Não entre em IRB (IRBR3): esclarecimentos e recomendações

Nesta quarta, 26, os índices futuros americanos avançam pela manhã à espera de uma decisão do Fed

Nord Research 26/01/2022 13:34 8 min
Não entre em IRB (IRBR3): esclarecimentos e recomendações

Nord Insider

Olá,

Nesta quarta-feira, 26, os mercados mundiais operam em alta com os investidores à espera do anúncio de política monetária do Fed, à tarde.

Na agenda econômica, o destaque será a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação oficial, de janeiro, e nos Estados Unidos sai a decisão de juros do Federal Reserve, às 16 horas (horário de Brasília).


Confiança do consumidor é a menor em nove meses, diz FGV


Influenciada por um pessimismo em relação à trajetória futura da economia brasileira, a confiança do consumidor brasileiro caiu 1,4 ponto em janeiro, para 74,1 pontos, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira, 25.

A queda resultou no menor nível em nove meses e foi influenciada pelo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses.

A relevância disso, para Christopher Galvão, analista de renda fixa da Nord Research, é que a queda da confiança do consumidor pode dificultar o processo de recuperação da atividade, principalmente em relação às perspectivas sobre o consumo.

Se a confiança do consumidor continuar caindo nos próximos meses, as pessoas podem acabar consumindo menos e isso está muito relacionado à dinâmica do mercado de trabalho. Por isso, será importante acompanharmos os diferentes dados de atividade ao longo de 2022.


Nubank agora vale menos que Itaú e Bradesco


Depois de perder o posto de instituição financeira mais valiosa da América Latina para o Itaú Unibanco, o Nubank (NYSE: NU) foi ultrapassado por outro dos grandes bancões, o Bradesco.

Ao fechar o pregão de terça-feira, 25, o “roxinho” tinha um valor de mercado de 33,46 bilhões de dólares, atrás do Bradesco, 34,32 bilhões de dólares, e do Itaú, 38,9 bilhões de dólares.

Desde a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em 8 de dezembro, a ação do Nubank acumula baixa de -17,5 por cento e acabou fechando o pregão de ontem, 25, a 7,42 dólares na Bolsa de Nova York, abaixo de 9 dólares na estreia.

Wall Street recua pressionada por tecnologia

À espera do plano de ações do banco central americano (Federal Reserve, o Fed), papéis de tecnologia como do Nubank têm estado de modo geral sob intensa pressão por parte dos investidores nas últimas semanas. A expectativa geral é que o Fed eleve ainda mais o tom contra a inflação. A decisão da política monetária será anunciada nesta quarta-feira, 26.

Ontem, mais uma vez, o índice tecnológico Nasdaq ficou na ponta negativa dos índices de Nova York, fechando em queda de -2,28 por cento, a 13.539,30 pontos.

Para Danielle Lopes, analista de ações da Nord Research, o preço atual da ação do Nubank ainda é caro, independentemente do cenário internacional adverso para empresas de tecnologia, diante da dificuldade da companhia nos resultados anteriores, com acúmulo de prejuízos.

Uma oportunidade muito melhor

A Danielle vê o BTG Pactual (BPAC11) como um negócio consistente e com comprovado poder de gerar lucros. Com isso, cresce +40 por cento ao ano e a 11x lucros, oferecendo uma boa oportunidade de compra. A alta rentabilidade e enorme avenida de crescimento (já executada e seguindo) nos dão confiança o suficiente para manter nossa posição.

BPAC é uma das oportunidades da carteira do Nord Ações, que tem a nossa analista como responsável.


Por que o valor do Nubank por cliente é o triplo do Inter


Mesmo com suas ações em queda desde o IPO, o Nubank segue sendo negociado a múltiplos bem superiores a seus pares, principalmente em relação ao Inter (BIDI11).

Após dois meses de sua abertura de capital, o Nubank, que possui quase 50 milhões de clientes, é avaliado atualmente em cerca de 785 dólares por cliente, enquanto o Inter, com 16 milhões de clientes, somente 260 dólares por cliente.

No entendimento do nosso analista Victor Bueno, os números confirmam que mesmo com boas perspectivas de continuar entregando crescimento (G) no longo prazo, o banco do cartão roxo entrou na bolsa americana por um valuation que não acreditamos ser capaz de cobrir os possíveis riscos e incertezas do negócio (ARP).

Aproveitamos para elogiar o relatório do time de analistas da série Nord 10X, Rafael Ragazi e Victor Bueno, com a análise sobre o potencial de crescimento do Nubank e os motivos para terem ficado de fora do seu IPO. Ainda no mesmo relatório, eles detalham os porquês de acreditarem que BIDI11 era e continua sendo uma oportunidade muito melhor de investimento.


Entrando no Detalhe

IRBR3: o que esperar da empresa em 2022, após prejuízo em novembro

Se você é investidor do IRB Brasil (IRBR3), talvez considere esta uma discussão pessimista — e respeitamos a sua opinião. Entretanto, o nosso compromisso sempre foi oferecer a você informações que o ajudem a investir melhor.

Tendo isso em vista, vamos ao papel que caiu cerca de -1,80 por cento após a empresa divulgar o relatório periódico mensal de novembro do ano passado, em que registrou prejuízo líquido de 113,8 milhões de reais. Embora 15,6 por cento abaixo da marca de novembro de 2020 (perda de 134,8 milhões milhões), no acumulado do ano passado, o resultado negativo somou 510,4 milhões de reais.

A resseguradora também apurou uma queda de cerca de -0,5 por cento nos prêmios emitidos no período, para 706 milhões de reais, enquanto as despesas com sinistros subiram +13,5 por cento, para 413,3 milhões de reais.

Com a piora dos números, o IRB está cada vez mais distante de voltar a ser “a resseguradora mais rentável do mundo”.

A empresa que nunca mais voltou do abismo

Depois que a gestora carioca Squadra questionou a recorrência dos resultados do IRB e expôs a realidade ao mercado no começo de 2020, a companhia nunca mais voltou do abismo. O mercado tomou conhecimento sobre tudo o que os gestores faziam para inflar artificialmente seu lucro.
Na visão do analista responsável pela série Nord Deep Value, Fabiano Vaz, os números que vemos hoje são os resultados de anos de péssimas gestões e de manobras nos balanços. No final das contas, o negócio de resseguros não é lucrativo e rentável como parecia ser.

Em busca da credibilidade perdida

Mais recentemente, em busca de recuperar a credibilidade dos investidores, Raphael Carvalho assumiu o cargo de novo CEO do IRB Brasil, com mandato até 2 de julho de 2023.

O executivo ostenta uma carreira de mais de 30 anos em instituições de grande porte (BTG, Nationwide Financial e Russel Reynolds), além de experiência no setor. Nos últimos seis anos e meio, Carvalho ocupou o cargo de presidente da seguradora Metlife para o Brasil e Colômbia.

Em relação à mais recente etapa do processo de reestruturação e transformação do IRB, consideramos que (talvez) este seja o único ponto positivo: a intenção de deixar a companhia mais enxuta e redefinir alguns negócios.

No nosso entendimento, a grande dificuldade da nova diretoria é fazer com que a empresa volte a ser rentável. No momento, acreditamos que os papéis do IRB devem continuar com forte volatilidade e seguir em tendência de queda.

As ações ON (IRBR3) da resseguradora acumulam -91,14 por cento de perda desde fevereiro de 2020, quando eram cotadas acima dos 40 reais por ação.

Fonte: Bloomberg

Dito isso, o que fazer?

A nossa recomendação é de venda para as ações IRBR3. Vemos uma tese com grande risco e sem perspectiva para conseguir reverter esse cenário difícil.

Destacamos XP Investimentos (XPBR31) e BTG Pactual (BPAC11) como as preferências do nosso analista, Fabiano Vaz, por terem uma ótima oportunidade de entrada no momento e por serem empresas do setor financeiro que crescem a patamares elevados, com ótimas perspectivas para o futuro e que negociam a múltiplos atrativos.


Relevante agora

CSHG Renda Urbana (HGRU11) vende imóvel por 6 mi de reais


O CSHG Renda Urbana (HGRU11) informou que concluiu a venda de um imóvel localizado na cidade de Batatais, estado de São Paulo, locado para Casas Pernambucanas. Em contrapartida, o Fundo recebeu 6 milhões de reais, equivalente a 8.251,05 de reais por m² .

O imóvel foi adquirido em 6 de novembro de 2020 por 5.046.834,63 milhões de reais, o equivalente a 6.940,3 reais por m². Com isso, a operação gerou um lucro de 953.165,37 mil reais, equivalente a aproximadamente 0,05 centavos por cota, ou seja, um ganho equivalente a 19 por cento (TIR de 22,5 por cento) — superando até mesmo a inflação do período.

Como o preço do imóvel foi pago ao Fundo, o lucro da operação irá compor a distribuição de resultados do primeiro semestre de 2022, sendo que, a partir da presente data, o comprador fará jus ao aluguel mensal de aproximadamente 0,002 centavos por cota.

O analista de fundos imobiliários, Marx Gonçalves, previamente falou para os assinantes do Nord FIIs, na Edição 75, que a gestão do HGRU11 havia manifestado a intenção de realizar vendas isoladas de alguns ativos do portfólio para o varejo, com o objetivo de auferir ganhos de capital a partir da gestão ativa da carteira. No grupo do FIIs, o nosso analista vai atualizar como se dará a alocação de parte dos recursos obtidos com a venda do imóvel.


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