Evite novos 7x1

Poucos gostam de relembrar, mas ontem foi aniversário de 7 anos do fatídico Brasil x Alemanha no Mineirão.

O ano de 2014 ficou marcado na vida de muitos brasileiros. Estávamos entrando na maior crise econômica já registrada, inflação em alta, desemprego subindo, eleições presidenciais polarizadas e disputadas nos detalhes – inclusive, repletas de crenças conspiracionistas a respeito da morte de Eduardo Campos, um dos candidatos favoritos.

Em um ano muito conturbado, a luz no fim do túnel era a Copa do Mundo. A esperança do HEXA em casa era o que vibrava a todos e, naquele segmento, nós éramos os melhores. Por alguns poucos dias, nós éramos a estrela do momento e isso nos bastava. O Brasil gerava medo.

Levar o campeonato amenizaria a dor e o sofrimento dos dias difíceis no campo econômico. Chegamos à semifinal e a seleção contava com amplo apoio da torcida. Nada poderia dar errado.

O resto é história…

Olhando para o mercado

Saindo do futebol e falando de investimentos, trago para vocês a comparação de duas empresas do setor de varejo: Magazine Luiza e Lojas Americanas.

Em 2014, a Lojas Americanas (laranja) valia na bolsa de valores aproximadamente 18 bilhões de reais, enquanto Magazine Luiza (vermelho) valia modestos 2 bilhões de reais.

Durante um bom tempo – quando o varejo digital não era algo tão difuso – a diferença entre as empresas foi enorme, Lojas Americanas chegou a valer mais de 9x Magalu em 2017.

Ciente de que era preciso mudar, o Magazine Luiza passou por diversos processos de reinvenção, trocou o management, focou em digital e na experiência do usuário, enquanto Lojas Americanas parou no tempo, utilizando seu plano “padrão” que tinha dado certo nos últimos anos.

O resultado? O mundo mudou e Magalu vale hoje 134 bilhões, enquanto Lojas Americanas vale 40 bilhões.

A Lojas Americanas, que chegou a valer 9x mais do que o Magalu em 2014, vale 3x menos quase 7 anos depois, simplesmente por não reagir às mudanças de mercado a tempo.

A estratégia de ontem pode não servir hoje

O investidor que não se atentou à mudança no setor de varejo e seguiu acreditando que Lojas Americanas seria o “big player” do mercado para sempre teve o mesmo resultado que a nossa querida seleção em 2014.

Isso porque a solução que deu certo no passado não necessariamente funcionará para sempre. Existem diversos outros fatores que influenciaram os resultados, tanto da Copa do Mundo quanto das ações das varejistas em questão, e quem não percebeu isso sofreu um “7x1” na bolsa também.

Não há fórmula mágica

Sinto lhe dizer, mas a verdade é que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de bolso que vá dar certo sempre.

Para toda regra há uma exceção, e provavelmente você não obterá sucesso fazendo as mesmas coisas sempre. Há muita coisa que as planilhas de Excel não respondem. É preciso despender um pouco de tempo para estudar os casos, o cenário competitivo, as mudanças tecnológicas, para então chegar à conclusão se vale ou não a pena investir em determinada ação.

Adotar estratégias que deram certo no passado não garante sucesso no presente. É preciso ir além.

Mas não se desespere, fazer esse tipo de estudo não é nada do outro mundo. Aqui, na NORD, ajudamos você a chegar ao seu objetivo final.

Olhando sempre para o futuro, fazemos análises em que só importa o que vai acontecer daqui para frente. Jamais se apaixone por empresas que subiram, por setores que se destacaram ou por tendências.

Na série Nord Small Caps, eu e minha equipe estamos de olho no que vem adiante. O mundo está em constante movimento. Todos temos que ser muito mais Magalu do que Americanas.

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Abraços,