Agora é a hora de comprar Movida

Os índices futuros de Nova York operam mistos em dia de Super Quarta nos mercados

Nord Research 04/05/2022 13:00 10 min
Agora é a hora de comprar Movida

Nord Insider

Nesta quarta-feira, 4, o pré-mercado de Nova York abre operando misto nesta manhã, antes da decisão sobre a taxa de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Na agenda econômica, além do Copom, os investidores estarão atentos ao Índice dos Gerentes de Compras, PMI, de serviços e composto referente a abril. Nos Estados Unidos, fora o Fomc, sai a variação de empregos privados ADP e o PMI ISM não-manufatura, ambos referentes a abril.

Balanços

No local, o dia deve ser agitado em continuação à agenda de balanços do primeiro trimestre (1T22). Antes da abertura, reportam seus números Banco Pan (BPAN4) e Omega Energia (MEGA3). Após o fechamento, o resultado mais aguardado é o da Oi (OIBR3).

Ainda teremos, BRF (BRFS3), EDP Brasil (ENBR3), GPA (PCAR3), PetroRio (PRIO3), Suzano (SUZB3), Totvs (TOTS3), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3).

Principais assuntos de hoje:

  • Movida 1T22: trimestre marcado por recordes;
  • Por que há tanta ganância no mercado financeiro?;
  • Com a alta da inflação, qual FII se beneficia mais?;
  • Warren Buffett: Como escolher um gestor de fundos.

Movida: Resultados do 1T22 recordes, de novo


A Movida (MOVI3) reportou um forte crescimento no 1T22. A receita líquida aumentou +144 por cento, o Ebitda +183 por cento e o lucro líquido +136 por cento.

Na opinião do analista Rafael Ragazi, responsável pela carteira Nord 10x, a performance impressionante da locadora de carros é resultado de uma estratégia acertada, que se beneficia dos novos hábitos de mobilidade urbana.

A Movida encerrou o trimestre com uma frota de 192 mil carros (+56,5 por cento vs. 1T21) e apresentou resultados recordes, com forte crescimento em todas as suas áreas de negócio, destaca o nosso analista.

Principais pontos positivos: a receita do RAC (aluguel de carros) cresceu +63 por cento a/a e +6,3 por cento t/t; do GTF (gestão e terceirização de frotas) avançou +140 por cento a/a  e +6,6 por cento t/t; e do seminovos aumentou +255 por cento a/a e +20,4 por cento t/t.

Ganhos tributários: vale ressaltar que, com a redução da vida útil fiscal dos veículos de 48 para 24 meses (e o consequente aumento da depreciação fiscal), a companhia registrou um ganho com créditos de PIS/COFINS no valor de 57 milhões de reais no 1T22.

Nosso analista pondera que o impacto disso é recorrente daqui em diante (a margem maior se mantém), mas o ganho de margem em relação ao período anterior (~3 p.p. neste trimestre) só vai ocorrer ao longo de 2022.

Voltando à normalidade: aos poucos, as montadoras têm entregado carros à Movida, que realizou um investimento líquido (da receita de venda de ativos) de 1 bilhão de reais no 1T22 (+143 por cento).

Adicionalmente, destacamos que o valor contábil atual dos veículos da Movida é de 12,3 bilhões de reais, porém o valor de mercado (Tabela FIPE) é de 15,9 bilhões de reais, ou seja, a valorização demonstra que a estratégia de aceleração das compras em 2021 foi acertada e tem ajudado a companhia a se a proteger dos aumentos dos juros.

Direto ao ponto: a evolução do ROIC Spread deixa claro que, ao contrário do que o mercado imaginava, a Movida está criando mais valor para seus acionistas, mesmo neste cenário de restrição da oferta por parte das montadoras e da forte alta dos juros. Antes da pandemia (2019), o ROIC Spread da Movida era de 5,5 p.p. (ROIC 10,4 por cento e Kd de 4,9 por cento).

Com a demanda muito aquecida, a diária média do RAC subiu para 128 reais (+156 por cento), enquanto o ticket médio mensal no GTF foi para 1,6 mil reais (+26 por cento, com novos contratos sendo fechados com ticket de 2,4 mil reais), comprovando que a empresa está mais do que conseguindo repassar o aumento de seus custos.

A tendência é que as tarifas continuem aumentando. Pela primeira vez em sua história, a demanda de março foi maior do que a de janeiro (mês de férias ou feriados prolongados) e em abril, que sazonalmente é o pior mês do ano para as locadoras, a demanda está ainda maior do que em março.

Considerações finais: enquanto o mercado segue comprando a narrativa de que as locadoras não crescerão mais por conta do cenário atual, a Movida segue apresentando resultados que mostram o contrário disso.

Após ceder -7 por cento no pregão seguinte à divulgação de ótimos resultados no primeiro trimestre, suas ações negociam a menos de 6x lucros.

No nosso entendimento, essa é uma grande oportunidade para aqueles que precisam montar ou complementar sua posição em MOVI3.

Recomendação: Comprar


Por que há tanta ganância no mercado financeiro?

Quem nunca leu uma propaganda enganosa? “Ganhos garantidos”; “Retornos de +10 por cento ao mês sem risco!”.

Apesar desses anúncios circularem com frequência, especialmente nas redes sociais, esse não é o mercado que queremos que você conheça, mas talvez foi o primeiro que chegou até você: a ganância e a vontade de ficar rico rapidamente.

Para a analista Danielle Lopes, querer se tornar rico é um desejo genuíno, mas tomar decisões erradas e perder tudo da noite para o dia é ganância.

— “Deveria ter comprado mais dessa ação que subiu +300 por cento”.

Nossa analista aponta que o viés da retrospectiva nos acompanha o tempo todo, e tudo parece fácil depois que acontece.

Temos uma tendência a enxergar o passado como algo previsível e que era “óbvio que ia dar certo.”

O investidor bilionário Warren Buffett costuma falar que “no mundo dos negócios, o espelho retrovisor é sempre mais claro do que o para-brisa”.

E aí, a ganância só aumenta. No próximo investimento, “com certeza vou acertar e por isso vou dobrar a mão nele”.

Ficamos cegos pelo dinheiro e ignoramos o risco. Se errarmos a empresa, quantos anos precisaremos para recuperar o que foi perdido?

O ponto-chave é que perdemos a mão em nossas melhores ideias achando que em um mundo incerto de investimento existe “aquele algo certo”. Ignoramos que o mercado sofre a influência do acaso e que, por isso, tudo pode acontecer.

Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital, diz que “o tempo todo, boas decisões dão errado e decisões ruins dão certo”. Isso significa que podemos estar certos e mesmo assim errar.

Podemos acertar muito, mas só daqui a 10 anos. Você se considera preparado para resistir até lá? Essa é a jornada da renda variável, caro leitor.

Não seja ganancioso nas horas erradas. Não existe a “próxima MGLU”, não existe retorno astronômico, não existe almoço grátis.

Em algum momento da jornada, você pode se ver levado pela ganância e cometer graves erros de investimento.

Nossa analista ainda confessa que a ganância a fez perder dinheiro com opções, day trade e até um convite (infeliz) de um amigo que ela confiava muito para entrar em um esquema de pirâmide. O convite lhe custou alguns mil reais e uma amizade de anos.

A ganância é uma tendência natural, mas é preciso se conter.

Por isso, tenha bem claros os riscos dos seus investimentos e o valor máximo que você irá investir em determinada classe de ativos.

Além disso, busque aceitar que você não entende tudo e que o acaso vai mandar mais em seus investimentos do que você mesmo.

No curto prazo, o mercado é fluxo. No longo prazo, o mercado é resultado.

“Posso resistir a tudo, exceto à tentação.” (Oscar Wilde)

O que mais você precisa saber?


Com a alta de 1 ponto na taxa Selic em maio, qual classe de fundo imobiliário se beneficia mais?


A inflação e a taxa básica de juros do Brasil estão nas alturas. O mercado voltou a subir suas projeções para o IPCA, que deve fechar o ano em +7,89 por cento, e para a Selic precifica uma elevação de 100 pontos-base, para +12,75 por cento ao ano, na reunião do comitê de política monetária do Banco Central nesta quarta-feira, 4.

Nesse cenário, tendem a performar melhor os investimentos atrelados ao CDI ou ao IPCA e IGP-M, como é o caso dos fundos imobiliários (FIIs) de papel.

No entendimento do especialista em fundos imobiliários, Marx Gonçalves, os “fundos de papel”, cuja carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) está majoritariamente alocada em operações atreladas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário que acompanha os valores da taxa Selic), são os principais beneficiados em meio ao cenário de alta da taxa básica de juros.

Afinal, quanto maior a Selic, maior o CDI, e isso se reflete em um aumento no nível de rendimentos desses fundos.

Proteção contra a alta dos preços

Os FIIs de papel são também uma alternativa interessante de proteção imediata contra a alta dos preços, uma vez que esses fundos distribuem aos cotistas a correção monetária dos CRIs da carteira.

No entanto, essa dinâmica de funcionamento exige um certo cuidado por parte do investidor. Ao repassar a inflação aos cotistas nas distribuições de rendimentos, o patrimônio líquido desses fundos acaba não sendo protegido contra a alta dos preços, como ocorre com bons fundos de tijolo.

Com isso, caso o investidor não reinvista a inflação que ele recebeu na forma de proventos, acabará deixando seu capital investido nesses fundos sem correção ao longo do tempo.

Esse é o motivo pelo qual recomendamos que os cotistas desses fundos sempre reinvistam parte dos proventos recebidos.

Como escolher um FII de Papel?

Basicamente, o “fundo de papel” empresta o dinheiro dos cotistas para terceiros. Em todo empréstimo, há um risco de crédito, então é preciso ser bastante criterioso na hora de definir para quem emprestar os recursos dos cotistas. Por isso, o primeiro ponto a ser analisado é a qualidade e o histórico do time de gestão do fundo, bem como seu processo de investimento.

Como segundo ponto, nosso especialista cita a pulverização da carteira de CRIs. Como o risco de crédito é o principal risco em um FII de Papel, quanto maior for a diversificação entre devedores e segmentos, menos exposto o fundo fica a riscos específicos de determinada operação, ou seja, a pulverização reduz o risco de crédito da carteira.

Por fim, o terceiro ponto a ser analisado antes de escolher esse tipo de fundo são as garantias. Entendemos que CRIs com garantias “fortes” servem como um “colchão de segurança” em caso de estresse nas operações.


Relevante agora

Os passos do "oráculo" de Omaha para escolher um gestor de fundos


O Oráculo de The Matrix (1999) é, entre outras coisas, uma fonte de conselhos e refúgio para as pessoas conectadas à Matrix. No mundo real, uma das principais referências quando falamos de mercado financeiro é o conhecimento de Warren Buffett, o "oráculo" de Omaha.

Convictos de que você escolheu abraçar a verdade (pílula vermelha) ao invés da pílula azul (seu oposto), vamos a mais este ensinamento sobre a escolha de um gestor de fundos.

Em um trecho da carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway de 2010, Buffett escreveu:

“É fácil achar gestores com históricos recentes de rentabilidade excelentes. Entender como a rentabilidade foi atingida é crucial, assim como o entendimento e sensibilidade do gestor ao risco.”

À época, o megainvestidor acabava de anunciar a contratação de Todd Combs como um dos gestores que iriam apoiá-lo na gestão da carteira de investimentos do seu conglomerado.

Segue o trecho original:

Trecho escrito por Warren Buffett em sua carta anual aos acionistas de 2010.
Trecho escrito por Warren Buffett em sua carta anual aos acionistas de 2010. ‌ ‌Fonte: Berkshire Hathaway

Assim como Buffett, o analista Luiz Felippo defende que a escolha de um gestor de investimentos envolve separar o que é sorte e o que é uma estratégia vencedora.

Em essência, é razoavelmente “fácil” encontrar gestores com bons históricos, mas  a verdade é que isso diz pouco sobre o resultado no futuro. Para o nosso analista, importante mesmo é você avaliar como os resultados [do fundo] foram construídos.

Esse é o ponto fundamental. Resultados construídos à base de loucuras podem dar certo no curto prazo, mas não são sustentáveis a longo prazo.

Acaba que, eventualmente, isso incorrerá em problemas. Já vimos inúmeros casos em que isso acontece.

A consistência de um bom investidor vem do seu processo de investimentos.

Para facilitar esse caminho, achamos útil compartilhar 5 perguntas da IP Capital Partners ao analisar um fundo:

1) Quem são os gestores e desde quando trabalham juntos?
2) Entenda a estratégia que o seu gestor executa. Ela é de fato vencedora?
3) Investigue como os resultados foram gerados. Os bons retornos estão concentrados em um ano ou em uma ação específica?
4) Como o fundo performou nos anos ruins?
5) A base de investidores é pulverizada ou concentrada em poucos clientes?

Se você segue com dúvidas sobre a escolha de gestores ou fundos, você pode falar direto com o Luiz Felippo pelo grupo do Nord Fundos, no Telegram ou Instagram, ou escrever para [email protected].

Esperamos ter ajudado com a leitura.


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