Arezzo é a melhor aposta no varejo em 2022?

Nesta sexta-feira, 4, o pré-mercado de Nova York opera em alta com resultados fortes da Amazon

Nord Research 04/02/2022 13:20 8 min Atualizado em: 04/02/2022 14:50
Arezzo é a melhor aposta no varejo em 2022?

Nord Insider


Olá, investidor.

Nesta sexta-feira, 4, o pré-mercado de Nova York opera em alta impulsionada pelo balanço astronômico de outra “big tech”, a Amazon.

Na agenda econômica, o destaque fica por conta dos dados de emprego nos Estados Unidos de janeiro, o Payroll, com a criação de vagas, taxa de desemprego e ganho médio por hora.


O mercado exagerou na queda das ações da Meta, dona do Facebook?


As ações da Meta, dona do Facebook, chegaram a cair -26 por cento no pré-mercado de Nova York na quinta-feira, 3, e fecharam em queda de -26,4 por cento, cotadas a 237,76 dólares. Com o recuo, a empresa de Mark Zuckerberg desvalorizou 230 bilhões de dólares em um único dia, a maior baixa de uma companhia americana já registrada.

Por que a empresa virou destaque no mercado acionário?

A queda nas ações teve início na quarta-feira, 2, depois que a gigante de tecnologia informou que o número de usuários ativos diários na América do Norte caiu pela primeira vez em dezoito anos.

De acordo com o relatório financeiro da empresa Meta, a rede social perdeu cerca de 500 mil usuários ativos diários ao redor do mundo no último trimestre de 2021, com 1,929 bilhão de pessoas utilizando o aplicativo. Porém, conforme ilustrado abaixo, a queda de usuários de setembro de 2021 para cá não justifica o alarde — dramas da vida real.

O que o mercado espera das ações da empresa?

Danielle Lopes, analista de ações da Nord Research, entende que o mercado está precificando que a dona do Facebook não vai conseguir manter o bom ritmo de crescimento de usuários ativos.

Em outras plataformas, como o Instagram e WhatsApp, o crescimento foi “essencialmente estável”, informou o relatório da companhia.

Considerando que o metaverso não é lucrativo ainda, a nossa analista entende que o mais desafiador no curto prazo é a Meta conseguir elevar as receitas dentro da sua família de aplicativos e serviços, após a recente “repaginada”, em função dos projetos em torno do metaverso.

Metaverso mescla ambiente físico e virtual em nova aposta de Zuckerberg.
Metaverso mescla ambiente físico e virtual em nova aposta de Zuckerberg. Foto: Reprodução/Facebook

Recomendação de "compra forte" para Meta?

Meta está negociando a um múltiplo atrativo, de 20x P/L 2022, que nada mais é do que a média dos últimos cinco anos.

Na visão do analista internacional da Nord Research, Cesar Crivelli, mesmo com as perdas de -21,20 por cento acumuladas nesta semana, não vale a pena comprar no momento. Ele explicou que a mínima que o mercado aceitou pagar nos últimos anos (toda vez que bateu nesse patamar, voltou a subir) foi entre 13x e 14x P/L. Ou seja, a ação precisaria cair mais -40 por cento ou -50 por cento para começar a ficar barata.

Considerando que a empresa não sofreu alteração em seus fundamentos e que deve continuar crescendo a taxas altas  – como de costume –, o nosso analista recomenda ficar de fora da ação da Meta.


Sony contra-ataca

Emendando a nossa conversa em outra Big Tech… você acompanhou a disputa da Sony contra a Microsoft?

Nesta semana, a Sony anunciou a compra da desenvolvedora Bungie Inc., dos jogos “Halo” e “Destiny”, por um valor de 3,6 bilhões de dólares (cerca de 19 bilhões de reais na cotação atual).

O negócio acontece menos de duas semanas depois da Microsoft comprar a Activision Blizzard por 75 bilhões de dólares (402 bi de reais), na maior aquisição da história do setor.

Em resposta à pressão dos investidores, a Sony, dona do Playstation, trouxe a Bungie para reforçar sua estratégia de criação de jogos.

As oportunidades deste mercado

Se você ainda não investe em games, vale a pena ficar de olho. Em 2020, 40 por cento da população mundial, equivalente a 3,1 bilhões de jogadores de videogame, movimentou 175 bilhões de dólares, com projeções para 220 bilhões de dólares em 2024.

Para você ter uma noção do tamanho disso, o mercado de streaming de vídeo — atualmente bastante aquecido — movimentou 50 bilhões de dólares em 2021. Nesse ritmo, o streaming atingirá o nível dos games somente em 2030.

Danielle Lopes, analista de ações e gamer nas horas vagas, recomendou 6 melhores ETFs para você ter exposição a investimentos ligados a jogos e ao Metaverso. Acesse aqui.


Arezzo tem potencial para ser a melhor aposta no varejo em 2022?

A Arezzo (ARZZ3) vem chamando cada vez mais a atenção de investidores brasileiros. Segundo o Valor, a empresa se prepara para sua oferta subsequente de ações (follow-on) de até 830 milhões de reais, com apetite para duas novas fusões e aquisições.

A reportagem cita que a Arezzo apresentou um plano com ativos de interesse para negócios, como Renner, C&A, Soma, Centauro e Amaro. Porém, embora tenham ocorrido algumas sondagens a alguns ativos, não houve clara evolução até agora, dizem duas fontes do Valor.

Em nota, a Arezzo&Co informou que vê uma alta pulverização do varejo brasileiro, mas não está negociando com redes de varejo citadas como ativos que interessam à empresa, em matéria publicada pelo Valor.

Qual o cenário atual?

Atualmente, a Arezzo conta com cerca de 500 milhões de reais em seu caixa e apresenta um baixo endividamento, o que pode possibilitar a ela reforçar as suas disponibilidades em busca de novas oportunidades de negociações.

Com o follow-on, o primeiro desde o IPO, a companhia pode chegar a uma posição próxima de 1,3 bilhão de reais — valor suficiente para realizar aquisições similares às empresas compradas recentemente, como a Reserva (715 milhões de reais), Carol Bassi (180 milhões de reais) e Baw (105 milhões de reais).

Na visão do analista de ações da Nord Research, Victor Bueno, as empresas que foram ventiladas como possíveis desejos por parte da Arezzo, após realizar essa nova captação, possuem um elevado valor de mercado, o que pode inviabilizar uma possível transação.

Para se ter uma ideia, somente a Centauro (SBFG3) possui uma capitalização menor do que a Arezzo (6 bilhões de reais contra 8 bilhões de reais de ARZZ3), enquanto o Grupo Soma (SOMA3) possui 10 bilhões de reais em valor de mercado e a Lojas Renner (LREN3), 26 bilhões de reais.

As altas cifras acabam mostrando que dificilmente a Arezzo conseguirá adquirir alguma dessas três empresas citadas, mesmo com a adição dos recursos do seu follow-on.

O nosso analista ainda lembra que o nome do Grupo Soma havia sido sondado em uma possível transação no ano passado. Porém, tendo em vista a posição de caixa da empresa, o mais provável que poderia acontecer seria uma fusão entre as duas, e não propriamente uma aquisição.

Mesmo assim, como o desejo em negociar com uma dessas empresas foi negado pela Arezzo&Co, é preciso aguardar para ver se realmente haverá um aceno positivo de alguma das partes mais adiante.

Sem novas aquisições, Arezzo é oportunidade ou risco?

No entendimento do nosso analista, mesmo que não consiga realizar uma grande aquisição, como da Lojas Renner, Centauro ou Soma, ainda assim, a Arezzo é uma companhia que já vem entregando crescimento nos últimos anos, principalmente impulsionada por suas aquisições recentes (Reserva, Vans e Baw), que posicionaram a empresa em outros mercados dentro do varejo brasileiro.

Outro lado positivo é que, podendo adquirir outras empresas menores ou até mesmo realizar uma fusão com alguma companhia já bem posicionada no mercado, a Arezzo tem condições de continuar avançando nos próximos anos e trazendo valor aos seus acionistas.

Então, recomendamos comprar? Não. Embora a empresa negocie múltiplos semelhantes aos seus pares no setor, a 25x Lucros e 17x Ebitda, olhando para o preço das ações, não podemos afirmar que elas estão baratas.

Nossas conclusões

Para o nosso analista, ainda é cedo para dizer o quanto do seu crescimento já está embutido no preço, ainda mais se ela conseguir concluir alguma aquisição importante em um futuro próximo. A melhor alternativa para o momento é aguardar os próximos movimentos da companhia para identificar se o que o mercado paga é barato ou caro e se existe realmente uma oportunidade em ARZZ3.

Vale ressaltar que, como outras empresas do setor, os riscos que envolvem o negócio da Arezzo estão muito ligados (ainda) ao cenário que estamos enfrentando no Brasil, com aumento de inflação e alta dos juros, o que pode acabar dificultando o repasse de preço dos seus produtos e reduzir o consumo por parte da população. Além disso, dependendo das possíveis empresas que a Arezzo adquira no futuro, é importante identificar se realmente existirá sinergia no negócio e geração de valor ao acionista.  


The Big Short

O sucesso inusitado da Tupperware


Leve, flexível e inquebrável. Essas eram as características que o inventor da Tupperware, Earl Tupper, procurava para seus produtos.

Nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, o inventor do plástico Tupper projetou novos produtos destinados para o uso doméstico – ao contrário da maioria dos plásticos da época, que eram fabricados para o uso na guerra.

Em 1946, Tupper desenvolveu a primeira tigela de polietileno, ou “Poly-T”. Não demorou para os produtos em cores verde e branco translúcidas chamarem a atenção da indústria. As primeiras foram vendidas a 39 centavos.

Destacamos três importantes fatores que levaram a Tupperware a mais de meio século de sucesso. Primeiro, a combinação entre qualidade, design e praticidade. Segundo, o processo de ensinar o uso nas famosas reuniões de demonstração, antes conhecidas como “festas Poly-T”, e hoje chamadas de Experiência Tupperware. E, por último, a oportunidade de carreira e ganhos oferecidos para consultores ao redor do mundo.

A engenhosa comerciante por trás do sucesso da Tupperware

Sem dúvidas, a chave do sucesso da Tupperware foram as festas em casa. No início, os produtos não chamam a atenção dos consumidores em lojas de departamento – apesar dos elogios da indústria.

Tudo mudou quando Tupper conheceu Brownie Wise, uma secretária que morava com a mãe e os filhos em Miami, Flórida, e que apostou no potencial da Tupperware. Nos anos 50, ela teve a ideia de colocar mulheres como vendedoras em festas Poly-T.

Para demonstrar o selo patenteado da Tupperware, Brownie Wise joga uma tigela cheia de água em uma festa. Foto: Museu Nacional de História Americana

E foi assim que Tupper levou a linha de produtos para as casas das donas de casa.


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