Renda fixa em outubro: onde investir

Nord Research 10/10/2021 13:00 4 min
Renda fixa em outubro: onde investir

Fique por dentro do cenário atual da renda fixa e saiba como diversificar a carteira

Com a taxa básica de juros, a Selic, em 6,25 por cento ao ano, e podendo chegar em breve a 9 por cento ou até 10 por cento, a renda fixa voltou a ficar atrativa para os investidores brasileiros.

Diante do cenário atual, convidamos a analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research Marilia Fontes para atualizar você sobre a situação da renda fixa e onde investir mirando ganhos no curto prazo.

Cenário macroeconômico mais desafiador


A Selic passou de 2 por cento para 6,25 por cento ao ano — ou seja, em menos de um ano saímos da sua mínima histórica para o maior patamar desde julho de 2019.

O ciclo de alta da taxa básica de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, teve início com a alta nos preços dos alimentos; depois foram os choques cambiais que afetaram os preços da gasolina e do gás de botijão; mais recentemente, houve o aumento nos preços da conta de luz devido à crise hídrica no país.

O cenário básico para a inflação ainda supõe uma trajetória de juros de 6,25 por cento para 8,50 por cento, ou até 9 por cento ao ano.

Como agir

Para o mês de outubro em diante, a nossa analista Marilia Fontes acredita em reduzir o prazo de vencimento da sua carteira de renda fixa devido à incerteza política que se aproxima.

Considerando um cenário de Selic mais elevada, a melhor forma de investir agora é aproveitar a rentabilidade alta dos pós-fixados, além de se proteger por meio de uma carteira diversificada com investimentos em dólar.

Seleção de ativos de renda fixa no curto prazo

Com a Selic em 6,25 por cento, e com perspectiva de seguir subindo, os títulos pós-fixados e atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ganharam destaque.

Para quem busca segurança no cenário político atual, Marilia recomenda investir em títulos mais conservadores, de prazo menor (até 2 anos), aproveitando que eles subiram até quase dois dígitos.

Fique fora dos títulos de longo prazo

Por outro lado, os títulos prefixados e indexados à inflação estão muito arriscados neste momento. Em meio a alta da Selic, da inflação e crise política, com a proximidade das eleições presidenciais, as taxas de longo prazo no Brasil estão subindo. Essa alta das taxas faz com que os títulos atuais percam valor, para acomodar o retorno mais alto. Essa reprecificação é chamada de marcação a mercado.

Quando ela acontece, o investidor que detém esses títulos e precisa realizar uma venda antecipada pode inclusive incorrer em prejuízo em um determinado período.

Quem for olhar a rentabilidade dos títulos no Tesouro Direto em 2021, vai ver que os títulos prefixados e indexados à inflação estão dando prejuízo. Quanto mais longo o vencimento do título, maior é o prejuízo.

Além disso, temos ainda um problema global a ser resolvido. O cenário de inflação e juros altos no mundo pressiona também a curva longa do Brasil.

Sendo assim, é melhor você se manter no curto prazo, por enquanto, aproveitando os títulos com vencimentos mais curtos, que estão com uma rentabilidade bem melhor agora e, havendo uma melhora no cenário político e econômico, aí sim alongar o prazo da carteira novamente.

Título de crédito privado

Será que é muito arriscado investir em título de crédito privado agora? Na visão da Marilia, depende.

Se você investir em títulos de crédito privado de curto prazo e de empresas bem seguras, a nossa analista não vê problemas, pois você ficará com risco muito controlado.

Na verdade, para ela, os títulos de crédito privado só te dão uma rentabilidade maior, um “plus”, em cima dos próprios títulos do governo. Então, se você se mantiver no curto prazo, não sofrerá com as oscilações ou muitos problemas de marcação a mercado.

Dólar

Será que é a hora de dolarizar a carteira? Em relação ao assunto, a Marilia disse que é um bom momento tendo em vista o risco político e a crise fiscal no Brasil.

Para Marilia, o investidor pode dolarizar parte do patrimônio em empresas americanas, fora do radar das queridinhas do mercado — que já são bem caras.

Lá fora, existe uma infinidade de opções de ativos muito bem analisadas por Cesar Crivelli, nosso analista internacional responsável pelo Nord Global.

Ouça o episódio #2 completo sobre o cenário da renda fixa e onde investir com Marilia Fontes para o Relevante Agora, o podcast da Nord Research.

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