta-feira, 18, o pré-mercado de Nova York opera em queda após rali de três dias. A cautela dos investidores é reforçada pela “quadruple witching” ou bruxaria quádrupla nos EUA, com vencimentos de opções e futuros sobre ações e índices avaliados em US$3,5 trilhões, segundo o Goldman Sachs.

Na agenda econômica, destaques para a divulgação da Pnad Contínua de janeiro, com a taxa de desemprego, e para a segunda prévia de março do IGP-M.

Principais assuntos de hoje:

  • “Prévia do PIB” vem pior do que o esperado;
  • Entenda a valorização do dólar americano;
  • É um bom momento para investir nos EUA?;
  • Recomendação de compra: TASA4;
  • A história da Nestlé.

IBC-Br de janeiro indica ano difícil


O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu -0,99 por cento em janeiro em relação a dezembro do ano passado (consenso: -0,17 por cento). O indicador é considerado a “prévia do PIB” porque reflete o resultado de três setores pesquisados pelo IBGE: indústria, serviços e comércio.

De acordo com o analista de renda fixa, Christopher Galvão, o resultado confirmou o início de ano de atividade mais fraca no país, com queda da produção industrial, do varejo ampliado e do setor de serviços. No acumulado em 12 meses, o indicador registrou um avanço de +4,73 por cento.

Gráfico: IBC-Br (mensal) – jan/21 a jan/22.

Entenda o movimento que desafia apostas de queda do dólar

Em 2001, os economistas do Banco Morgan Stanley consagraram o termo “The Dollar Smile” (“sorriso do dólar”, em português) no mercado financeiro.

Basicamente, eles viram que três cenários aconteciam nos Estados Unidos, como explica o analista Leonardo Sousa, da série Nord Deep Value:

#1. Forte crescimento (dólar forte): as moedas também seguem o crescimento econômico dos países. Se os Estados Unidos crescem mais do que as outras regiões, eles acabam atraindo mais capital.

Assim, sua moeda é fortalecida com novos investimentos para aproveitar o mercado aquecido, como ações listadas em bolsa.

#2. Crescimento moderado (dólar fraco): o pior cenário possível para o dólar americano acontece quando o país cresce pouco, levando a uma “fuga” de capital para economias e mercados mais dinâmicos, como os emergentes.

Se outras regiões crescem relativamente mais do que os Estados Unidos, o dólar tende a ficar mais fraco.

#3. Crise Global (dólar forte): uma forte recessão americana pode impactar negativamente as outras economias do mundo.

Além disso, empresas americanas podem ser forçadas a repatriar recursos para pagar compromissos em suas matrizes.

Crises globais, como a guerra que estamos acompanhando entre Rússia e Ucrânia, também forçam investidores a buscar portos-seguros ao redor do mundo, o que tende a favorecer o dólar.

Assim, quando as coisas estão muito boas para os Estados Unidos ou muito mal para o mundo, o dólar sobe. Quando estão mais ou menos, o dólar cai. O gráfico a seguir mostra essa relação:

Fonte: Dahlia Capital

Conclusão

Na visão do nosso analista, a conclusão é que um dos fatores, mas não o único, que afeta o dólar no Brasil é o que acontece com o dólar no mundo e, principalmente, nos EUA.

A crise de 2020 levou o dólar para o lado esquerdo da curva, o que tem se normalizado nos últimos dois anos.

Mas com a guerra nos últimos meses, esse movimento voltou a acontecer... e o dólar voltou a se fortalecer! No Brasil, não temos sentido esse movimento por enquanto devido à alta das commodities e à atração de capital estrangeiro para empresas mais “defensivas”.

Podemos visualizar esse movimento pelo DXY — índice que compara a moeda norte americana com uma cesta de moedas de países desenvolvidos.

Gráfico: DXY.
Fonte: Bloomberg

O que mais é importante saber?


Bolsas americanas em queda: oportunidade de compra?

O índice S&P500 da Bolsa americana cai mais de -8,02 por cento e o Nasdaq cai -14,44 por cento em 2022. E a dúvida que surge é: devo comprar agora?

Diante de incertezas sobre o desdobramento da crise na Ucrânia e uma inflação galopante nos Estados Unidos, Renato Breia, sócio-fundador da Nord Research e consultor CFP® da Nord Wealth, tem conversado com os assinantes se é a hora de comprar ações americanas ou se seria melhor esperar.

Em primeiro lugar, sempre falamos em investir na Bolsa americana, e uma das possibilidades é por meio de ETFs que replicam índices do mercado americano, como o IVVB11.

Por outro lado, a grande exposição das Bolsas americanas ao setor de tecnologia, que hoje representa mais de 33 por cento dos índices, vem sendo um problema em 2022, já que os investidores estão saindo de setores mais sensíveis ao aumento de juros e comprando setores que se beneficiam, como bancos e commodities.

O início do ciclo de aperto monetário

Lá fora, pela primeira vez desde 2018, o Fed elevou a taxa de juros em 25 pontos percentuais, passando para o intervalo entre 0,25 por cento e 0,50 por cento.

O Fed também indicou que as taxas de juros devem atingir um intervalo entre 1,75 por cento e 2 por cento até o final deste ano, o que significaria um aumento de 25 pontos percentuais a cada reunião restante de 2022.

Esse movimento também já era aguardado pelo mercado e até mesmo visto como tardio para alguns economistas, além disso, revela uma estratégia já consolidada pelo FED, ao longo do tempo, de soft-landing (“pouso suave”, em português).

Essa estratégia nada mais é do que uma tentativa das autoridades monetárias de suavizar os ciclos econômicos.

Contudo, na visão do nosso analista, um discurso ou movimento mais incisivo do Fed ou indicadores de inflação piores devem continuar pressionando os mercados e trazendo bastante volatilidade para os ativos de risco, principalmente ativos de crescimento.

Dessa forma, entendemos que é um momento de maior cautela com os ativos internacionais e boa oportunidade para montar ou elevar posições de maneira gradual conforme as oportunidades aparecem.

Além disso, se você considera que possui baixa diversificação internacional e quer usar esses momentos de fraqueza para aumentar a sua posição, a equipe do Nord Wealth pode te ajudar. Acesse e saiba mais.


Relevante agora

Taurus Armas 4T21: Resultado forte e mudando de patamar

A Taurus Armas (TASA4) divulgou seu balanço do 4º trimestre de 2021 (4T21) no dia 15 de março, após o fechamento do mercado, e apresentou resultados positivos, dando continuidade ao forte desempenho do trimestre anterior.

Na comparação com o 4T20, a receita teve alta de +39 por cento, o Ebitda +90 por cento e o lucro uma queda de -26 por cento devido a efeitos não recorrentes (detalhamos abaixo).

Já no acumulado do ano, a receita cresceu +47 por cento, o Ebitda +110 por cento e o lucro +141 por cento.

Avanço na produção total de armas

Em 2021, a Taurus atingiu a marca de 2,2 milhões de armas produzidas, um crescimento de +44 por cento na comparação anual.

No 4T21, o crescimento da produção foi de +22 por cento, a menor produção comparada aos dois últimos trimestres de 2021 devido ao menor número de dias úteis no período.

No entendimento do analista Fabiano Vaz, da série Nord Deep Value, o forte crescimento de Taurus Armas foi impulsionado pela expansão da sua capacidade e da melhoria do seu maquinário.

Como já dissemos no passado, a empresa mudou drasticamente com a troca de controlador em 2018.

Segundo o nosso analista, os projetos das armas foram revistos. A qualidade melhorou absurdamente, e novos produtos com mais tecnologia e apelo ao consumidor foram lançados.

Os resultados estão acima e TASA mudou completamente.

NICS

Para falarmos sobre as vendas, precisamos antes comentar sobre a demanda por armas nos EUA — o principal mercado de TASA.

O National Instant Background Check System (NICS) é um indicador de consultas de antecedentes criminais e é usado para a autorização nas vendas de armas de fogo. Em nossa análise, usaremos para ver a demanda por armas nos EUA.

Olhando para 2021, foi um ano com uma demanda acima da média histórica, porém menor que 2020, ano de recordes no mercado norte-americano de armas.

Gráfico: Adjusted NICS e Vendas Taurus nos EUA (mil unidades) – 2014 a 2021.


Vendas em linha com as nossas estimativas

Analisando a queda do NICS entre 2020 e 2021 e o crescimento de +23 por cento das vendas de Taurus Armas nos EUA, o nosso analista destaca o ganho de market share da companhia.

Além de aumentar sua participação no mercado de revólveres, em que a Taurus Armas é líder, a companhia ainda cresceu sua participação no mercado de pistolas.

No consolidado, a empresa apresentou um crescimento de +30 por cento, impulsionado pelo mercado americano, mas também pela melhora nas vendas aqui no Brasil.

Receita

É interessante notar que a empresa trouxe indicações positivas em relação ao crescimento da receita, crescimento de +39 por cento no 4T21 e +47 por cento na comparação anual devido a ganhos de market share, do aumento de preços e da desvalorização do real.

Ressaltamos que a grande exposição da companhia no maior mercado de armas do mundo (EUA) continua representando 70 por cento da sua receita dolarizada.

No entanto, conforme esperávamos, o back order apresentou uma queda e encerrou 2021 em 982 mil unidades. Mesmo assim, o número é relevante e representa cerca de cinco meses de produção da companhia.

Ebitda

Gráfico: Ebitda (R$ milhões) e sua margem (%).

Para o nosso analista, o crescimento da receita e o controle de custos e despesas refletiu em um crescimento de +90 por cento do Ebitda no 4T21.

No ano, a empresa alcançou um Ebitda de 1 bilhão de reais, alta de +110 por cento na comparação com 2021.

Além disso, os ganhos de eficiência da empresa nos últimos anos refletiram na expansão de margem, que no ano fechou em 36,7 por cento, crescimento de +10,9 p.p.

Como imaginávamos, a empresa teve uma queda no lucro de -26 por cento no 4T21 devido ao diferimento do imposto de renda, que impulsionou o lucro no 4T20. No ano, o lucro teve um crescimento de +121 por cento.

Vai continuar crescendo?

Para 2022, mesmo com a desaceleração da demanda por armas nos EUA, a empresa demonstra que seu crescimento deve ser sustentado pelos ganhos de market share e pela margem para aumentar seus preços.

Na nossa visão, com a melhor qualidade dos seus produtos e a consolidação da sua marca nos EUA, a Taurus Armas quer continuar roubando mercado das suas concorrentes, principalmente com produtos de melhor valor agregado, como a pistola GX4.

Com custos menores que suas concorrentes – porque produz no Brasil e monta nos EUA –, vemos que a Taurus deve aumentar o seu portfólio e melhorar seu mix de produtos de maior valor.

Vale ressaltar também que a operação da companhia na Índia deve começar no meio deste ano, após atrasos pela pandemia. A empresa disse também que acredita no potencial de grandes licitações no país e na sua presença mais relevante no mercado asiático.

Preço

Por fim, após anos de dificuldades, destacamos que a Taurus Armas caminha para ser um dos melhores cases de reestruturação da Bolsa. O objetivo agora é se consolidar como a maior fabricante de armas leves do mundo.

Para isso, a companhia quer ser um hub de produção no Brasil e exportar para a montagem nos EUA e na Índia.

Para 2025, a companhia pretende alcançar a produção de 15 mil unidades por dia; atualmente, está em 10,7 mil unidades por dia.

Ainda não veremos um crescimento de três dígitos em 2022, por conta da desaceleração do mercado americano, mas mesmo assim o crescimento deverá ser elevado.

No entendimento do nosso analista, se formos conservadores estimando um crescimento de apenas +30 por cento do Ebitda em 2022, Taurus Armas negocia a 2,4x Ebitda abaixo do múltiplo atual.

Assim, negociando a apenas 3x Ebitda histórico e com perspectiva de continuar crescendo nos EUA e seu posicionamento na Ásia, continuamos sendo surpreendidos positivamente com o desempenho de Taurus Armas e mantemos nossa recomendação de comprar.

EXCLUSIVO: O sócio-fundador da Nord Research, Bruce Barbosa, e o analista Fabiano Vaz receberam o CEO de TASA, Salesio Nuhs, e CFO da companhia, Sérgio Sgrillo, para comentarem sobre os resultados no quarto trimestre da empresa em meio ao cenário da guerra no Leste Europeu, entre outros temas de interesse dos investidores.

Assista à Live disponível na área de membros.


The Big Short

Uma breve história da maior marca de alimentos do mundo

No século XIX, na Europa, um farmacêutico alemão chamado Henri se empenhou no combate à desnutrição infantil.

Ele desenvolveu, em 1867, um alimento para contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e, em poucos anos, a Farinha Láctea estava presente em vários países.

Em 1878, uma concorrência acirrada se desenvolve entre a fábrica de Henri e a primeira fábrica de leite condensado da Europa, a Anglo-Swiss, quando ambas as empresas começam a vender versões rivais dos produtos uma da outra: leite condensado e cereal infantil.

A concorrência entre as duas empresas encerrou em 1902 numa fusão, o que abriu caminho para dominarem a venda de leite condensado no mundo inteiro.

O negócio prosperou bastante e, a partir de 1904, fizeram dos EUA o centro de distribuição mundial da companhia.

O próximo passo de crescimento foi comprar uma grande fábrica de chocolates, produto que se tornou seu segundo mais vendido ao redor do globo. Foram eles que desenvolveram também o leite em pó e o café solúvel — com a ajuda do Brasil.

Já na década de 40, eles já produziam comidas congeladas, temperos, sorvetes e bebidas. Nos anos 70, também entraram no mercado farmacêutico, cosméticos e alimentos para pets.

No Brasil, a marca é dona da Garoto e do popular Leite Moça que, no início, era chamado de “Leite da Moça”. Hum… sinto o cheiro de brigadeiro no final de semana.

Essa gigante também é dona do Nescau, Chamyto, Nescafé e dezenas de outras marcas que adoramos.

As ações da Nestlé SA são negociadas no SIX Swiss Exchange, um segmento das ações Blue Chip da Suíça, sob o ticker NESN.


Meme do dia

Meme: tweet (@invstimpaciente) "É raro, mas acontece muito" seguido de meme com duas imagens. Imagem acima: "sua carteira com rentabilidade ruim no curto prazo"; imagem abaixo "renda fixa" (mostra uma mão estendida para um senhor – personagem da série da Netflix, "Round 6").

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