O que esperar para o Ibovespa em 2022?

Bolsas mundiais operam entre leves ganhos e perdas nesta segunda-feira, 10

Nord Research 10/01/2022 12:46 6 min Atualizado em: 10/01/2022 14:00
O que esperar para o Ibovespa em 2022?

Nord Insider


Olá,

Na manhã desta segunda-feira, 10, as bolsas mundiais operam estáveis, entre leves ganhos e perdas após semana marcada por ata mais dura do Federal Reserve contra a inflação.

Na agenda econômica, o destaque fica por conta do Boletim Focus da semana, que reúne as projeções do mercado para a economia brasileira.

Ibovespa encerra 1ª semana do ano em queda de 2 por cento


Diante de um cenário interno pouco convidativo, o Ibovespa terminou a primeira semana do ano com queda de -2,01 por cento, a 102.719 pontos.

Os ganhos do principal índice acionário da B3 foram apenas na quinta-feira, 6, e na sexta-feira, 7, após três dias de queda.

No local, as preocupações sobre os rumos das contas públicas neste ano eleitoral voltaram a tirar o sono dos investidores, enquanto lá fora a retirada mais rápida dos estímulos fornecidos pelo Federal Reserve (Fed) e a possibilidade de elevação da taxa básica de juros no clima das bolsas mundiais impactaram as cotações das moedas, especialmente as emergentes.

Efeito janeiro

Olhando para outras janelas de tempo (1999, 2005, 2008, 2015 e 2016), o mercado de ações costuma registrar perdas em janeiro caso não haja o “rali de fim de ano”, normalmente nos últimos cinco pregões de dezembro e nos dois primeiros pregões de janeiro.

Por isso, será importante acompanharmos a performance do índice nos próximos dias para entendermos se o Ibovespa vai seguir comendo poeira do exterior neste mês.

Perspectivas para 2022

Na visão do analista de ações e sócio-fundador da Nord Research, Bruce Barbosa, os rumos do mercado de ações em 2022 dependem da política econômica do próximo presidente brasileiro. Isso porque a Bolsa funciona com expectativas.

Além disso, o Bruce imagina que os candidatos entenderam que não conseguirão governar com economia fraca. Agora não é hora de prometer restrição de gastos.

No nosso entendimento, mais próximo à eleição, veremos os candidatos mudando o discurso para uma política econômica que não quebre.

Os eleitores irão às urnas em 2 de outubro.

XP acelera processo de disrupção no mercado financeiro

Em apenas três dias, a XP realizou duas negociações para ampliar seu alcance no mercado financeiro, comprou participação minoritária da casa de análise Suno e comprou 100 por cento do Banco Modal numa transação que se dará por meio de troca de ações, ou seja, sem desembolso de caixa.

Com a aprovação da compra, XP e Modal terão juntas um total de 3,8 milhões de clientes ativos e uma receita líquida combinada nos últimos 12 meses, até setembro de 2021, de 11,8 bilhões de reais.

Se não houver a aprovação da incorporação de 100 por cento das ações do banco, a XP poderá incorporar uma fatia equivalente a 55,7 por cento do capital social do Modal, visto que os acionistas controladores aceitaram os termos da transação.

É importante ressaltar que, com a compra do Banco Modal, a Eleven Financial, casa de análise comprada pelo Modal no início do ano passado, retorna ao guarda-chuva da XP.

Em nota, a empresa comunicou que o Banco Modal permanecerá independente e segregado, apesar de fazer parte do ecossistema XP Inc.

XP acirra disputa com bancos

A analista de ações Danielle Lopes comenta que a XP elevou seus ativos sob custódia – que a uma taxa estável de ~1,3 por cento no histórico nos dá uma noção da rentabilidade – e base de clientes a monetizar.

No nosso entendimento, com lucros subindo (em branco) e preço caindo (em verde), a XP é uma empresa com ROE de bancão e crescimento de fintech.

Gráfico: lucro líquido (branco) e preço (U$D) (verde) de XP.
Fonte: Bloomberg

Adicionalmente, o analista de ações Fabiano Vaz diz que, em termos de números, trata-se de uma aquisição relativamente pequena se compararmos o tamanho das duas empresas. Contudo, mesmo com as ações do Modal caindo bem desde o seu IPO, os lucros da companhia vêm subindo, como também a expectativa para 2022.

Como ficarão os investidores após a aprovação?

Pelo acordo, os acionistas do Modal receberão ações ou BDRs da XP Inc., o que, segundo o comunicado, representa um prêmio de 35 por cento sobre o preço médio dos últimos trinta dias do Banco Modal na B3.

Ações da Modal disparam após anúncio de aquisição

A notícia refletiu em um desempenho positivo para as ações do Banco Modal (MODL11), que vinham depreciadas desde sua abertura de capital no ano passado. Os ativos fecharam com salto de +44,91 por cento na B3, a 12,10 reais, enquanto os BDRs da XP (XPBR31) subiram +1,45 por cento, negociados a 156,22 reais.

Recomendação: Compra

Suzano vai pagar 1 bi em dividendos

O Conselho de Administração da Suzano (SUZB3) informou que aprovou o pagamento de 1 bilhão de reais em dividendos intercalares aos seus acionistas. O valor unitário corresponde a 0,74 centavos por ação.

Em nota, a empresa disse que os dividendos serão imputados ao dividendo mínimo obrigatório referente ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021.

Serão considerados aptos para receber os dividendos os acionistas inscritos nos registros da companhia no fim do dia 18 de janeiro. O pagamento será no dia 27 de janeiro.

Latam cancela 47 voos por aumento de casos de Covid-19 e influenza


Pelo menos 47 voos nacionais e internacionais da Latam foram cancelados devido ao aumento do número de casos de Covid-19 e influenza na população em geral.

Segundo comunicado, os voos estavam previstos até o dia 16 deste mês, o que representa impacto em cerca de 1 por cento dos voos programados pela empresa para janeiro.

A Azul (AZUL4) é outra companhia que também tem sofrido com o avanço nos casos de Covid-19. Na sexta-feira, 7, a companhia aérea anunciou que o percentual de voos cancelados ou reprogramados dobrou desde quinta, 6.

Já a Gol (GOLL4) disse, em nota, que emitiu um alerta na quinta-feira, 6, sobre os possíveis impactos que o aumento das infecções entre os tripulantes podem ter sobre os voos da empresa. Contudo, até o momento, nenhum voo da aérea foi cancelado ou sofreu alteração significativa por esse motivo.

Relevante agora

O S&P 500 se reinventa subindo

O S&P é uma prova darwiniana, pretensa à superioridade. A explicação é que o índice americano se reinventa subindo — colocando a teste, sempre, o incumbente contra a novidade.

Nosso analista de fundos, Luiz Felippo, filtrou o Top 10 empresas do S&P no início de cada década para contar essa história. A conclusão é de que é impressionante a forma como o índice se modifica na composição setorial, selecionando sempre os melhores vencedores, como vemos no gráfico.

Gráfico: a "mágica americana": o S&P se reinventa subindo.

No nosso entendimento, no início da década de 80 eram as petroleiras que dominavam o S&P, enquanto no início da década de 90 eram as empresas de consumo, como Walmart e Coca-Cola.

nos anos 2000, empresas de tecnologia, como a IBM, passaram a puxar o índice para cima. No entanto, em 2010, voltamos a ter empresas de consumo na lista, como a P&G e também empresas techs, como a Google.
No geral, o que tem dominado o S&P nos últimos anos são as Big Techs, grandes empresas de tecnologia como Amazon, Apple, Tesla, Meta (antigo Facebook).

E você, qual o seu palpite para 2030?

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