PEC dos precatórios; Compre XPBR31; e alta da OIBR3

Câmara aprova em 1º turno texto da PEC dos precatórios. 2º turno pode ocorrer entre hoje e terça-feira

Nord Research 04/11/2021 12:15 10 min
PEC dos precatórios; Compre XPBR31; e alta da OIBR3

Nord Insider

O Índice Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (3) em leve alta de 0,6 por cento, com os investidores na expectativa para a votação da Proposta à Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, que ocorreu na madrugada desta quinta-feira (4).

Na agenda econômica, destaque para o dado da Produção Industrial de setembro divulgado pelo IBGE e, nos EUA, a Opep e seus aliados discutem os preços do petróleo.

Câmara aprova em primeiro turno texto-base da PEC dos Precatórios

“Na madrugada, a vitrola rolando um blues…” e também a votação da PEC dos Precatórios. A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, na madrugada desta quinta-feira (4), o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.

Para ser aprovada, a PEC precisa do apoio de 308 deputados em dois turnos de votação e, em primeiro turno, recebeu 312 votos favoráveis e 144 contrários. Agora, os parlamentares precisam votar os destaques – eventuais pontos de alteração no texto-base – e passar em segundo turno pelo plenário e pelo Senado.

Conhecida como PEC dos Precatórios, a proposta de emenda à Constituição muda o pagamento de despesas do governo, o que, por sua vez, pode ampliar a margem de gastos, possibilitando, entre outras coisas, o financiamento de um valor adicional no Auxílio Brasil, o novo programa social que vai substituir o Bolsa Família.

Banco Central considerou subir mais a Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou, na quarta-feira (3), que o colegiado trabalha com diferentes cenários de Selic e uma taxa mais contracionista do que a utilizada no cenário básico, mostrando que considerou cenários com ritmos de ajuste maiores para a taxa básica de juros em relação ao anunciado na última semana — quando aumentou o passo em 1,5 ponto percentual.

Nesse ponto, uma pequena pausa para explicar o porquê da ata do Copom.

O documento é publicado no prazo de uma semana após a data da realização das reuniões. Uma vez definida a taxa Selic, que é a referência para os demais juros da economia, o Banco Central comunica detalhes da decisão e próximos passos em linha com a meta definida pelo CMN.

Voltando ao que íamos dizendo… Diferentemente do comunicado do Copom em sua última reunião, o comitê incluiu na ata uma menção explícita ao risco de elevação da taxa neutra de juros diante do aumento do risco fiscal por conta da decisão do governo de flexibilizar o teto de gastos.

Inflação ao consumidor

Na ata do Copom, o BC informou que a inflação ao consumidor segue elevada e tem se mostrado mais persistente do que o esperado. "A alta dos preços está mais disseminada e abrange também os componentes mais associados à inflação subjacente”, destacou.

Atividade econômica

Os dados mais recentes sobre produção industrial e comércio mostram resultados negativos e abaixo do esperado.

Para o segundo semestre, o BC vê uma retomada “menos intensa” da economia e manteve a expectativa mais concentrada no setor de serviços.


O nosso analista de renda fixa Christopher Galvão destaca na ata a parte em que o BC diz que o objetivo é a convergência da inflação para a meta de 2022, que é de 3,50 por cento.

Segundo as projeções do BC, a inflação de 2022 seria de 4,1 por cento, com a Selic avançando para 9,75 por cento e encerrando o ano que vem em 9,50 por cento. Ou seja, para convergir a inflação de 2022 para a meta, a Selic teria que subir para 10 por cento ou mais, segundo as próprias projeções do BC.

E se a Selic atingir 9 por cento, o que acontecerá?

O aumento do temor fiscal elevou o “prêmio” pedido pelo mercado para comprar títulos brasileiros e deve contribuir para esticar o movimento de alta dos juros.

Se a taxa Selic subir os nove pontos percentuais previstos no ciclo iniciado pelo Banco Central em março, e que o IPCA deve ficar 5,75 pontos acima da meta de inflação, o custo adicional ficará em 360 bilhões de reais por ano, considerando que o estoque da dívida pública mobiliária ronda a casa dos 5 trilhões de reais, isto é, considerando apenas o estoque da dívida. Para 2022, a estimativa é que a dívida ultrapasse a marca de 1 trilhão de reais.

Já ouviu falar na regra de ouro?

Instituída pelo Artigo 167 da Constituição de 1988, a 𝗥𝗘𝗚𝗥𝗔 𝗗𝗘 𝗢𝗨𝗥𝗢 determina que o governo não pode se endividar para financiar gastos correntes (como a manutenção da máquina pública), apenas para despesas de capital (como investimento e amortização da dívida pública) ou para refinanciar a dívida pública.

Nos últimos anos, os sucessivos déficits fiscais têm posto em risco o cumprimento da norma, o que tem levado o Tesouro a buscar fontes de recursos para ter dinheiro em caixa e reduzir a necessidade de emissão de títulos públicos.

Este será o nono ano seguido em que a União gastará mais do que arrecadará. Desde 2014, o setor público registra déficits primários.

No cenário atual, o custo da dívida pode aumentar 360 bi de reais com inflação e juros em alta.

Fonte: Agência Brasil

Fed reduzirá compra de títulos em 15 bilhões de dólares a partir de novembro

O Federal Reserve (Fed) anunciou que iniciará a redução dos estímulos monetários, conhecida como tapering, ainda neste mês, conforme divulgou a autoridade após reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve na quarta-feira (3).

Atualmente, as compras mensais são de 120 bilhões de dólares em ativos, sendo 80 bilhões de dólares em Treasuries e 40 milhões de dólares em títulos atrelados a hipotecas. De acordo com o documento, o Fed começará em novembro a reduzir o ritmo mensal das compras em 10 bilhões de dólares para Treasuries e 5 bilhões de dólares para os títulos atrelados a hipotecas (MBS, na sigla em inglês).

Esse é o primeiro passo para retirar os estímulos (tapering) que a autoridade monetária tem fornecido aos mercados e à economia americana.

Junto ao movimento de redução gradual, o Fed também mudou sua visão sobre a inflação, reconhecendo que os aumentos de preços têm sido mais rápidos e duradouros do que os bancos centrais haviam previsto inicialmente.

O que isso muda na minha vida? O banco central americano, além de emitir títulos de dívida, também pode recomprar esses títulos públicos no mercado. Ao fazer isso, há um aumento de liquidez financeira devido à maior oferta de moeda em circulação.

Na prática, o que acontece na maior economia do mundo acaba afetando todo o globo. Como resultado, temos influência sobre o câmbio, a inflação, a taxa de juros e o preço dos ativos listados nas bolsas americanas.

Banco Inter convoca assembleia sobre reorganização societária

O Banco Inter (BIDI11) anunciou, na quarta-feira (3), detalhes de seu plano para reorganização societária, que resultará na migração da sua base acionária para a Inter Plataform Inc., companhia que será listada nos Estados Unidos.

Com isso, as ações e as units do Inter deixarão de ser negociadas na B3 e passarão a ser negociadas na Nasdaq com BDRs (Brazilian Depositary Receipts) aqui na B3.

De acordo com o comunicado, os acionistas poderão escolher se preferem receber os BDRs ou o cashout.

Caso escolha a segunda opção, ao exercer o direito de receber o montante correspondente ao valor das ações em dinheiro, o recesso será de 45,84 reais por unit (BIDI11), sujeito a imposto de ganho de capital ou 15,28 reais para ações ordinárias ou preferenciais (BIDI3; BIDI4).

Em um segundo momento, o analista de ações Rafael Ragazi esclarece, ainda, que quem optar por receber os BDRs também poderá, posteriormente, substituir os ativos por ações diretas da companhia na Nasdaq – é claro que mediante abertura de conta em uma corretora no exterior.

O plano será votado em uma AGE (assembleia com acionista) no próximo dia 25 deste mês, e a expectativa do mercado é de que até o fim de dezembro as ações comecem a ser negociadas no exterior.

Por fim, o Softbank, que tem 15 por cento da companhia, também deixou claro que aderiu antecipadamente à reorganização, abrindo mão do direito de recesso e mostrando que pretende continuar acionista da nova Inter Platform.

Em nove meses, XP Inc. supera lucro líquido de 2020, alta de 30 por cento

A XP Inc. (XPBR31), maior plataforma de investimentos da América Latina, divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre, e nossos analistas de ações, Guilherme Tiglia e Fabiano Vaz, comentaram sobre os principais destaques para você.

A receita líquida aumentou 51 por cento na comparação anual, e o lucro líquido subiu 82 por cento, enquanto o consenso de crescimento era de 146 por cento e 62 por cento respectivamente, comparado ao reportado no terceiro trimestre de 2020.

O Fabiano destaca que, em nove meses, a XP superou em 30 por cento o lucro líquido ajustado do ano de 2020 e, mesmo diante de um cenário macro ruim, a companhia se mantém positiva com as perspectivas para aumentar o market share frente aos grandes bancos.

Considerando o forte crescimento e a queda recente das ações, o nosso analista informa que a XP é negociada cerca de 30 vezes lucros, patamar bem atrativo por tudo o que a empresa ainda tem para entregar aos seus acionistas.

Lucro de XP.
Fonte: Bloomberg

Os números mostram também que o número de clientes aumentou em 25 por cento na base anual e 5 por cento na sequencial, no número de clientes ativos, sendo que a média mensal de adições de clientes se manteve relativamente estável em 52 mil no terceiro trimestre de 2021, comparado aos 49 mil no terceiro trimestre de 2020.

O Guilherme avalia que os novos produtos, como crédito e banking, estão contribuindo positivamente para o crescimento da XP e deverão continuar impulsionando os resultados nos próximos trimestres/anos.

3T21 KPIs.

O resultado operacional da companhia, medido pelo EBITDA, avançou 61 por cento ao ano e a margem EBITDA ajustada expandiu 2,25 pontos percentuais, alcançando 36,9 por cento. Como essa margem foi alta para o investimento que a companhia está fazendo, o Guilherme acredita que dificilmente o número se manterá nesse nível nos próximos trimestres.

A companhia estima que quando esse ciclo de investimentos mais robusto terminar, a margem EBITDA ajustada será acima de 40 por cento.

Considerações finais

Na leitura do Guilherme e do Fabiano, a XP segue otimista em relação às suas avenidas de crescimento para continuarem nestes patamares. Por esse motivo, recomendamos COMPRA em XP (XPBR31).

Relevante agora

Oi sobe após recomendação do Cade para venda de ativos móveis

As ações ordinárias da Oi (OIBR3) chegaram a bater alta de 10 por cento na quarta-feira (3), após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendar a venda dos ativos da Oi móvel para TIM (TIMS3), Claro e Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo.

As ações da OIBR3 encerraram com uma valorização de 5,05 por cento, fechando em 1,04 real, e os papéis preferenciais da companhia (OIBR4) terminaram o pregão cotados a 1,72 real, alta de 5,52 por cento.

O parecer publicado na terça-feira (2) recomenda que o negócio seja aprovado com a adoção de medidas visando reduzir riscos concorrenciais. O Fabiano Vaz, nosso analista de ações, explica que a aprovação da alienação da Oi Móvel pelo Cade é um dos pontos cruciais para a reestruturação das suas dívidas e a saída da recuperação judicial em 2022.

Caso queira entender detalhes da operação e se vale a pena investir na Nova Oi, acesse a tese escrita pelo nosso analista.

O Cade ainda diz que, para mitigar os riscos, a superintendência negociou um acordo de controle de concentrações em que o Grupo Oi se compromete a oferecer acordos de Ran sharing e de aluguel de espectro adquirido em municípios com menos de 100 mil habitantes.

Para as outras, foi fechado um acordo de roaming e operadoras de rede móvel virtual para acesso às redes móveis em atacado, visando viabilizar eventual entrada de concorrente no setor.

Tópicos Relacionados

Compartilhar