Quem diria que seria assim…

Luiz Felippo 18/04/2021 12:00 5 min
Quem diria que seria assim…

Quem diria que, 13 meses depois, ainda estaríamos enfrentando a pandemia? Quando estávamos no início disso tudo, em março do ano passado, não imaginaria que tanto tempo depois nos encontraríamos na mesma situação.

Independentemente do tratamento dado à condução desta crise, o que não vem ao caso, me impressiona também a recuperação das bolsas em um ambiente destes. A retomada foi bastante célere, configurando-se como a recuperação da crise mais rápida da nossa história.

Mas não foi só isso. A injeção de liquidez foi tão brutal que empurrou todos os ativos de risco para cima, transformando essa sequência de 12 meses na maior alta para todos os mercados globais na última década.

Gráfico à esquerda: retorno em janelas de 1 ano (2011-2021). Gráfico à direita: janela de 1y (março 23/03/20 - 23/03/21).  Ambos comparam o desempenho de: S&P500; Ibovespa; mercados emergentes e Europa.
Fonte: Bloomberg

Foi impressionante a alta, sem a menor sombra de dúvidas. Veja que a maioria das bolsas globais subiu, na sua própria moeda, acima de 70 por cento. Não foi à toa que, com raríssimas exceções, praticamente qualquer ação comprada nesse período deu muito dinheiro.

Se você ficou de fora dessa festa…

O nosso Ibovespa de fato teve um resultado espetacular em 12 meses, perdendo somente para outros dois momentos: 1 ano após a eleição do Lula e após a crise de 2008, ambos acima de 100 por cento no período.

Ainda assim, não dá para se queixar, afinal, os resultados apresentados foram acima de 80 por cento. O que me intrigou foi a composição desse resultado, nada uniforme entre as partes.

O segmento de commodities foi o destaque, chegando a subir quase 150 por cento durante o último ano, e ficam na segunda posição as ações ligadas à economia interna, com altas de 60 por cento.  Por fim, em terceiro lugar, os bancos, com cerca de 50 por cento.

Isso revela algo um tanto interessante. Dada a nossa composição do índice, aproximadamente 60 por cento entre bancos e commodities, seguramente metade da alta do índice veio somente do setor de commodities.

Gráfico à esquerda: retorno em janelas de 1y dos setores mais representativos da bolsa.  Gráfico à direita: pesos dos setores no Ibovespa: Concentração evidente.
Fonte: Bloomberg e Economatica

Isso quer dizer que, a menos que você tenha cases ligados a commodities em percentual relevante na carteira, a tendência é que nessa janela de 1 ano você fique para trás do índice.  

Imagino que isso possa ter ocorrido, inclusive, com diversos gestores de ações. Por mais que você veja posições de commodities nas carteiras dos gestores, muitos deles com posições em Vale e Suzano, elas não são altamente representativas.

Isso certamente contribuiu para uma disparidade de resultados. Daqui em diante, a realidade pode ser um tanto quanto diferente.

O óbvio já teve seus dias

No século 19, durante o ciclo de mineração, encontramos ouro em diversas localidades e em certa abundância. A princípio, encontrar ouro era um processo mais simples. Chegando próximo à região, em diversos lugares você teria chances de encontrar pepitas de ouro e com instrumentos bastante rudimentares (uma simples bateia dava conta do serviço).

Garimpeiro manuseando uma bateia.

Ao longo do tempo, conforme a escassez foi aumentando, isso foi se alterando. Cada vez mais foram necessários instrumentos mais aguçados, com estudos mais aprofundados de viabilidade para o processo.

Encontrar oportunidades em bolsa se iguala, em certa proporção, a isso. Em março do ano passado, com o Ibovespa a 60 mil pontos, encontrar ações que poderiam dar bons frutos era algo mais simples. Com algumas contas de padeiro feitas no guardanapo do almoço, você conseguia concluir que os preços estavam fora do lugar.

Isso não é mais tão verdade hoje. Com o rally da Bolsa dos últimos meses, as oportunidades óbvias deixaram de existir.  Em outras palavras, encontrar ouro com bateia será cada vez mais difícil.

Por mais que a Bolsa esteja negociando a múltiplos relativamente razoáveis, o que é verdade, não podemos esquecer que commodities e bancos (60 por cento do índice) pesam esse número para baixo. O restante da bolsa já não está nas mesmas barganhas que estava 12 meses atrás.

Para encontrar as oportunidades, você precisará de equipamentos e estudos mais aprofundados, e eu sei exatamente onde encontrá-los…

Venha comigo

Um dos pontos mais interessantes do investimento em fundos é poder contar com a expertise e experiência das melhores equipes de investimento do país. Elas se dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana e 30 dias no mês para analisar companhias no detalhe. Possuem bons times, análises externas, falam com as companhias frequentemente…

Elas vão a fundo em cada case, justamente para encontrar as melhores oportunidades do mercado. Elas estão procurando ouro com todo o maquinário à disposição, o que tende a ser efetivo a longo prazo.

Enquanto isso,  do lado de cá, ainda que eu tenha obtido algum sucesso na minha escolha de ações, tenho consciência de que estou procurando ouro com uma bateia. É um sinal de humildade que carrego comigo sempre.

Então, o que eu busco é simplesmente uma mescla de investimentos em fundos e ações, pois acredito que esse seja o melhor mix possível. Concentro grande parte do meu patrimônio neles porque acredito que, ao longo dos anos, vão nos conduzir a ótimos resultados. Porém, ainda faço alguns investimentos em mid e small caps, que também gosto bastante.

Se você, assim como eu, gostaria de diversificar seu patrimônio e ter os melhores gestores do Brasil trabalhando por você, venha conhecer o Nord Fundos. Nos tempos de oportunidades mais escassas, vai ser um grande diferencial na sua carteira.

Um abraço e bom domingo.

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