MRVE3: recomendamos compra e vemos potencial de valorização

Bolsas sobem na manhã desta sexta-feira, à espera dos dados de inflação nos EUA

Nord Research 27/05/2022 13:03 6 min
MRVE3: recomendamos compra e vemos potencial de valorização

Nord Insider


Nesta sexta-feira, 27, o pré-mercado de Nova York abre em alta à espera dos dados de inflação dos Estados Unidos. O conflito na Ucrânia também segue em destaque no cenário internacional.

Na agenda econômica, as atenções no Brasil estão voltadas para o cenário eleitoral e para o protocolo da oferta de ações da Eletrobras que estava previsto para quinta, dia 26. Nos Estados Unidos, saem o Índice de Preços (PCE) e o núcleo do índice PCE referente a abril.

Principais assuntos de hoje:

  • MRVE3: recomendamos compra;
  • As maiores quedas da bolsa.

MRV planeja liderar o mercado multifamily americano com capitalização da AHS

Os planos de expansão internacional da MRV (MRVE3) fazem jus à fama de “come quieto” do mineiro. A construtora de Belo Horizonte está ganhando cada vez mais espaço nos Estados Unidos, a partir de sua subsidiária AHS Residential.

A companhia quer se tornar a maior construtora do segmento americano de construção multifamily (unidades construídas e alugadas pela própria empresa, com toda a infraestrutura e sistema de serviços compartilhados) e, para isso, planeja o investimento de 6 bilhões de reais nos próximos cinco a seis anos.

Capitalização da AHS

A empresa contratou o Bank of America (BofA) e o BTG Pactual para buscar interessados em acelerar o ritmo de expansão.

O dinheiro do futuro sócio será usado para fomentar construções nos Estados de Flórida, Georgia e Texas, além de aumentar a atuação no Colorado e mais adiante, no Arizona e no distrito de Washington.

Hoje, a AHS ocupa a 21ª posição no mercado multifamily norte-americano, segundo ranking da NMHC (National Multifamily Housing Council), mas a expectativa é que alcance o pódio em poucos anos com o impulso dos possíveis novos investimentos.

Segundo o analista Victor Bueno, da série Nord 10X, ainda que os Estados Unidos também estejam vivendo um cenário de alta de juros, o segmento que a subsidiária atua continua bastante aquecido por lá — pelo menos na região em que estão presentes, conhecida como “Sun Belt” (sul dos EUA).

AHS muda nome para Resia

O novo sócio ainda vai encontrar uma empresa de cara nova. A AHS passa agora a se chamar Resia, marca inspirada no termo “residencial”.

A subsidiária do grupo MRV precisou ser rebatizada porque a sigla AHS, que vem de American Housing Solutions, era utilizada por uma empresa de seguros para eletrodoméstico com as mesmas iniciais.

Potencial de crescimento

A AHS possui, atualmente, 1 bilhão de dólares em VGV (Valor Geral de Venda) em projetos em construção nos EUA, mostrando que pode continuar entregando crescimento nos próximos trimestres e sendo um grande diferencial para a MRV. Além disso, a empresa já havia revisado o seu plano de negócios e prevê a construção e venda de 12 mil unidades por ano (o plano inicial era de 5 mil unidades por ano).

Programa Casa Verde e Amarela (versão turbo)

No Brasil, nosso analista avalia que existem, basicamente, dois “gatilhos” para que a companhia retome a sua margem bruta nos próximos trimestres e possa alcançar a sua expectativa, que é de 30 por cento: (i) a falta de oferta, principalmente no CVA, com muitas empresas deixando de operar no segmento e (ii) uma possível correção das regras do programa – ainda mais considerando que estamos em ano eleitoral.

E parece que as coisas também começaram a conspirar a favor da MRV por aqui. O governo federal anunciou nesta semana que elevará os subsídios do programa Casa Verde e Amarela e já está preparando novas mudanças no financiamento para habitação.

A medida é uma tentativa de conter a queda nas contratações do programa, que no primeiro trimestre representaram -15 por cento a menos em relação ao mesmo período do ano passado.

Como vai funcionar:

Sobre a elevação dos subsídios, o aumento será de 12,5 por cento a 21,4 por cento, dependendo da localização do empreendimento, da renda familiar e outros critérios a serem avaliados para o enquadramento no benefício. Apenas como exemplo, para uma família em São Paulo com renda de 2,6 mil reais, o incentivo irá de 12.182 reais para 13.843 reais (+13,6 por cento).

Já para as possíveis mudanças relacionadas ao financiamento do programa, o governo está avaliando reduzir em 1 p.p. a taxa do pró-cotista (linha para trabalhadores com ao menos três anos de contribuição ao FGTS), aumentar a faixa de renda familiar dos grupos 2 e 3 (a faixa de renda do grupo 1 já havia sido aumentada no ano passado) e também ampliar o prazo de financiamentos de 30 anos para 35 anos – este último necessitaria, inclusive, de mudanças de legislação.

O importante é que, enquanto as mudanças ainda estão em processo de implementação ou ainda em estudo, a MRV está conseguindo priorizar os lançamentos do CVA nas cidades com menor concorrência ou lançando mais empreendimentos de suas linhas Sensia e Class (fora do CVA), nas regiões onde os preços já estavam próximos do teto do programa.

O nosso analista reitera sua recomendação de compra para as ações da MRV (MRVE3).


As maiores quedas da bolsa e quais delas vale a pena comprar

Nos últimos 12 meses, dez ações de empresas muito conhecidas entre os investidores entraram em uma verdadeira “queda livre” na B3. Apesar de muito negociadas, elas acumulam grandes desvalorizações.

Fizemos um levantamento buscando compreender quais apostas devem ser mantidas para os próximos trimestres e quais são as escolhas ruins que certamente farão você perder dinheiro.

Essas ações são as de BRF (BRFS3), Cogna (COGN3), Inter (BIDI11), IRB (IRBR3), Magazine Luiza (MGLU3), Méliuz (CASH3), Natura (NTCO), Nubank (NUBR33), Oi (OIBR3) e Via (VIIA3).

Das dez empresas na lista das maiores quedas, para oito delas temos recomendação para ficar de fora do papel, ou seja, vender a posição. Mantemos a recomendação de compra apenas para Inter e Oi. “Por qual motivo?” – você deve estar se perguntando.

Pouca gente se dá conta de como a matemática é perversa quando o assunto é recuperação de preços, mas vamos explicar: à medida que as quedas se intensificam, a necessidade de ganho passa a ser extremamente improvável. Uma ação que cai -90 por cento precisa de um ganho de +900 por cento só para voltar ao preço inicial.

Para quem segurou algum desses papéis e amarga prejuízos, o nosso recado antes que você se desespere é: se as perspectivas da empresa para o futuro forem boas, compre a ação ou mantenha o papel na carteira. Se forem ruins, livre-se dela imediatamente, não importando se você está ganhando ou perdendo dinheiro.

Via Varejo

Em 2021, as ações da varejista caíram -67 por cento. No acumulado do ano até 16 de maio, acumulam uma queda de mais -51 por cento.

Inter

Como empresa de crescimento, o Inter tem seu valor cotado mais à frente e ficou entre as maiores quedas. As ações acumulam perdas na ordem de -80 por cento desde a máxima alcançada em julho de 2021.

Méliuz

A empresa de cashback foi de uma valorização de +300 por cento na abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) para uma queda de -87 por cento desde o pico.

De forma simples e direta, acesse aqui a análise completa das 10 maiores quedas da bolsa brasileira (Nubank está na lista, apesar de estar listada na bolsa americana).


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