Ibovespa reduz perdas; Inflação no Brasil e EUA; HSML11; e balanço de Oi

Ibovespa perde fôlego, mas fecha com ganhos após aprovação da PEC

Nord Research 11/11/2021 13:20 6 min
Ibovespa reduz perdas; Inflação no Brasil e EUA; HSML11; e balanço de Oi


Na quarta-feira (10), o Ibovespa fechou em alta de +0,41 por cento, aos 105.968 pontos, em reação à aprovação em segundo turno da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados. Na contramão do clima azedo no exterior, o índice se segurou em águas positivas apoiado em balanços, mas aumentam as preocupações de uma aceleração da inflação por aqui.

Na agenda econômica desta quinta-feira (11), o IBGE informa os dados de vendas no varejo de setembro. Na temporada de balanços operacionais do 3T21, teremos as varejistas Magazine Luiza, Americanas, Lojas Renner, as construtoras Cyrela e Eztec, IRB Brasil, Rumo Logística, entre outras. No exterior, os investidores acompanharão o relatório mensal de produção da Opep+.

Foram divulgados os dados de inflação no Brasil e nos EUA. Você viu? E não é que os índices vieram acima do esperado em ambos os continentes?

IPCA sobe 1,25 por cento no mês e surpreende analistas

A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), surpreendeu os analistas do mercado financeiro com uma alta de 1,25 por cento em outubro, após subir 1,16 por cento no mês anterior.

O resultado foi informado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Analistas de mercado consultados pela agência Bloomberg projetavam uma alta de 1,06 por cento.

No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 10,67 por cento, ante uma alta de 10,25 por cento do mês anterior.

Segundo o IBGE, os núcleos de inflação – medidas que desconsideram efeitos atípicos provenientes de choques temporários – avançaram de 0,68 por cento para 0,95 por cento na margem.

O combustível foi o principal responsável por puxar para cima a inflação de outubro. Os preços de alimentos e habitação vieram em seguida.

Com o resultado de outubro, a analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, avalia que o  mercado deve continuar elevando as projeções para a inflação, desancorando ainda mais a meta perseguida pelo Banco Central para 2022.

Na opinião da Marilia, está ficando cada vez mais difícil para o Banco Central cumprir a meta do ano (de 3,5 por cento) — o cenário é preocupante. Inflação alta com baixo crescimento sinaliza a possibilidade de termos estagflação ou recessão econômica no próximo ano.

Gráfico apresenta IPCA mensal (%) de out/20 a out/21.


Inflação nos EUA fica acima do esperado em outubro

A inflação é um problema global. Como vimos há pouco, no Brasil, atingimos a maior inflação para outubro desde 2002 e, nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) – equivalente americano ao nosso IPCA – acumulou em 12 meses a maior alta dos últimos 30 anos (+6,2 por cento).

O índice de preços ao consumidor subiu +0,9 por cento em outubro, acima das projeções do mercado, que estimavam uma alta de +0,6 por cento. O resultado foi divulgado pelo Departamento do Trabalho na quarta-feira (10).  

Já o núcleo, que exclui os preços de alimentos e energia, avançou +0,6 por cento na base mensal, acima do esperado (de +0,4 por cento).

Além do CPI de outubro, que veio bem mais forte do que o esperado, o índice de difusão (que mede o percentual de itens que estão subindo de preço) atingiu a máxima histórica, mostrando como a inflação por lá não está apenas alta, como também disseminada.

Com o resultado, fica ainda mais claro que os aumentos de preços nos EUA não são temporários como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vinha afirmando meses atrás.

Devido às preocupações em relação à inflação, os rendimentos das Treasuries de dez anos dispararam ontem, registrando uma alta de 12 bps.

HSI Malls (HSML11) avança para expansão do Shopping Pátio Maceió em 2022

O HSI Malls (HSML11), fundo imobiliário (FII) focado na operação de shopping centers, informou recentemente a aquisição de um terreno anexo ao Shopping Pátio Maceió, imóvel 100 por cento detido pelo fundo e localizado na capital alagoana.

De acordo com fato relevante divulgado pelo HSI Malls, o valor da aquisição é de 6,96 milhões de reais a serem pagos de forma parcelada, em 12 parcelas de 580 mil reais, sendo que a primeira vence na data do fato relevante e o restante nos meses subsequentes.

A operação se dará por meio de recursos do caixa do Fundo, sem a necessidade de realizar uma nova emissão de cotas ou de recorrer a mecanismos de alavancagem.

O ativo possui uma área total de 14.065 m² e é o único terreno adjacente ao Shopping Pátio Maceió. Segundo o Fundo, a compra do espaço vai viabilizar o plano de expansão do shopping sem que haja a necessidade de adquirir novas áreas ou de construir um deck parking (estacionamento suspenso).

Por fim, a companhia informa que o início das obras está previsto para o primeiro semestre de 2022 e adicionará, inicialmente, 2.018 m² de ABL e 100 novas vagas de estacionamento ao shopping. O custo está avaliado em cerca de 10 milhões de reais, gerando um retorno estimado de 14,8 por cento a.a. nos 12 meses subsequentes ao término da obra.

Além disso, a aquisição do terreno permitirá ao HSI Malls realizar outras expansões no local.

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Relevante agora

Nova Oi: nossa análise sobre os resultados do 3T21


A Oi (OIBR3 e OIBR4), que está em processo de turnaround, no qual a empresa está reestruturando sua dívida, apresentou bons resultados no balanço do terceiro trimestre.

Na leitura do Fabiano Vaz, analista de ações da Nord Research, o grande operacional da companhia segue sendo na parte residencial, em que a Oi se destacou em seu turnaround com as receitas de fibra superando as de cobre.

Apesar da leve alta de +2 por cento na receita total do período, as receitas de fibra quase dobraram para uma alta de +98 por cento.

Por outro lado, no segmento B2B (empresas), como o Fabiano vem falando com os assinantes do Nord Deep Value, a companhia continua passando por alguns obstáculos, pois as empresas ainda sofrem com impactos da pandemia e, agora, o cenário piorou com a perspectiva ruim para a economia do país. A receita nesse segmento recuou -9 por cento.

Já a expansão da fibra garantiu a manutenção do patamar do Ebitda que, na comparação trimestral, ainda reportou um crescimento de +14 por cento.

A Oi informou, ainda, que a despesa financeira dobrou na comparação anual, somando R$ 4,8 bilhões, devido ao efeito da desvalorização do real frente ao dólar.

Além do crescimento da dívida, a empresa possui contratos grandes de transmissão de dados por cabos submarinos e satélites em dólar, que foram impactados pelo câmbio, mas não têm efeito caixa.

No caminho certo

Como sabemos, o foco da Nova Oi é a Fibra, e a companhia vem melhorando de forma rápida e consistente, sustentada pela performance da fibra. Segundo o Fabiano, o que ainda pesa são as operações descontinuadas (que estão à venda) e de legado (que estão sendo substituídos por fibra).

O endividamento e o prejuízo sofreram por causa do câmbio, o que, para nós, reforça ainda mais a importância da venda da Oi Móvel.


Em linhas gerais, os resultados são importantíssimos, mas a tese de investimentos em OIBR3 é de reestruturação. Observando os avanços operacionais da empresa, acreditamos que a companhia está caminhando para entregar bons resultados no futuro.

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