Bitcoin gasta muita energia?

Nord Research 23/12/2021 20:37 3 min Atualizado em: 28/12/2021 12:09
Bitcoin gasta muita energia?

Olá, eu sou o Luiz Pedro, responsável pelo Nord Crypto Master, a carteira de criptoativos da Nord.

Hoje trago um dos debates mais relevantes sobre o Bitcoin, que provavelmente você já ouviu em algum lugar: o Bitcoin gasta muita energia?

É um gasto energético preocupante?

Para você que ainda não sabe de onde vem esse gasto energético, vou explicar.

A validação das transações de Bitcoin se dá em blocos. Cada bloco de transações traz consigo uma equação criptográfica, que apenas computadores muito potentes resolvem.

O computador que consegue resolver a equação primeiro valida o seu bloco e as transações nele inseridas, e registra-o na Blockchain (tecnologia de armazenamento de dados do Bitcoin).

Em troca, ele recebe os novos Bitcoins, que são criados para remunerar esses validadores. Isso é o que chamamos de mineração.

A mineração é hoje uma atividade industrial, em que grandes empresas compram grande quantidade de máquinas ASICs (específicas para a mineração) e montam galpões com centenas, até milhares, delas.

Máquinas de mineração de Bitcoin em um galpão

Na essência da análise da mineração, a atividade é uma troca de energia elétrica, para produção de poder computacional, por dinheiro em forma de Bitcoin.

Daí veio a discussão sobre o quanto se gasta de energia para manter a rede do Bitcoin operacional. Esse debate já existe há anos, mas veio à tona de forma mais ampla quando Elon Musk, CEO da Tesla, decidiu que sua empresa não aceitaria mais BTC como pagamento, pelo fato de a rede ser um potencial risco ao meio ambiente.

À época, em abril de 2021, cerca de 75% do poder computacional do Bitcoin era produzido em território chinês, onde a produção energética é predominantemente de fonte termelétrica.

Após o banimento da mineração por parte do governo chinês, diversos países passaram a apoiar a atividade, aproveitando-se do mercado multibilionário que a China vetou em seu território.

Hoje, a mineração encontra-se muito mais distribuída pelo mundo, com predominância nos EUA, com destaque para o estado do Texas, que abraçou a atividade por meio de seu governador.

A evolução decorrente dessa migração foi a busca progressiva por fontes de energia sustentável. Não para satisfazer Elon Musk, mas para alinhar o Bitcoin ao propósito de ser uma revolução financeira que não trouxesse malefícios para o planeta.

O principal esforço criado foi o Conselho de Mineração de Bitcoin (BMC). Trata-se de uma organização com as principais empresas de mineração sediadas nos EUA, que unem esforços em prol de tornar a atividade mais sustentável, além de trazer dados reais que desmistificam a narrativa de que a mineração é uma atividade nociva.

Hoje, por exemplo, a mineração corresponde a 0,12% do gasto energético global, com 188 TWh por ano, inferior ao das luzes de natal, com 201 TWh por ano.

Fonte: Bitcoin Mining Council

Além disso, a indústria de mineração é a com o maior crescimento de uso de energia renovável. Segundo pesquisa realizada pelo BMC, 57% da energia elétrica utilizada para mineração vem de fontes renováveis. Entre os membros do BMC, esse número é ainda maior (67%).

Essa é mais uma das evoluções que o Bitcoin vem apresentando, que vai além da sua eficiência transacional e da sua vasta usabilidade.

O Bitcoin também evolui em termos ambientais, e os esforços da comunidade apresentam resultados concretos.

Da próxima vez que você ouvir alguém falando que Bitcoin é ruim porque é nocivo ao meio ambiente, você já tem alguns argumentos para debater.

Se ainda não for suficiente, tem mais: a mineração de ouro gasta 265 TWh por ano; e o sistema bancário, como um todo, aproximadamente 750 TWh por ano.

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