Já estamos no Metaverso

Nord Research 13/11/2021 13:00 9 min
Já estamos no Metaverso

Um Novo Tempo

Olá, meu nome é Luiz Pedro, e sou um dos especialistas de investimento da Nord Research. Eu cheguei para ser responsável por um tipo de ativo que até então a Nord não acompanhava de perto.

Sei que há certa resistência dos mais tradicionais em aceitar a importância dessa categoria de investimento que dedico minha vida a estudar.

Mas vou citar uma frase que deveria fazer você pensar a respeito (caso você seja um dos que ainda preferem olhar para o outro lado):

"Este mercado já está grande demais para ser ignorado."

Quem disse foi o Bank of America, em tom institucional, no seu relatório mensal. “O Bitcoin e o mercado de criptoativos são grandes demais para serem ignorados.”

Embora tenha ganhado o status com a frase, o Bank of America não foi a única nem sequer a primeira grande instituição a entender o potencial desse mercado que, hoje, vai muito além do Bitcoin e do racional de moeda descentralizada. Outras grandes empresas já deram os primeiros passos no mercado de criptoativos, dentre elas:

  • Goldman Sachs e JPMorgan oferecendo fundos de Bitcoin e Criptoativos para seus clientes premium;
  • Tesla e MicroStrategy investindo parte do caixa em Bitcoin;
  • PayPal negociando criptoativos e fornecendo a possibilidade de realizar pagamentos com eles nos EUA e Reino Unido;
  • Adobe que, através do Photoshop, possibilitou a criação de artes digitais não-fungíveis registradas em blockchain (os famosos NFTs);
  • Twitter: passou a possibilitar pagamentos e gorjetas a criadores de conteúdo na plataforma utilizando Bitcoin.

A Nord também entende que não dá para não ficar de olho no que está acontecendo. Então você, a partir de hoje, pode contar comigo para trazer as principais novidades sobre o tema.

Para entender como esse mercado chegou tão longe – tão rápido –, vale uma breve retrospectiva.

O “mercado cripto”, como ficou conhecido popularmente, começou com o Bitcoin. Ele foi o primeiro ativo dessa classe, criado em 2008, por um perfil anônimo cujo dono permanece desconhecido. Não me entenda mal: o Bitcoin ainda é o grande representante desse mercado. No entanto, não é mais o principal foco de inovação e de oportunidades que essa nova classe de ativos traz para os investidores.

Com o Bitcoin veio a blockchain: tecnologia que une diversas soluções criadas no passado para o registro de informações e transações de forma descentralizada, isto é, sem a necessidade de um intermediário de confiança.

O intermediário, no sistema tradicional, pode ser um banco, no caso de uma transação financeira, ou uma empresa, no caso de uma transação de dados, imagens, programas, vídeos etc.

Além disso, a blockchain traz outras vantagens como a irreversibilidade de transações monetárias ou de informações; a transparência, já que todas as transações podem ser checadas em tempo real; e o pseudo-anonimato, já que nas transações não tem seus dados pessoais, mas apenas um “endereço”, composto de caracteres e numerais aleatórios e criptografados que remetem ao usuário e às transações que ele realiza.

O grande salto de potencial do mercado de criptoativos veio a partir do momento em que se percebeu que as aplicações possíveis para blockchain iam muito além da transação monetária, como foi inicialmente proposto pelo Bitcoin, e poderia causar uma disrupção em tantos outros mercados.

Essa evolução da usabilidade da blockchain surgiu em 2013, com a criação da Ethereum.

A Ethereum propôs a criação de “contratos inteligentes” (smart contracts), que são autoexecutáveis mediante programação prévia e registrados na sua blockchain. Aqui, não estamos falando de contratos do âmbito jurídico. Os “contratos” estão muito mais presentes na nossa vida, e de forma muito mais ampla do que imaginamos.

Por exemplo: o ato de pedir um Uber na sua casa é um exemplo de contrato por meio do qual você receberá o serviço, que é ser buscado em casa e levado até seu destino; e o motorista está de acordo com a proposta, desde que você pague um valor estabelecido pelo algoritmo da Uber. No fim, se o motorista cumprir o serviço, o pagamento acontece e a Uber verifica o cumprimento desse contrato.

Esse é apenas um dos diversos exemplos de contratos do nosso dia a dia. E, no exemplo, já fica clara a existência de um intermediário de confiança. Na verdade, mais de um! Temos a Uber, a emissora do cartão, os bancos e, se você pagar com o cartão na hora, ainda tem a empresa que faz a máquina do cartão.

A proposta da Ethereum foi de desenvolver a infraestrutura tecnológica para que se pudesse criar alternativas aos serviços que estamos acostumados no cotidiano, com essa lógica descentralizada e com todas as vantagens anteriormente citadas que a blockchain fornece. Isso tudo através do mecanismo dos contratos inteligentes. Hoje, na Ethereum, é possível criar:

  • Utility Tokens: os tokens de utilidade são uma espécie de criptomoeda que utiliza a blockchain da Ethereum para seus registros, que tem usabilidade e fornece vantagens em um ambiente específico. Esses ambientes podem ser desde uma corretora, como a Binance, que tem o BNB; jogos, como o AXS do Axie Infinity; dentre tantas outras possibilidades.
  • DeFis: são as aplicações de finanças descentralizadas, que oferecem serviços financeiros tradicionais como empréstimos, serviços de corretoras e até derivativos em blockchain. Tudo isso com a vantagem da transparência e da desintermediação.
  • Tokens lastreados: é possível criar unidades digitais de produtos reais, com lastro. Hoje temos diversos tokens lastreados nos mais diversos tipos de ativos. Os exemplos vão dos mais comuns, como dólar, euro, metais preciosos (ouro e prata) e até créditos de carbono. As aplicações variadas e esse vasto mercado estão apenas no começo.
  • NFTs: são ativos digitais não-fungíveis, ou seja, cada unidade tem características únicas e, por consequência, valores próprios. O processo de tokenização, ou melhor, transformar um ativo real (seja uma arte, seja uma música ou até mesmo um tweet) em NFT tem crescido exponencialmente, por trazer a comprovação da escassez e de posse. Tudo isso é registrado na blockchain, de forma que todos podem conferir se determinado token é único ou escasso e se determinada pessoa realmente possui aquilo.
  • Games descentralizados: graças aos NFTs, a criação de games descentralizados passou a fazer sentido! Os itens que você conquista dentro do jogo são, na prática, NFTs. Você os tem de fato e consegue comercializá-los por dinheiro real. Além disso, os jogos podem ter suas moedas próprias e elas podem ser negociadas. O jogador pode se divertir e ganhar dinheiro ao mesmo tempo. Esse é o conceito do Play-to-Earn, que vem trazendo grande atratividade para os jogos de cripto que estão surgindo. Grandes empresas, desde desenvolvedoras, como a Unreal Engine ou a Unity, até mesmo a famosa EA, estão começando a dar seus primeiros passos nesse novo caminho que aponta como o futuro da indústria de games, uma das maiores indústrias do mundo.
  • Metaversos: esse é o termo mais recente e, ao mesmo tempo, mais famoso, graças ao anúncio do Facebook (agora Meta) e da Microsoft relacionados aos planos de ambas as empresas de construir ambientes imersivos digitais em blockchain, nos quais os avatares e os objetos podem ser NFTs e promover uma experiência imersiva completamente diferente na internet. Isso é a definição de metaverso que você tanto ouve – trata-se de um dos submercados derivados da blockchain.

Dentro dessas diversas categorias de produtos que podem ser criados na Ethereum e nas suas concorrentes, como Solana, Avalanche, Binance Smart Chain, entre outras, a expansão do mercado vem acontecendo de forma acelerada!

Hoje já são mais de 11 mil criptoativos criados dentro das mais diversas categorias. É claro que grande parte deles não tem muita serventia ou o projeto não se desenvolveu como planejado. Em alguns casos, confesso, não passavam de golpes para roubar o dinheiro dos investidores mais inocentes.

No entanto, não é porque alguns são ruins que devemos criar um receio generalizado com a classe de ativos.

muitas oportunidades no presente momento nesse mercado, com perfil de ganhos altos em casos de sucesso, porém com perfil de risco alto.

Cabe a nós, investidores, tomarmos a melhor decisão na hora de investir nosso suado dinheiro e medir a exposição a essa classe de ativos que é nova e conhecidamente volátil.

Além disso, é claro, também devemos identificar as melhores oportunidades para colhermos os frutos da expansão desse novo mercado. É o que faço há 4 anos, diariamente, e quero te mostrar como você pode fazer o mesmo!

De olho no Bitcoin

Esta semana comprovou a expectativa positiva sobre o principal ativo do mercado cripto. O Bitcoin renovou suas máximas e, enquanto escrevo estas palavras, está sendo negociado agora a 65.125 dólares, BRL 357.560.

  • O ciclo positivo vem sendo impulsionado pelo crescimento do interesse dos investidores institucionais, aliado à criação de mecanismos que possibilitam e/ou facilitam a entrada desses players, como os ETFs, que foram listados nos Estados Unidos. Cada vez mais investidores e/ou figuras relevantes assumem o interesse ou a posse de Bitcoin. Nesta semana, foi a vez de Tim Cook, CEO da Apple, falar publicamente que detém alguns bitcoins.
  • Estados Unidos: foi publicado o relatório de inflação local nesta semana, que foi superior ao esperado para o mês de outubro. A inflação nos EUA em 2021 está em 5,9 por cento. Isso acaba sendo positivo para o Bitcoin, pois o ativo é visto como um hedge para a inflação devido à sua emissão decrescente ao longo do tempo.
  • Um adendo a essa situação: a oferta de Bitcoin nas exchanges está na mínima histórica em termos percentuais. Quem detém bitcoin não vende. Os mineradores, que são os agentes que validam as transações e recebem os novos bitcoins por isso, também não estão vendendo. Há um choque de oferta, com uma demanda crescente, principalmente por parte dos institucionais.
  • Para finalizar, espera-se que amanhã entre em vigor a maior atualização do Bitcoin desde 2017: a Taproot. Em linhas gerais, essa atualização busca tornar os registros das transações de Bitcoin 11 por cento mais leves, além de facilitar alguns serviços. O tema é bem complexo e, para quem se interessar, gravei um vídeo sobre isso no meu Instagram: @faladecripto.


Notícias da Semana no Mercado Cripto

Mastercard lança cartões de pagamento em Bitcoin na Ásia-Pacífico

A gigante de pagamentos anunciou há duas semanas que está em vias de tornar possível o pagamento com criptoativos para toda a sua rede. O primeiro passo foi na Ásia.

CEO da Apple tem Bitcoin e quer implementá-lo nos serviços da Apple

Tim Cook falou sobre criptoativos no DealBook, conferência do The New York Times. Além de alegar ter uma quantidade de Bitcoin em sua posse, revelou que há a possibilidade de integração com o Apple Pay como meio de pagamento no futuro. No curto prazo, ainda não.

Rolling Stone entrando no cenário dos NFTs

A tradicional revista criou dois NFTs de capas das suas revistas ligadas ao tema. Ambas com NFTs da coleção mais famosa do mercado: o Bored Ape Yacht Club.

Capa da Rolling Stone.
Capa da Rolling Stone.


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