Bolsas mundiais comemoram inflação americana

Será que o pior realmente já passou? Veja a nossa visão

Marilia Fontes 11/08/2022 13:00 3 min
Bolsas mundiais comemoram inflação americana

As bolsas ao redor do mundo subiram mais de +1,5 por cento no mercado na quarta-feira, 10. O S&P 500, bolsa americana, subiu incríveis +2,13 por cento. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3,  avançou +1,48 por cento.

O motivo do otimismo foi o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), dado de inflação americana que ficou estável em julho, enquanto o mercado esperava uma alta de +0,2 por cento. O núcleo de inflação, que exclui alimentos e bebidas, subiu +0,3 por cento, enquanto o mercado esperava alta de +0,5 por cento.

Com os dados mensais melhorando, a inflação acumulada em 12 meses caiu de +9,1 por cento para +8,5 por cento, dando a ideia de que o pico da inflação já passou e que, agora, podemos entrar em uma tendência de queda.

Gráfico apresenta inflação acum. 12 meses (YoY%) – 1980-2022.
Fonte: Versa

Mas será que o pior realmente já passou?

Por trás dessa queda, está a baixa nos preços da gasolina por conta da queda nos preços do petróleo. Vale lembrar que esse é um dos itens mais voláteis do índice. A commodity caiu, principalmente, por conta do medo de recessão mundial com as possíveis altas de juros.

Os itens mais ligados à inflação estrutural, como aluguéis, ainda mostraram altas importantes, que serão mais difíceis de combater, e rodam em torno de +6 por cento anualizado, muito acima da meta de +2 por cento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Gráficos: serviços e aluguel
Fonte: Versa

O mercado de juros americanos começou a precificar uma probabilidade maior de o Fed reduzir o passo de alta das taxas de 75 para 50 pontos-base, entretanto, ao mesmo tempo, o mercado aumentou as taxas de juros de longo prazo.

Ou seja, se o Fed der menos juros hoje, a autarquia terá que dar mais juros amanhã.

Fonte: Bloomberg

As bolsas não se preocuparam com o risco de desancoragem da inflação e começaram a subir. Inflação é de certa forma positiva para a bolsa, uma vez que o preço das ações é uma variável nominal.

Além disso, épocas de inflação mais alta tendem a ser períodos de consumo forte, o que também ajuda as empresas.

Ibovespa. Fonte: Bloomberg

O dado mais fraco de inflação americana somado ao IPCA, considerado a inflação oficial do país, negativo em julho no Brasil (também por conta da queda dos preços dos combustíveis, via redução do ICMS), fez com que a nossa bolsa subisse quase +15 por cento em menos de um mês.

Nada mal, não é mesmo?

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Os clientes do Nord Advisor aproveitaram! Aumentamos a alocação de bolsa nos portfólios justamente quando a bolsa estava deprimida.

Mas confesso para vocês que essa recuperação rápida foi pura sorte e não estávamos com esse cenário na cabeça.

O aumento de risco em bolsa veio puramente por conta da assimetria que víamos com a bolsa em patamares tão baratos.

Mas nem nos nossos sonhos mais otimistas imaginávamos uma alta tão rápida, ainda mais porque ainda temos os mesmos riscos de antes pairando no radar.

Ainda temos inflação alta e persistente no Brasil e no mundo. Ainda temos o risco fiscal e eleitoral.

Por todos esses motivos, eu fico me perguntando se não seria melhor fazer uma proteção contra quedas. Acho difícil imaginar que essa alta tão rápida seja sustentável.

Mas vamos deixar isso para os próximos capítulos do Nord Advisor.

Caso você não conheça o produto, fica desde já o convite para acessá-lo.

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Uma ótima semana e bons investimentos.


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