O que esperar da bolsa americana em 2022?

Em ano de queda do Ibovespa, o índice S&P500 quebrou 70 vezes sua máxima histórica

Nord Research 09/01/2022 12:00 4 min
O que esperar da bolsa americana em 2022?

Olá, investidor.

A bolsa brasileira começou 2022 com o pé esquerdo. A primeira alta do Ibovespa no ano veio somente na quinta-feira, 6, com ganhos modestos de +0,55 por cento.

No retrovisor, os investidores ainda amargam as perdas de 2021. Enquanto o principal índice da B3 encerrou o ano com queda de -11,93 por cento, as bolsas americanas bateram recorde de alta. O S&P 500, Dow Jones e Nasdaq fecharam no campo positivo, com altas de +26,9 por cento, 18,7% por cento e +21,4 por cento, respectivamente.

O ano das Big Techs

Por trás desses resultados, o analista internacional Cesar Crivelli destaca as Big Techs como empresas fortíssimas para o mercado mundial. Em 2021, por exemplo, o índice Nasdaq foi muito influenciado pelo desempenho das cinco maiores do setor (Apple, Microsoft, Amazon, Google e Meta). Quando removemos essas cinco empresas de tecnologia, o desempenho anual do índice americano passa para o campo negativo, de +21,4 por cento para -20 por cento.

Para 2022, o nosso analista acredita que essas empresas continuarão apresentando bons resultados, mesmo em meio a problemas inflacionários. O aumento nas taxas de juros americanas, entretanto, pode afetar o mercado como um todo.

Adicionalmente, os avanços da vacinação contra a Covid-19 e o aumento da liquidez com estímulos contribuíram para o bom desempenho das empresas listadas nos EUA no ano passado.

A má notícia do Fed

Na segunda-feira, 3, a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve – o banco central americano – azedou os mercados mundiais pelo tom majoritariamente mais duro. O documento indicou um aumento nas taxas de juros antes do esperado e uma redução na carteira geral de ativos para conter a alta inflação nos Estados Unidos.

É importante ressaltar que o comunicado de segunda-feira se refere à reunião de 14 e 15 de dezembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — na qual três aumentos na taxa de juros até o fim de 2022 começaram a ser sinalizados.

O que esperar da bolsa americana em 2022

Com base no comunicado desta semana, entendemos que a retirada de estímulos e a alta nos juros podem afetar a bolsa americana, porém o mercado já precificou parte dessas mudanças. O maior receio, atualmente, é em relação à questão inflacionária, que pode acelerar o aumento de juros e, assim, afetar de forma mais negativa o mercado de renda variável.

Enxergamos, ainda, que o mundo terá que lidar constantemente com a Covid-19, a exemplo das mutações que vimos nos últimos meses, e com a necessidade de reforço da vacina. Contudo, muitas empresas e cadeias produtivas se adaptaram de alguma maneira para enfrentar o coronavírus, por isso acreditamos que as empresas devem continuar a apresentar bons resultados, independentemente da doença. Assim, o que pode surpreender negativamente e afetar os lucros seriam medidas drásticas, como um lockdown.

Como “dolarizar” a carteira

Diante de tudo isso e sem precisar abrir mão dos seus investimentos no Brasil, é possível dolarizar a carteira de duas formas: (i) comprando BDRs pela sua corretora brasileira ou (ii) abrindo conta em uma corretora americana e operando diretamente nos EUA. Ambas têm suas vantagens e desvantagens.

BDRs: há a vantagem de não ser necessário abrir outra conta, podendo ser operados em sua própria corretora no Brasil. Entretanto, não há isenção de IR (todo lucro é tributado) e as opções de investimento são menores, já que apenas algumas empresas têm BDRs listados e com alta negociação (liquidez) no mercado brasileiro

Diretamente: abre a possibilidade de operar qualquer ação/ETF listado nos EUA, diretamente em dólar. Existe isenção de IR (35 mil reais no mês). Uma das principais desvantagens é o spread cobrado em cima do câmbio. Normalmente, as corretoras que disponibilizam câmbio cobram um valor maior na compra e um valor menor na venda.

Recomendamos que os investidores dolarizem cerca de 20 por cento da carteira de ações. Isso deve ser feito de forma constante, com aportes regulares, pois sempre é o momento para ter parte do patrimônio atrelada a moedas fortes, como o dólar americano.

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