Ações do varejo e FIIs de shopping: o que esperar com Black Friday e promoções de fim de ano?

Ibovespa zera ganhos em novembro; No radar, Fed e precatórios

Nord Research 18/11/2021 13:20 8 min
Ações do varejo e FIIs de shopping: o que esperar com Black Friday e promoções de fim de ano?



O Ibovespa cedeu à aversão ao risco dos investidores, encerrando em queda na quarta-feira (17), de -1,39 por cento, aos 102.948 pontos. Com o resultado, o índice brasileiro zerou os ganhos que vinha obtendo ao longo do mês de novembro. As preocupações em torno da votação da PEC dos Precatórios no Senado devem continuar impactando o mercado nesta quinta-feira (18).

Na agenda econômica, destaque para a segunda prévia do IGP-M de novembro. Nos EUA, o Fed divulga as sondagens industriais da Filadélfia e de Kansas City de novembro.

Fundos Imobiliários: o que esperar dos shoppings nos próximos meses?

A música “All I Want For Christmas Is You” da cantora Mariah Carey começou a tocar pelos shoppings nos Estados Unidos trazendo consigo o clima das festas de fim de ano — inclusive estou escutando agora enquanto escrevo para você.

Você sabe que os FIIs de shopping foram bastante prejudicados com as medidas de restrição ao funcionamento do comércio e à circulação de pessoas para conter a Covid-19. Mas com a chegada do fim de ano, será que esses fundos podem recuperar parte da forte desvalorização das cotas dos últimos tempos?

O analista de fundos imobiliários Marx Gonçalves avalia que os shoppings vêm sendo beneficiados com a reabertura econômica no Brasil, e alguns fundos já têm retomado os patamares de vendas do final de 2019.

Contudo, o nosso analista comenta que o investidor não deve aplicar seu patrimônio nesses FIIs olhando exclusivamente para a sazonalidade das vendas de fim de ano, mas sim considerar também as projeções para o futuro.


Vale a pena investir nos fundos de shopping agora?


Na opinião do Marx, no curtíssimo prazo, as vendas de fim de ano – como na Black Friday e no Natal – são importantes, mas acabam representando pouco valor.

— Como assim, Marx?

De forma bem resumida, você precisa entender que shopping é varejo; varejo depende de consumo; consumo depende de duas principais variáveis: disponibilidade de renda e de crédito.

Do ponto de vista de crédito, estamos vendo uma alta intensa nas curvas de juros, o que, por sua vez, acaba encarecendo o crédito ao consumidor. E, do ponto de vista de renda, observamos a renda real da média da população bastante comprimida por conta da inflação e da taxa de desemprego que permanece elevada.

Para 2022, o cenário é preocupante. Inflação alta com baixo crescimento sinaliza a possibilidade de termos estagflação no próximo ano. São inegáveis os impactos no setor varejista e no segmento de shoppings. Então são pontos para serem monitorados – com cautela e seletividade.

Dois fundos para estar no seu radar em 2022


Perguntamos ao Marx, responsável pela série Nord FIIs, quais fundos imobiliários ele considera interessante para entrar no radar dos investidores.

O primeiro é o HSI Malls (HSML11), fundo (FII) focado na operação de cinco shoppings centers distribuídos em três estados do país. O fundo apresenta vacância baixa no momento e possibilidade de expansão em alguns ativos que integram o seu portfólio. Vale ressaltar também que os imóveis do HSML têm se mostrado resilientes e o preço de negociação está bastante atrativo frente aos pares.

O segundo é o XP Malls (XPML11), cujo portfólio de imóveis é de muita qualidade na visão do nosso analista, pois é focado principalmente nas classes A e B, que tendem a sofrer menos em momentos de crise. Logo, tem apresentado uma recuperação mais rápida em comparação aos demais fundos de shoppings.

No programa de Elite dos Fundos Imobiliários, o Marx ensina todas as etapas para ser um expert em Fundos Imobiliários. Acesse e saiba mais.

MGLU3, LREN3 ou PETZ3? O que esperar para as ações no fim de ano

Além dos FIIs de shopping, as compras de fim de ano vão impulsionar as varejistas no Ibovespa e podem se refletir em ganhos para os investidores.

Entre as principais ações do setor listadas na Bolsa de Valores brasileira, temos companhias como Magalu (MGLU3), Lojas Renner (LREN3) e Petz (PETZ3).

Na leitura do analista de ações Victor Bueno, da série Nord 10X, não há dúvidas em relação à força das vendas em eventos importantes de fim de ano e sobre como as varejistas vêm se beneficiando, seja através do e-commerce, seja por meio de lojas físicas.


Por conta da pandemia, a Black Friday de 2020 foi marcada pelo sucesso nas vendas digitais, mas também acabou sendo prejudicada pela abertura, ainda parcial, de shoppings e de lojas. Mesmo assim, a demanda dos clientes no varejo físico foi grande e as companhias não estavam 100 por cento preparadas com seus estoques para atendê-la.

A expectativa dos gestores de grandes varejistas e de shoppings para a Black Friday 2021 é que, mesmo em um cenário econômico não tão favorável – e com a inflação ainda pressionando a população –, a demanda seja ainda maior este ano e espera-se que as empresas estejam mais organizadas para suprir essas necessidades de consumo.

Segundo a CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a projeção é que a data seja responsável pela movimentação de 3,93 bilhões de reais em todo o Brasil. Se confirmada, o faturamento poderá apresentar um crescimento de 3,8 por cento na comparação com o ano passado.

Mas quem vai se beneficiar mais com as vendas na Black Friday?

Seguindo a tendência do consumo digital, que foi impulsionado no ano passado devido às medidas restritivas e que continua avançando este ano, mas também em meio ao cenário que o país está enfrentando atualmente, segundo o nosso analista, as empresas mais beneficiadas serão aquelas que já apresentam uma alta penetração no e-commerce dentro dos seus segmentos e aquelas que conseguem manter uma alta aceitação de seus produtos mesmo com o repasse dos preços devido às pressões inflacionárias no ano.

A Lojas Renner (LREN3), por exemplo, segue inovando e investindo em seu modelo digital para atender aos seus clientes nesta nova realidade do varejo, tendo apresentado um crescimento no último trimestre nas suas vendas digitais de mais de 8 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o online já havia batido recorde de crescimento.

Além disso, com o sucesso de suas coleções recentes, os menores patamares de remarcações e uma estratégia eficiente no repasse de preços, as suas receitas totais cresceram 43 por cento e tendem a continuar sendo beneficiadas com uma data importante como a Black Friday chegando. Vale ressaltar que a companhia também antecipou suas compras para estar com seus estoques preparados para este período.

A Petz (PETZ3), por sua vez, talvez seja um caso à parte dentro do varejo brasileiro, pois acaba sendo impactada positivamente por uma mudança de comportamento da população com uma maior preocupação e humanização dos pets e que também foi amplificada durante a pandemia. Por conta disso, existe uma facilidade muito maior no repasse dos preços aos seus clientes, por acabar sendo um consumo essencial para eles.

Mesmo que a empresa esteja em processo acelerado na abertura de novas lojas espalhadas por todo o país, hoje ela já apresenta uma penetração no digital de 31 por cento, reforçando a sua estratégia de omnicanalidade. Com um ecossistema completo e conseguindo atender à demanda de seus clientes em todo o Brasil, a Petz é outra que também pode se beneficiar (e muito) da Black Friday.

Ainda de acordo com o Victor, empresas como a Magalu (MGLU3) e Via (VIIA3) também podem ser impactadas positivamente por essa data extremamente importante para o comércio brasileiro.

A Magalu, por exemplo, vem crescendo em seu canal digital, que hoje já possui uma representatividade de 72 por cento nas vendas totais da companhia. No entanto, ela acabou sendo prejudicada pela queda de 8 por cento nas vendas em suas lojas físicas (canal mais maduro e rentável dentro do seu ecossistema) por conta do aumento da inflação e da taxa de juros. Com isso, o lucro da empresa recuou 30 por cento na comparação com o 3T20.

A expectativa é que grandes eventos como a Black Friday possam contribuir para um crescimento ainda maior nas vendas digitais no quarto trimestre, mas também para uma retomada em seu canal físico, auxiliando na recuperação da rentabilidade da empresa.

Resultados do terceiro trimestre de 2021 (3T21).
Resultados do terceiro trimestre de 2021 (3T21). Fonte: Magalu


Curto prazo é desafiador para as varejistas


Na visão do Victor, mesmo com um possível sucesso nas vendas das varejistas nessa data, não é possível afirmar que as ações de algumas delas vão se recuperar ainda em novembro ou até o final de 2021, tendo em vista que o mercado já tende a precificar previamente o impacto positivo nos resultados de eventos recorrentes como Dia das Mães,  Black Friday e logo mais o Natal, não faria sentido comprar as ações apenas para se aproveitar desse fator.

No curto prazo, as ações tendem a ser impactadas pelo momento do país ou do setor que as empresas estão inseridas, porém no longo prazo elas acabam acompanhando o fundamento das companhias que realmente entregam crescimento e que mostram inovação, diferenciais em relação aos seus concorrentes e resiliência em meio a cenários macroeconômicos desfavoráveis.

As oportunidades, em maior ou menor medida, sempre aparecem. E, sem dúvida, o time do Nord 10X está atento aos resultados dessas empresas em linha com o desempenho do preço da ação.



Relevante agora

Pingou pagamento de JCP e dividendos de Isa Cteep

A Isa Cteep (TRPL4) pagou dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) nesta quarta-feira (17). O valor bruto foi de 1,310301 por ação.

Para o analista de ações Guilherme Tiglia, considerando a distribuição feita pela companhia no ano, a TRPL4 está entregando um dividend yield na casa de 11,5 por cento a.a (com base nos níveis atuais), o que não é nada ruim.

O Guilherme diz ainda que analisar o yield de uma empresa com base na distribuição histórica de dividendos é importante, mas para além disso o investidor deve avaliar o que pode ser daqui para frente, ou seja, a projeção futura. É exatamente assim que o time do Nord Dividendos trabalha.

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