Proibir cripto é solução ou estupidez?

Se não pode com ele, é melhor ignorá-lo ou juntar-se a ele?

Nord Research 29/01/2022 12:00 4 min
Proibir cripto é solução ou estupidez?

Olá, pessoal! Eu sou o Luiz Pedro, responsável pelo Nord Crypto Master, a carteira de criptoativos da Nord.

Alguns países e/ou bancos centrais enxergam o Bitcoin como uma ameaça ao sistema financeiro. A resposta imediata é “vamos banir”. Mas será que essa é a melhor solução?

A oportunidade e o medo

O desconhecimento gera medo. Esse fator, por si só, afasta muita gente de investir em cripto. Não sei dizer quantas vezes eu ouvi a frase “eu não entendo o Bitcoin e as criptomoedas, por isso não coloco dinheiro”.

Eu entendo a postura. E também entendo que é difícil dar os primeiros passos em cripto. Até por isso, criamos aqui a assinatura Nord Crypto Master para ensinar a você tudo o que precisa saber sobre cripto.

No entanto, não se trata de falta de conhecimento quando falamos dos países que banem o Bitcoin. Conhecimento eles têm de sobra. Também não é a falta de conhecimento que leva o FMI a instruir El Salvador a tirar o Bitcoin do status de moeda de curso legal no país.

O grande motivador é, na verdade, o medo – e, no medo, surgem oportunidades.

No caso da China, em seus diversos banimentos ligados ao Bitcoin, aos criptoativos e a todas as atividades ligadas a essa classe de ativos, o motivador “medo” surge pela potencial perda de controle sobre a população.

Sabemos que a China preza pelo controle monetário e comportamental da sua população, devido ao regime político e à cultura local. Os criptoativos provêm aos seus usuários o pseudoanonimato e a liberdade geográfica nas transações, desamarrando-os do sistema convencional.

A China não quer isso. Muito pelo contrário, a China está criando uma moeda digital do seu Banco Central, com registros em blockchain, para controlar o que cada cidadão faz com cada “centavo”. Essa é a real grande motivação por trás dos banimentos.

Os banimentos da China geraram oportunidades para diversos países, como o Cazaquistão, que abraçou boa parte da mineração antes sediada na China, além do seu principal “rival econômico”, os Estados Unidos, que cresceram vertiginosamente no cenário, sendo responsáveis por cerca de 36 por cento do poder computacional ligado à mineração. Enquanto um abriu mão de um mercado trilionário, os outros fizeram questão de recolher o dinheiro deixado na mesa.

Nesta semana, tivemos duas movimentações similares, vindas do Banco da Rússia e do FMI, em contextos diferentes e por motivos diferentes, mas que, na essência, trazem a mesma relação de medo x oportunidade.

O banco da Rússia pediu o banimento do Bitcoin e da mineração no país, com a alegação de que o Bitcoin é um ativo altamente poluente e que traz pouca segurança financeira. Ainda sugeriu o incentivo do país a criptoativos menos poluentes.

A motivação para isso, novamente, é o medo. Os Bancos Centrais são, em sua maioria, contra o BTC por ele expor a fragilidade do sistema tradicional, apresentando uma solução muito mais voltada para o usuário do que para o próprio sistema.

No entanto, Putin enxergou muito bem a oportunidade que ele pode estar abrindo para outros países, inclusive (e principalmente) os EUA.

O presidente russo disse abertamente que seu país tem uma vantagem econômica na mineração e que não está nos seus planos banir o Bitcoin ou a atividade em si no país. Ele aprendeu com o erro do vizinho asiático e não planeja repeti-lo.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, El Salvador, mais uma vez, recebe um aviso formal do FMI para retirar o Bitcoin do posto de moeda de curso legal.

Nayib Bukele, presidente salvadorenho, vem optando por ignorar os avisos (em tom quase de ameaça) que a entidade insiste em emitir.

A adoção do Bitcoin, em sua visão ampla, é favorável para El Salvador. Isso serve para o país e para os cidadãos. É um experimento que tem dado certo e que pode ser replicado em outros países.

A oportunidade aqui é a de enfrentamento ao sistema tradicional, que exclui os países menos desenvolvidos e suas populações, e outros países estão inclinados a aproveitar.

A Turquia está estudando aplicações do Bitcoin como alternativa à Lira Turca, que enfrenta alta inflação e o país volta aos estágios mais críticos de sua crise.

Honduras, que tem uma situação econômica similar à de El Salvador, elegeu um líder apoiado por Nayib, que representava a oposição no país e que pode vir a seguir os passos do vizinho no que tange à utilização de Bitcoin no sistema econômico local.

Diversos países da África, América do Sul e América Central estudam a possibilidade de incluir, em algum nível, o Bitcoin na economia local, de forma legal e amplamente regulamentada.

E o FMI, por medo dessa oposição, tentará ir contra. Mas a oportunidade já está sendo enxergada, e o caminho parece não ter volta.

Por fim, a conclusão aqui pode ser trazida para o âmbito pessoal. Quando você vê bons ativos com o preço caindo, você sente medo?

Se a resposta for “sim”, então pode ser que você esteja diante de uma boa oportunidade. É isso que fazemos aqui no Nord Crypto Master e continuaremos fazendo diante das quedas de bons ativos.

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