O que esperar dos resultados do 2T21?

Guilherme Tiglia Alves 20/07/2021 12:08 5 min
O que esperar dos resultados do 2T21?

Prepare-se

Vim aqui te lembrar que a temporada de resultados do segundo trimestre de 2021 (2T21) está começando!

A estreante da vez é a Neoenergia (NEOE3), que reporta os seus resultados hoje após o fechamento do mercado, e já contamos com divulgações muito importantes na agenda para os próximos dias.

Mas antes de tudo, me responda uma coisa! Você já acompanha o resultado das empresas que investe? Já construiu esse hábito tão importante? Caso ainda não, acho que nunca é tarde para começar…

A divulgação de resultados é sempre um período muito relevante e bastante agitado, principalmente para nós, analistas! Nessa época, acompanhamos bem de perto o desempenho das empresas e verificamos se as expectativas de Receita, EBITDA e Lucro foram de fato concretizadas.

Hoje, vou falar um pouco sobre as minhas principais perspectivas para os resultados, mostrando também onde acho que devemos ficar mais atentos. Vamos lá?

A base de comparação é fraca

Quando olhamos para os resultados trimestrais, é muito frequente realizar a comparação com o trimestre anterior (t/t) ou com o mesmo período do ano passado (a/a). Tomaremos como base, nesta parte, comentários a respeito da comparação anual, a respeito da qual acho que cabe maior observação.

O segundo trimestre de 2020 (2T20) foi um período fortemente impactado pelas medidas restritivas impostas pela pandemia, sendo provavelmente o pior trimestre para a operação de boa parte das companhias desde quando toda esta crise sanitária começou. Assim sendo, será normal observar uma evolução bastante favorável nos resultados considerando o comparativo anual.

Mas então, isso quer dizer que os resultados serão muito bons? Não necessariamente…

De um lado estamos com expectativas bastante positivas, afinal, o mercado está mais aquecido e estamos numa situação de melhora dos dados da Covid-19, com maior visibilidade em relação à vacinação em massa e boa tendência de reabertura econômica, o que de certa forma é benéfico para os números que as empresas devem entregar – não estou falando que não existem mais incertezas no radar, mas o cenário definitivamente já se mostra menos nebuloso.

Mas por outro lado, como eu mesmo já antecipei, não devemos esquecer que a base de comparação ano contra ano é fraca e facilita a divulgação da evolução de resultados.

Como métricas neste trimestre, apenas para você ter uma ideia da forte evolução que é projetada, o mercado espera que as empresas que formam o Ibovespa cresçam, em média, a Receita Líquida em +31 por cento, o EBITDA em +70 por cento e o Lucro Líquido em +254 por cento quando confrontados com o mesmo período do ano passado.

Ibovespa em R$ milhões (receita líquida; ebitda; margem ebitda; lucro líquido; margem líquida).
Fonte: Bloomberg / Elaboração: Nord Research

Portanto, olhe com a devida cautela e não tome conclusões equivocadas, sempre analisando caso a caso. O que pode estar parecendo bom, talvez, não esteja tão bom assim.

Os principais destaques

A seguir, deixo alguns destaques para os resultados considerando o que ando observando em alguns setores.

Elétricas: nenhuma grande novidade esperada para o segmento de transmissão de energia elétrica, parcela mais resiliente e com menos impacto frente à pandemia e à crise hídrica. As geradoras ainda estão se prejudicando com a situação hidrológica mais desafiadora, o que pode resultar em maiores preços no mercado à vista – é claro que, aquelas que têm o portfólio melhor diversificado para além da geração hídrica, conseguem mitigar os impactos da hidrologia adversa. Por fim, distribuidoras de energia devem seguir refletindo uma manutenção do ritmo de recuperação da atividade econômica observado no primeiro trimestre.

Bancos: melhoria nos resultados, impulsionada principalmente por menores provisões e maior volume de concessão de crédito com a retomada gradual da economia. Redução de custos via iniciativas internas de eficiência – como desligamento voluntário de funcionários e fechamento de agências – pode ser destaque em algumas teses do segmento.

Varejo: este setor, em especial o varejo tradicional mais atrelado ao fluxo físico de pessoas, deve se beneficiar diretamente com a vacinação em massa e o consequente relaxamento das restrições de mobilidade.

Incorporadoras: a demanda sobretudo segue aquecida. O controle de custos de construção em um momento de alta de materiais continua como ponto de atenção.

Commodities: o setor segue beneficiado por boa demanda ao redor do globo. Apesar da valorização da nossa moeda frente ao dólar durante o trimestre, os preços das commodities continuam em patamares atrativos.

O que realmente importa

É muito importante saber analisar como funciona a dinâmica de resultados de uma empresa e acompanhar, trimestre a trimestre, a sua evolução.

Tenha sempre em mente que ruídos externos afetam a precificação das ações no curto prazo, e isso mexe com o psicológico dos investidores, desde iniciantes até profissionais. Mas veja que o que realmente importa, olhando para o médio e longo prazo, são o lucro e o caixa que as empresas geram.

Por isso, olhamos para resultados e somente os resultados, é só isso o que importa. Números crescentes indicam ações para cima lá na frente, lembre-se disso.

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Boa bateria de resultados do 2T21!

Um abraço,

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