Como selecionar Ações pagadoras de Dividendos?

Guilherme Tiglia Alves 11/05/2021 12:58 4 min
Como selecionar Ações pagadoras de Dividendos?

Muitas pessoas que estão iniciando a sua jornada no mercado constantemente se perguntam como selecionar ações para investir.

Existem diversos métodos, e cada indivíduo pode pensar de um jeito, variando muito também conforme cada estratégia de investimentos.

Definitivamente, não há resposta certa – gosto muito de pensar que investir não é uma ciência exata, vale o que você entende como sendo o mais correto e o que mais funciona para você. Siga conselhos, pesquise, estude, mas no fim do dia faça o que você acredita!

Isso dito, vou contar para você um pouco sobre como eu gosto de selecionar ações focadas em distribuição de Dividendos.

Vamos passar por um processo inicial de filtragem. É um ótimo começo e acho que vai ajudá-lo! Vamos lá?

1 - Yield > 5 por cento

Recomendo que, para começar a formar uma carteira de dividendos, considerando os níveis atuais de juros, você escolha Ações com um Dividend Yield de, no mínimo, 5 por cento.

“Mas Guilherme, o que é o Dividend Yield?”

Ele é um indicador de extrema importância na hora de realizar a análise, relativamente tranquilo de entender: ele demonstra, em linhas gerais, a relação em porcentagem dos dividendos distribuídos em relação ao preço da ação.

Quer um exemplo? A empresa distribuiu 10 reais em dividendos nos últimos 12 meses e seu preço de tela hoje é de 100 reais. Logo, o Dividend Yield seria de 10/100 = 10 por cento. Esse é o retorno com dividendos que você levaria comprando essa ação agora…

Utilizamos critérios de distribuição passada nesse exemplo, que podem facilmente ser encontrados no site de Relação com Investidores (RI) das empresas. Contudo, projetar esse yield considerando premissas a respeito do que virá daqui em diante é mais interessante ainda.

2 - Consistência nos lucros e dividendos

De nada adianta a empresa ter uma distribuição extraordinária em um determinado período, com um yield de dois dígitos, mas não apresentar nenhum tipo de consistência na sua distribuição de dividendos ao analisar o histórico.

Um yield muito alto pode ser um fator extraordinário, não-recorrente ou alguma questão cíclica, e saber entender isso é fundamental para investir em dividendos de forma sustentável – comentei um pouco mais sobre isso no meu insight da semana passada.

Abaixo, um exemplo do que falo de consistência/crescimento nos lucros e dividendos: veja que eles estão, quase sempre, em consonância.

Em azul: Lucro Por Ação; Em cinza: Dividendo Por Ação.
Em azul: Lucro Por Ação; Em cinza: Dividendo Por Ação. Fonte: Economática

3 - Fuja de endividamento excessivo

Procure empresas que devam menos do que o seu patrimônio. Nesse caso, é bem fácil olhar: cheque a Dívida Bruta em relação ao Patrimônio Líquido, ambos os dados retirados do balanço patrimonial da companhia. Se a relação for menor que 1, ela deve menos que o seu próprio patrimônio, o que considero mais confortável. Se a relação for 2 vezes, 3 vezes ou mais, eu observaria com outros olhos. Quanto maior, mais alavancada.

Além disso, vale também olhar para a relação Dívida Líquida/EBITDA. Se esse múltiplo for muito alto, acima de 3,0 vezes, por exemplo, também olhe com mais atenção.

É claro que não dá para analisar isoladamente nenhum indicador e, por tal motivo, é muito importante entender a situação atual da empresa, compreender sobre o seu setor, perguntar a si mesmo se a alavancagem condiz com o momento atual de investimentos, se há geração de caixa e disponibilidade para amortizar as dívidas etc.

Se a estrutura de capital da companhia se tornar muito desbalanceada, com grande foco em capital de terceiros, pode ser bem provável que a distribuição de dividendos seja reduzida para fazer frente à redução de alavancagem. É uma questão de prioridade, por isso é essencial olhar para a saúde financeira dos negócios antes de tomar qualquer decisão.

Claro que existem exceções: algumas empresas do setor elétrico, por exemplo, apresentam um fluxo de caixa muito mais estável e previsível, o que lhes permite contraírem dívida mais barata e em maior quantidade. Assim, elas se alavancam para gerar valor com novos projetos, o que traz mais geração de caixa e, consequentemente, mais dividendos lá na frente.

Nord Dividendos

Se você ainda não sabe por onde começar, essas são algumas sugestões de primeiros passos. Você pode, inclusive, consultar alguns dos indicadores fundamentalistas que comentamos na nossa própria plataforma aberta: o Nord Fundamentos.

Falei um pouco sobre a filosofia de investimentos que seguimos no Nord Dividendos: recaímos sobre empresas sólidas, estabelecidas em seus ramos de atuação, que pagam dividendos com recorrência, operam com baixo endividamento e apresentam valuation atrativo.

Você se identificou com a proposta e ainda não criou o hábito de investir? Precisa de ajuda e não quer caminhar sozinho nesta jornada? Junte-se a nós!

Você pode começar com poucos recursos e já ir recebendo dividendos em níveis substancialmente superiores à nossa taxa Selic.

COMECE HOJE

Um abraço,

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