Luna 2.0 é farinha do mesmo saco

Uma boa oportunidade para não cometer o mesmo erro

Luiz Pedro Andrade de Oliveira 28/05/2022 12:00 4 min
Luna 2.0 é farinha do mesmo saco

Olá, pessoal! Eu sou o Luiz Pedro, responsável pelo Nord Crypto Master, a carteira de criptoativos da Nord.

Se você acompanha esta newsletter semanalmente, observou que tenho falado bastante sobre o colapso da Terra Luna, criptoativo que fazia parte dos 10 mais capitalizados do mercado e veio a zero em menos de 5 dias.

Esse ativo nunca foi uma recomendação nossa. Inclusive, fiz o contrário: desaconselhei o investimento no ativo aos clientes que entraram em contato comigo e perguntaram sobre LUNA.

Então, por que falar dele e dos desdobramentos do colapso?

A resposta é simples: para ir na contramão do mercado e não fazer “clickbait” (estratégia usada para gerar tráfego). Quero aconselhá-los a fazer a coisa certa que é passar longe desse ativo.

A Terra Foundation abriu uma votação para definir o futuro do projeto, na qual a proposta aceita foi a de descontinuar o ativo e a blockchain antiga e começar uma nova blockchain com uma nova cripto, distribuindo tokens aos usuários que detinham LUNA antes do crash.

A antiga LUNA (sim, a que “quebrou”) passará a se chamar Luna Classic (LUNC) e a nova assumirá o nome da antiga, ou seja, LUNA.

Estranho, né? Calma que piora.

A nova Luna será distribuída aos antigos detentores da LUNA e do UST antes do crash como uma forma de “compensação”.

Serão criados, no total, 1 bilhão de LUNA, distribuídos na seguinte proporção:

  • Pool comunitário controlado pelos validadores: 30 por cento.
  • Detentores de LUNA antes do crash: 35 por cento, sendo 30 por cento disso distribuído no lançamento para quem tinha menos de 10.000 LUNA.
  • Detentores de UST antes do crash: 10 por cento, sendo 30 por cento disso distribuído no lançamento.
  • Detentores de LUNA após o crash: 10 por cento, sendo 30 por cento disso distribuído no lançamento.
  • Detentores de UST após o crash: 15 por cento, sendo 30 por cento disso distribuído no lançamento.

O que não for distribuído “fica vestido” em dois anos, com espaçamentos de 6 meses. Ou seja, a cada 6 meses tem um air drop de LUNA na carteira de quem detinha o ativo.

O modelo, na minha opinião, é péssimo e está fadado ao fracasso. Coloco muito a minha credibilidade em risco falando isso, mas faço sem medo.

Primeiramente, estamos em um bear market. O apetite a risco é diminuto nesse cenário. Poucos vão querer correr tal risco. Pode ser que no curto prazo o projeto tenha uma alta volatilidade e que vejamos o preço subindo e diversas notícias a respeito. No entanto, a longo prazo, a especulação não é o suficiente para sustentar uma cripto.

Além disso, o modelo de distribuição em meio a um caos recente, com 21 por cento da distribuição total sendo depositada na carteira dos antigos detentores no primeiro dia, pode trazer uma pressão vendedora que seria um percalço a mais para a “nova Luna”.

Por fim, o fator primordial para o sucesso de um criptoativo no longo prazo é a credibilidade. E a da equipe de desenvolvimento, convenhamos, não existe mais, pelo menos não com investidores sérios. Talvez os torcedores apaixonados ainda se iludam que o projeto tem algum futuro, mas quem acompanha o caso com mais seriedade não vê nenhum otimismo.

Os processos sobre Do Kwon, fundador da Luna, estão começando. A Luna Foundation também está sendo processada. A equipe de advogados abandonou o barco a naufragar.

Se “quem não tem bitcoin é maluco”, de acordo com Charles Wicz (o Economista Sincero), devo dizer que “quem tem LUNA também é maluco” ao optar por comprá-la ou mantê-la a longo prazo.

Tenho a alegria e a satisfação de ter ajudado os assinantes do Nord Crypto Master a não caírem nessa. E, com esta newsletter, quero ajudar vocês a não caírem na mesma cilada que muitos do mercado caíram!

Um abraço,



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