Analistas da Nord veem oportunidades para ações de locadoras de veículos

Para os nossos especialistas, locadoras têm bom potencial de valorização nos próximos meses

Nord Research 15/11/2021 13:00 6 min
Analistas da Nord veem oportunidades para ações de locadoras de veículos

Olá, como está?

Hoje eu quero falar com você sobre o setor de aluguel de veículos.

Apesar do aumento no preço dos combustíveis e da falta de carros novos nas concessionárias, o segmento de locadoras de carros vem chamando a atenção dos nossos analistas — principalmente após a divulgação de resultados do terceiro trimestre.

Como você sabe, o mercado doméstico anda bastante volátil, repercutindo as movimentações em Brasília, e nem tudo que está a preço mais baixo é oportunidade.

Ao mesmo tempo, nossos especialistas encontraram ações sendo negociadas a múltiplos interessantes para compor a sua carteira de investimentos.

Dedique uma parte do seu tempo à leitura deste artigo, vai valer a pena.


Zero km em falta enaltece carros usados


O valor do carro zero quilômetro no Brasil subiu por conta da falta de componentes, em especial de semicondutores – usados desde os freios até os sistemas de infoentretenimento – na produção de veículos novos, o que, por sua vez, favoreceu os usados ou seminovos.

A média de espera para conseguir comprar um veículo zero direto da fábrica no país é de aproximadamente 180 dias, dependendo do modelo. Para se ter ideia, só em setembro, houve uma queda de -21,3 por cento na produção de veículos em comparação com o mesmo mês no ano passado.


Segundo a tabela FIPE, utilizada como parâmetro de compra e venda de veículos, o preço do Hyundai Tucson (2018) subiu 33,5 por cento, despontando como primeiro lugar em um ranking de dez. O Chevrolet Tracker (2021) valorizou 12,88 por cento, ocupando a segunda colocação, seguido da Mitsubishi L200 Triton (2018), com 10,3 por cento.

Cenário é favorável para as locadoras

Sem novos no mercado, as locadoras Unidas (LCAM3), Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3) podem aumentar as vendas de veículos e se beneficiar, ainda, com o crescimento da demanda de aluguel de carros.

A contrapartida disso é o aumento no custo de manutenção, que pode ser compensado pelo maior ticket médio no segmento.

Desempenho das locadoras no terceiro trimestre

Unidas (LCAM3)

A Unidas, segunda maior do setor no país, registrou lucro líquido de 106 milhões de reais no terceiro trimestre deste ano, mais que o dobro do valor reportado no mesmo período de 2020 (40,1 milhões de reais).

Já a receita líquida caiu 27,1 por cento no comparativo trimestral, para 860 milhões de reais. Por outro lado, o Ebitda entre julho e setembro somou 782 milhões de reais, salto de +112 por cento, enquanto as despesas financeiras líquidas se mantiveram estáveis em 106,9 milhões de reais.

No segmento de venda de seminovos, a Unidas destaca o crescimento de +43,4 por cento no preço médio para 59,9 milhões de reais, e uma alta de +226,3 por cento no número de diárias de aluguel de carros, com tarifa média de 80,3 reais.


Em observância às perspectivas favoráveis de normalização do setor de aluguel de veículos (e retomada do crescimento), reiteramos nossa visão positiva e recomendação de Compra.

Olhando para a frente, continuamos com boas perspectivas para LCAM que, hoje, negocia a 5,5x Ebitda futuro.

Nossos analistas ainda monitoram a combinação de negócios com a Localiza, que atualmente está sob análise no CADE e, havendo novidade, informamos aos assinantes do Nord Ações e Investidor de Valor.


Movida (MOVI3)



A Movida reportou resultados fortes e acima do consenso no 3T21, com lucro líquido ajustado de 259,4 milhões de reais, o que representa um crescimento de +597 por cento em relação ao mesmo período de 2020.

A receita líquida consolidada somou 1,575 bilhão de reais no trimestre, alta de 52,1 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já no acumulado do ano até setembro, o lucro líquido ajustado aumentou +472 por cento, para 542,8 milhões de reais.

No segmento de aluguéis, a receita líquida foi de 730,6 milhões de reais, a maior registrada em um trimestre, com crescimento de 85,1 por cento.

Segundo a companhia, nos nove primeiros meses de 2021, o Ebitda ajustado teve um crescimento de +121,6 por cento, para 1,306 bilhão de reais, na comparação com igual etapa do ano passado.

Negociada a 7x Ebitda, os analistas da Nord Research têm recomendação de compra para as ações da MOVI3.



Localiza Hertz (RENT3)

Nesta semana, a Localiza, a maior companhia de aluguel de veículos do Brasil, divulgou seus resultados operacionais com lucro líquido de 671,4 milhões de reais no terceiro trimestre, mais que o dobro de um ano antes.

O Ebitda, que é o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, registrou alta de 83 por cento sobre um ano antes, para 1,19 bilhão de reais de julho a setembro.

Na parte de aluguel de veículos, a diária média disparou quase 38 por cento ano a ano, para 92 reais, e a taxa de utilização dos veículos da frota da companhia subiu de 75,9 por cento para 81,3 por cento.



Novo competidor no mercado das locadoras

No mês de novembro, ao som da banda brasileira Ultraje a Rigor, Cosan e Porto Seguro anunciaram: "Nós vamos invadir sua praia” — e invadiram.

As duas empresas se uniram para criar uma joint venture para entrar no mercado de locação de automóveis e concorrer com a Localiza (RENT3) e a Unidas (LCAM3) — os dois maiores players do setor.

A nova empresa – batizada de Mobitech –, inicialmente, vai operar no mercado com carros por assinatura e serviço de gestão de frotas para empresas.

A Cosan vai entrar com 300 milhões de reais por meio de sua estrutura de fundos de investimento para criação de novos negócios. Em contrapartida, a Porto Seguro vai contribuir com o Carro Fácil, seu serviço de assinatura de carros criado em 2016.

A Carro Fácil tem hoje cerca de 9.200 veículos, uma frota pequena se comparada com a frota da Localiza (273,2 mil veículos no 3T21), Unidas (166.125 veículos no 3T21) e Movida (168 mil veículos no 3T21).


Será que a Mobitech pode colocar as maiores do setor à prova?


Sem rodeios, o Bruce, nosso analista de ações e sócio-fundador da Nord Research, afirma que é muito difícil e caro para a Mobitech conseguir crescer e competir com as maiores locadoras. Afinal de contas, nesse segmento, tamanho é documento.

Quanto maior a empresa, maiores são as vantagens competitivas, pois se paga mais barato pelo veículo (negociado com as montadoras) e o custo de capital é menor (juros menores).

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