Recomendação de compra para BB Seguridade (BBSE3)

Bolsas norte-americanas sobem antes da divulgação dos dados da inflação de julho nos Estados Unidos

Nord Research 10/08/2022 12:40 8 min
Recomendação de compra para BB Seguridade (BBSE3)

Nord Insider

Nesta quarta-feira, 10, os mercados em Nova York operam em leve alta à espera da última leitura do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho. O indicador deve trazer mais pistas sobre o ritmo dos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Na agenda econômica, saem as vendas do varejo referentes a junho e o fluxo cambial semanal no Brasil. Nos Estados Unidos, além do CPI de julho, sai a variação de estoques de petróleo semanal.

Principais assuntos de hoje

  • Recomendação de compra para BBSE3; veja a análise;
  • Ciclo de alta da Selic chegou ao fim? Entenda a ata do Copom.

BB Seguridade tem resultado histórico e pagará dividendos em 29 de agosto


A BB Seguridade (BBSE3), holding de seguros, previdência e capitalização do Banco do Brasil, obteve o seu melhor resultado trimestral da história.

O lucro líquido atingiu 1,406 bilhão de reais entre abril e junho, um avanço anual de +86,6 por cento, impulsionado pelo crescimento das vendas, redução na sinistralidade e melhora do resultado financeiro.

O analista Guilherme Tiglia, responsável pela carteira Nord Dividendos, aponta uma melhora significativa do resultado financeiro de todas as empresas do grupo, a partir da alta da taxa básica Selic.

Os números da BB Seguridade

Seguem os principais destaques que levaram ao crescimento do lucro entre abril e junho:

Tabela com Análise do Desempenho 2T22.
Análise do Desempenho 2T22. Fonte: BB Seguridade Participações S.A


Brasilprev: Lucro Líquido de 403 milhões de reais no 2T22 (+346 por cento a/a), suportado por maiores receitas com taxa de gestão e pela redução do saldo negativo do resultado financeiro (melhora no resultado financeiro), com expansão do saldo médio de ativos rentáveis e menor taxa de atualização das reservas dos planos de benefício definido.

Brasilseg: Lucro Líquido de 355 milhões de reais no 2T22 (+202,1 por cento a/a), impulsionado pelo crescimento do prêmio ganho, queda da sinistralidade, com melhora significativa nas principais linhas de negócio (vida, prestamista e rural), além do aumento do resultado financeiro, como consequência da maior taxa média Selic.

BB Corretora: Lucro Líquido de 575 milhões de reais no 2T22 (+20,7 por cento a/a), com destaque para a evolução das receitas de corretagem e aumento do resultado financeiro decorrente da maior taxa média Selic. Relembro aqui que a BB Corretora segue representando a maior parte do resultado.

Projeções (guidance) melhores para 2022

Os resultados mais fortes que o esperado levaram a BB Seguridade a rever dois dos três guidances para o ano.


Nosso analista destaca que a holding revisou para cima suas projeções de resultado operacional e prêmio emitidos em 2022. O guidance foi revisado para um crescimento operacional entre +15 a +20 por cento, ante a projeção anterior de +12 a +17 por cento (o observado no 1S22 foi de +25,1 por cento); e os prêmios emitidos da Brasilseg passaram para um crescimento de +20 a +25 por cento, ante a projeção anterior de +10 a +15 por cento (o observado no 1S22 foi de +21,2 por cento). Já a estimativa para as reservas de previdência — PGBL e VGBL — foi mantida na faixa de +9 a +13 por cento.

Levando em consideração a sinistralidade retornando a patamares normais no segundo trimestre e o desempenho comercial acelerando, principalmente na parte de seguros, “a  companhia decidiu revisar para cima os intervalos para o resultado operacional não decorrente de juros (ex-holdings), e julga ainda factível convergir o crescimento das reservas de previdência”,  afirmou a BB Seguridade.

Novo guidance para o ano de 2022.
Novo guidance para o ano de 2022. Fonte: BB Seguridade Participações S.A


Como receber os dividendos

A empresa anunciou ainda a data do pagamento de dividendos para 29 de agosto.

O conselho de administração aprovou o pagamento de 2,068 bilhões de reais em dividendos intercalares referentes ao primeiro semestre deste ano. Cada investidor receberá 1 real e três centavos por ação (yield 3,5 por cento).

Os dividendos serão pagos para os investidores que possuírem BBSE3 na carteira até o fim do pregão do dia 17 de agosto. As ações passam a ser negociadas ex-dividendos a partir de 18 de agosto.

Resumo do desempenho

Em nossa opinião, BB Seguridade entregou resultados sólidos no segundo semestre e mantemos as boas perspectivas para o ano de 2022.


Seguimos otimistas, dadas as sinalizações entregues (revisão de guidance), considerando o cenário vigente e também tudo o que a companhia vem apresentando (no sentido operacional e financeiro).

Vemos que as ações da empresa ainda negociam abaixo da média histórica quando consideramos o resultado futuro, em torno de 10x lucros (vs. 12x média). Nesse sentido, seguimos com uma margem de segurança para novos aportes mesmo considerando toda a alta do ano (+43 por cento). Olhando para o múltiplo sem considerar a projeção, BBSE3 se encontra em linha com a média histórica.


Recomendação: Comprar

Quer saber mais sobre as perspectivas de crescimento para BB Seguridade? Acesse nossas análises exclusivas na área de membros da série Nord Dividendos.

Brasil registra deflação em julho e Copom reforça possível fim do ciclo de alta da Selic


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho ficou em -0,68 por cento depois de subir +0,67 por cento no mês anterior, segundo o IBGE.

Com isso, o país registrou uma deflação – inflação negativa –, a primeira desde maio de 2020.  

O resultado veio um pouco abaixo das expectativas de -0,65 por cento.

O que explica a deflação?

A deflação em julho é explicada principalmente pelo recuo dos preços dos combustíveis e da energia elétrica. No fim de junho, foi promulgada a lei que reduziu o ICMS cobrado sobre esses itens.

Ao comentar o IPCA de julho, a analista e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, ressaltou que a média dos cinco núcleos do IPCA desacelerou para +0,53 por cento em julho, ante 0,89 por cento em junho. No entanto, apesar de ser uma queda relevante, a parte mais estrutural da inflação teve uma queda mais “modesta”, sendo registrado um recuo de 0,90 por cento para 0,80 por cento em serviços (excluindo passagens aéreas) e de 1,04 por cento para 0,79 por cento nos serviços subjacentes.


No acumulado em 12 meses, a medida recuou de 10,50 por cento para 10,43 por cento. O patamar é mais de duas vezes acima do teto da meta oficial (3,5 por cento) para 2022.

Gráficos apresentam núcleos do IPCA.
Núcleos do IPCA. Fonte: BTG Pactual

O que ficou mais caro?

Entre as altas, o destaque veio de alimentação e bebidas (+1,30 por cento), que voltou a acelerar. “O resultado foi puxado pelo leite longa vida, que subiu mais de 25 por cento, e pelos derivados do leite como queijo (+5,28 por cento) e manteiga (+5,75 por cento), por exemplo”, diz o IBGE.

Chegou a hora de investir em prefixados?

Nossa analista afirma que ainda não é a hora de os investidores aumentarem suas posições em ativos que se beneficiam com quedas nos juros devido ao efeito de marcação a mercado. Apesar do IPCA de julho positivo, ainda há riscos importantes a serem considerados.

Em primeiro lugar, esse foi o primeiro dado que mostrou sinais mais claros de desaceleração da inflação e, portanto, será crucial observar a consistência desse movimento nas próximas divulgações. Em segundo, precisamos saber ainda se essa desaceleração será suficiente para trazer a inflação para as metas de 3,25 por cento para o próximo ano e 3,00 por cento para 2024.

Além disso, há o risco fiscal e a dinâmica de juros nos Estados Unidos, que devem trazer impactos para o nosso mercado.

É importante ter em mente que estamos apenas no começo do processo de desinflação. O mercado está preocupado com a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

É preciso aguardar para saber se essa desinflação será suficiente para levar uma inflação de 10 por cento para a meta de 3,25 por cento em um horizonte relevante, final de 2023 ou início de 2024. Essa é a grande questão ao se pensar em política monetária.

Ata do Copom

Além dos dados de inflação, na terça-feira, 9, foi divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

O analista da Nord Research, Christopher Galvão, destaca o trecho da ata em que o Copom ressalta que “a estratégia exigida para trazer a inflação projetada para o redor da meta no horizonte relevante requeria que o ciclo de aperto monetário continuasse avançando significativamente em território ainda mais contracionista, com um ajuste adicional nesta reunião e a manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período suficientemente prolongado”.

Em outras palavras, o colegiado afirmou que o plano de voo era um novo ajuste de 0,50 p.p e depois manter os juros altos em +13,75 por cento ao ano — no máximo +14 por cento ao ano — por um período "suficientemente prolongado".

Trechos da ata da última reunião divulgada na terça-feira, 9.
Trechos da ata da última reunião divulgada na terça-feira, 9. Fonte: Copom

Mercado não vê queda dos juros antes de 2023

O mercado precifica que o Banco Central poderá começar a cortar a taxa básica somente a partir do ano que vem. É esperado que a Selic permaneça estável no primeiro trimestre de 2023 e comece a cair em torno de 50 pontos-base a partir da quarta reunião [20 e 21 junho de 2023].

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