O Mundo Das Certezas

As últimas semanas foram de extremo frenesi dos mercados com o fim de várias incertezas. A definição das eleições norte-americanas para um lado mais centrista retira o risco de serem implementadas medidas menos amigáveis aos mercados – entre elas, o aumento de impostos corporativos.

Nord Research 07/12/2020 18:44 5 min Atualizado em: 16/11/2023 14:11
O Mundo Das Certezas

Mais certezas do que incertezas

As últimas semanas foram de extremo frenesi dos mercados com o fim de várias incertezas.

A definição das eleições norte-americanas para um lado mais centrista retira o risco de serem implementadas medidas menos amigáveis aos mercados – entre elas, o aumento de impostos corporativos.

Os resultados de eficácia da vacina da Pfizer, com os níveis se mostrando bastante altos, construíram uma ponte para o futuro. Ademais, neste momento em que o vírus recrudesce, isso é ainda mais importante.

Mais recentemente, as nomeações de cargos para compor o governo Biden, como da ex-presidente do Fed, Janet Yellen, colocam novas rodadas de estímulos ainda mais prováveis.

Estas são as palavrinhas mágicas que o mercado gostaria de ouvir: mais estímulos e mais vacinas. Tudo parece conspirar para termos um mundo forte, com China e Estados Unidos liderando o crescimento.

Em terras tupiniquins, para além dos ventos positivos de fora, também seguimos animados. Bolsonaro (talvez) tenha se lembrado de que todo seu governo é baseado na estabilidade fiscal; com isso, recua em estender o auxílio emergencial e a criação do Renda Brasil.

Parece que, novamente, as peças voltam a se encaixar. O mercado volta a precificar um céu limpo, sem a menor chance de problemas à frente – com as volatilidades dos mercados globais recuando aos patamares do início de 2019.

Saímos da era das incertezas para o mundo das certezas. É isso que me dá medo.

Em tempos de certeza, a sobriedade

Não me entenda mal, não tenho medo deste rally, nem um pouco. O interessante, a meu ver, é o quanto o mercado vive de extremos.

Ontem, os riscos eram demais. Hoje, eles já não existem mais. Isso me impressiona. Inclusive, os leitores que me acompanham de forma recorrente por aqui viram que comentei isso na semana anterior.

Pessoalmente, em um mundo de certezas, é fácil ser otimista. As bolsas sobem desenfreadamente, as volatilidades caem, as moedas emergentes valorizam…

Tudo é a favor do movimento de tomar risco. Tudo que dá dinheiro. É tranquilo se achar o novo Midas.

Em momentos como este, a frase que ecoa nos meus ouvidos é a de sempre: “Be fearful when others are greedy. Be greedy when others are fearful”.

Ela ecoa não porque eu acho que o mercado não vai continuar subindo, ele até vai, mas a partir deste momento, talvez valha a pena considerar fazer um caixa.

Isso é natural e saudável. Quanto mais o mercado sobe, menores são as margens de segurança e maiores os riscos.

Alternativamente, a depender dos seus ativos, vale um simples rebalanceamento, privilegiando segmentos de bom potencial que ficaram largados por estarem fora da temática do mercado no momento.

Seja qual for o caso, minha recomendação para você é: em um mundo de certezas, use a sobriedade.

Em tempo algum, (não) invente moda

Com as bolsas subindo fortemente, é possível que você tenha perdido o rally. É provável até, ainda mais que grande parte da alta tem relação com empresas de commodities (em verde).

Como a rentabilidade foi díspar entre os setores, é possível que você esteja com uma rentabilidade abaixo da bolsa no período. A depender da sua alocação em carteira, você pode até ter ficado no zero a zero.

Neste momento, o sentimento é aquele de ter sido o único a não ter participado da festa. É a sensação de não ter participado do bolão da firma – na loteria que deu prêmio para todo o escritório, menos para você.

Esse tipo de emoção nos leva a querer correr atrás do tempo perdido. A partir de então, você jogará na Mega-Sena todas as semanas à frente.

No mercado, significaria seguir a manada. É ir comprando o que está na moda, sem ao menos entender como a empresa funciona.

Isso, já lhe adianto, é a receita para o fracasso. Ao não compreender os negócios nos quais investimos, temos dificuldade de ver o quanto aquele evento impactou, de fato, as operações da companhia.

Nessas horas, sem profundo conhecimento das empresas, é difícil entender a diferença entre preço e valor.

Sem essa base, entramos no campo das emoções, e nossa reação básica como seres humanos é nos livrar de qualquer “problema”.

Resumindo: vendemos no pior momento. O antídoto para isso é conhecer as empresas do mundo real.

Isso vai lhe dar confiança para aumentar a posição quando o mercado entrar em pânico, mesmo sem saber quando você recuperará o dinheiro.

Em situações como essa, todos nós já ganhamos (e perdemos) dinheiro na nossa querida bolsa.

Resumindo...

Não invente modas. Investir no que você não conhece é o caminho para perder dinheiro.

Esqueça o Ibovespa. Foque em comprar boas empresas no preço certo, é isso que vai lhe gerar retorno de longo prazo.

Todo o tempo, conte conosco

Desde a sua criação, a Nord tem o propósito de ajudar o pequeno investidor a investir melhor nas diferentes classes de ativos.

Queremos que você construa a sua riqueza financeira com qualidade, sem vender sonhos e esperanças de fortuna rápida.

Nós sabemos (e vemos até hoje) a quantidade de gente que já perdeu o patrimônio de uma vida toda ao fazer esse tipo de aposta.

Não queremos isso para você. Se for investir em ações diretamente, sugiro que realmente gaste um tempo estudando as empresas da sua carteira.

Tenho certeza de que meus colegas – Bruce, no Investidor de Valor, e Ricardo, no Nord Dividendos, terão prazer em ajudá-lo.

Ou então, caso queira recomendações sobre os melhores gestores do Brasil, conte comigo no Nord Fundos.

Seja qual for a sua escolha, conte conosco sempre.

Abraços,

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