4 bancos brasileiros mais rentáveis do mundo

Futuros dos EUA oscilam na manhã desta quarta-feira, 20, à espera de dados econômicos e balanços trimestrais

Nord Research 20/04/2022 12:45 12 min
4 bancos brasileiros mais rentáveis do mundo

Nord Insider


Olá, investidor.

Nesta quarta-feira, 20, o pré-mercado de Nova York oscila pela manhã, com os investidores à espera de uma nova leva de resultados nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve que deem pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária americana em relação aos juros.

Na agenda econômica, destaque para a segunda prévia de abril do Índice Geral de Preços-Mercado, IGP-M. Nos Estados Unidos, sai a variação de vendas de casas usadas em março e o Federal Reserve apresentará o Livro Bege, um relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed, cobrindo todo o território dos EUA.

Principais assuntos de hoje:

  • Brasil tem 4 dos 10 bancões mais rentáveis;
  • PetroRio anuncia desinvestimento de Manati;
  • Aura Minerals compra Big River;
  • Expectativas para dividendos em 2022;
  • Nossa leitura sobre as prévias de MRV no 1T22.

4 dos 10 bancos mais rentáveis do mundo são brasileiros; vale a pena investir?


Quatro grandes bancos brasileiros figuram na lista dos dez mais rentáveis do planeta. O levantamento é da Economatica, que realizou um estudo sobre a rentabilidade dos bancões — aqueles com mais de 100 bilhões de dólares em ativos — em 2021.

Dos  39 bancos de capital aberto, lideram a lista os Estados Unidos — com 19 instituições —, seguidos por Brasil, Canadá e Reino Unido, com quatro bancos cada.

O ranking foi liderado pelos americanos Capital One e Ally Financial. Na sequência, aparecem Santander Brasil, o canadense RBC, Itaú, o americano J.P. Morgan, Banco do Brasil, Bradesco, o canadense Bank of Nova Scotia e o americano SVB Financial.

Como anda o desempenho dos bancos brasileiros?

Apesar dos quatro bancões brasileiros serem reconhecidos pela alta rentabilidade em suas operações, o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) vem caindo nos últimos anos.

Enquanto Capital One, Ally Financial, J. P. Morgan, SBV Financial e o Santander Brasil tiveram uma alta expressiva no indicador, Itaú, Bradesco e BB apresentaram uma queda substancial.

A rentabilidade mediana dos quatro bancos brasileiros em 2021 foi de 16,5 por cento, com queda de 6,6 pontos percentuais em relação a 2010.

O estudo cita que os bancos brasileiros tiveram uma sequência de crescimento de 2016 a 2019, mas que foi interrompida em função da pandemia de coronavírus em 2020. No entanto, em 2021, houve uma recuperação de 4,4 pontos.

São bons investimentos?

Segundo a analista Danielle Lopes, da carteira Nord Ações, é um ponto de atenção para o investidor o fato de os bancões não terem altos índices de lucratividade na última década, mesmo estando entre os dez primeiros do mundo no quesito rentabilidade.

No nosso entendimento, uma empresa rentável não necessariamente representa uma empresa lucrativa. Ao olhar para a rentabilidade, gostamos de analisar também o crescimento (ou queda nos lucros) em relação ao patrimônio líquido.

O banco pode ter um ROE alto, mesmo com uma estabilização nos lucros, como temos notado em Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11), e ser penalizado pelo mercado pela baixa geração de lucros crescentes em relação ao seu patrimônio — ponto mais importante para a valorização das ações no longo prazo.

É claro, se os lucros ficam estáveis ao longo do tempo (sem crescimento) e o patrimônio também, a rentabilidade será alta, mas a companhia não será lucrativa por conta da ausência de capacidade para gerar crescimento de lucro.

Além disso, a maioria dos bancos tradicionais tem focado mais no segmento de crédito, que é a operação menos rentável, e por consequência traz menos lucro. Para balancear os resultados menores, essas instituições tentam compensar com a parte de seguridades e serviços (mais rentável), porém vêm perdendo mercado para novos bancos e fintechs.

Nossa preferência no segmento

No Nord Ações, vemos o BTG Pactual (BPAC11) como uma forma de conseguir bons retornos investindo em uma empresa com lucros sólidos e crescentes.

Gráfico apresenta crescimento médio dos lucros nos últimos cinco anos.
Crescimento médio dos lucros nos últimos cinco anos. Fonte: Bloomberg

Nos últimos cinco anos, o BTG Pactual registrou uma média de crescimento de lucros de +26 por cento, superior aos quatro grandes bancos brasileiros: Itaú e Bradesco empataram em +4 por cento, Santander cresceu +16 por cento e Banco do Brasil avançou +23 por cento.

Em relação ao ROE (linha marrom), BPAC11 também se destaca com 19,80 por cento, e lucros crescentes (linha verde), com rentabilidade acima de Itaú, que entre os bancos tradicionais possui o maior ROE até o momento (18 por cento).

E, como comentamos acima, a longo prazo, as cotações (linha branca) seguem os resultados (lucros - linha verde).

Compre BPAC

Entendemos que os investidores de bancos tradicionais gostam da solidez de uma empresa com 81 anos de história, por exemplo, e do bom pagamento de proventos. No entanto, sem perspectivas de crescimento, faz sentido que a ação fique parada.

Nossa premissa é a seguinte: é mais importante investir em ações de empresas rentáveis, com lucros crescentes, do que investir em uma empresa rentável com lucros estáveis (parados) ao longo do tempo.

Com base no crescimento de resultados, que é acompanhado pela valorização de suas ações no longo prazo, como vimos no gráfico anterior, reiteramos nossa recomendação de compra para as ações do BTG Pactual.

O que mais importa?


PetroRio anuncia desinvestimento no Campo de Manati


A PetroRio (PRIO3) divulgou na noite de terça-feira, 19, o encerramento do acordo com a companhia Gas Bridge, com a alienação da participação de 10 por cento do Campo de Manati, uma vez que as condições estabelecidas não foram cumpridas no prazo determinado em contrato.

O pagamento será de uma parcela fixa de 124,4 milhões de reais e um earn-out de 20 milhões de reais, totalizando 144,4 milhões de reais, sujeitos a determinadas aprovações regulatórias subsequentes relacionadas ao Campo.

Por ora, o campo continuará contribuindo para os resultados de PetroRio, que não descarta uma futura venda do ativo para focar em sua estratégia de criação de novos clusters de produção de petróleo.


Aura Minerals compra Big River e avalia novas aquisições


Em linha com o plano ambicioso de alcançar a escala de grandes players da mineração de ouro, a Aura Minerals (AURA33) anunciou a compra de 100 por cento da australiana Big River por 67,4 milhões de dólares e a criação de uma Joint Venture com a Dundee Resources.

Segundo o arranjo, a Aura irá adquirir o projeto de Borborema no Rio Grande do Norte. Atualmente, a mina está sendo desenvolvida e será a céu aberto.

O analista Fabiano Vaz, responsável por acompanhar o ativo na Nord Research, destaca que por enquanto a Aura não detalhou a capacidade, os resultados e a previsão de início das operações. Contudo, com base nas informações pesquisadas, nosso analista comenta alguns pontos relevantes:

(I) Nos documentos da Big River, encontramos que a estimativa para o início das operações é em 2023, com uma produção de cerca de 70 mil onças por ano, pouco mais do que a produção de EPP que, em 2021, produziu 61 mil onças.

(II) Pelas estimativas da empresa australiana, o projeto tem a capacidade de gerar um Ebitda de 70 milhões de dólares por ano, considerando a cotação do ouro em 1.550 dólares, o que representaria um resultado de cerca de 38 por cento do Ebitda de 2021 de AURA.

Lembrando que as informações acima não constam no comunicado ao mercado. Nos próximos dias, nosso analista vai confirmar esses números com a Aura para melhorar os detalhes da aquisição, que ainda deve passar pela aprovação da assembleia da adquirida e órgãos responsáveis.

Em todo caso, destacamos que a notícia é bem positiva e pode acelerar a estratégia da Aura de dobrar sua produção até 2024. Recentemente, a mineradora comentou que estava avaliando mais aquisições.

Recomendação: Comprar


Entrando no Detalhe

Dividendos e JCP: o que esperar em 2022?

Você deve ter lido diferentes anúncios de empresas que vão distribuir proventos a seus acionistas este ano, referentes ao resultado de 2021.

Para refrescar sua memória, no setor de petróleo, gás e derivados, a Petrobras (PETR4) vai pagar 101,4 bilhões de reais este ano; no setor de telecomunicações, a Vivo (VIVT3) aprovou 6,26 bilhões de reais em dividendos; no setor elétrico, a Taesa (TAE11) vai distribuir 1,789 bilhão de reais, e no setor de varejo, a Magazine Luiza (MLGU3) anunciou um valor estimado de 100 milhões de reais.

Olhando para as empresas listadas na B3, no ano passado, 52,39 por cento anunciaram a distribuição dos seus lucros líquidos na forma de dividendos e juros sobre capital próprio, segundo levantamento feito pela consultora MZ Group a pedido do InfoMoney.

A proporção foi superior a 2020, quando distribuíram 44,6 por cento do lucro líquido para remunerar os acionistas.

Setores que mais contribuíram com a alta

Para o estudo, os setores que mais contribuíram para a alta foram o de petróleo e gás (+862 por cento em 2021), puxados por empresas como Petrobras (PETR4), Cosan (CSAN3), Unipar (UNIP6) e Enauta (ENAT3), seguidos pelo setor de mineração (salto de +341 por cento), impulsionado por Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e CSN Mineração (CMIN3).

O estudo considerou 272 empresas, dentre aquelas com maior volume negociado, e as propostas sobre a destinação de recursos enviadas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) durante a temporada de balanços de 2021, encerrada no dia 31 de março.

Perspectivas de proventos em 2022

De acordo com o analista Guilherme Tiglia, responsável pela carteira Nord Dividendos, as empresas ligadas a commodities, especialmente as petrolíferas, podem distribuir proventos maiores em 2022, pois estão com uma geração de caixa muito forte dado o patamar atual do petróleo.

O setor financeiro também deve apresentar dividendos maiores com o fim da pandemia e a alta dos juros, segundo o nosso analista.

Por fim, algumas empresas do setor elétrico podem surpreender com bons dividendos, dada a melhora do cenário hidrológico.

Como identificar um bom potencial de pagamento?

Mesmo que você não invista de olho nos dividendos, convenhamos que esse não deixa de ser um atrativo em renda variável.

Antes de escolher uma empresa que vai te pagar dividendos, analise os fundamentos, o preço e o retorno com os dividendos. Entenda tudo sobre o negócio, como ganham dinheiro, quais as principais oportunidades e riscos no mercado de atuação, como os resultados (e os dividendos) se comportaram ao longo do tempo.

Somado a isso, você tem que saber o quanto está pagando por aquele negócio (é importante sempre buscar investimentos a bons preços, que te ofereçam margem de segurança) e o que ele pode te entregar daqui pra frente em termos de retorno com dividendos. Em resumo, comprar boas empresas, a bons preços e que paguem bons dividendos.

Dividendos para retiradas mensais?

Se você depende de um volume de retiradas relevantes no mês a mês, é importante que você tenha uma parte da sua carteira em liquidez. Nosso analista avalia que algumas opções em renda fixa servem bem com essa finalidade, como os CDBs de boas instituições com liquidez diária ou Tesouro Selic. É um dinheiro de curto prazo...

Agora, quando olhamos para ações, um investimento de longo prazo, não recomendamos que o recurso seja destinado para essa finalidade. Você não compra uma ação pensando que vai precisar daquele dinheiro daqui 1 mês ou 3 meses... Tem que ser justamente aquela parte da sua carteira que você sabe que não vai precisar do dinheiro no curto prazo.

É claro que você pode usar os proventos que recebe para fazer frente às suas despesas e gastos mensais, mas reinvestir é sempre melhor pensando no efeito bola de neve para acumular patrimônio e receber mais e mais.

Quanto investir para uma renda passiva de 1 mil a 4 mil por mês?

Para ajudar investidores que buscam uma renda passiva de 1 mil a mais de 4 mil por mês, calculamos quanto é necessário investir começando com 10 mil reais.

Investindo 1 mil reais, todos os meses, a uma rentabilidade de +12 por cento ao ano — rendimento da bolsa a longo prazo —, você terá:

- Daqui a 10 anos seu capital total será de 284.781 mil reais, aplicado a um Yield de 8 por cento, gera 1.899 reais por mês de renda passiva.

- Daqui a 15 anos seu capital total será de 615.471 mil reais, aplicado a um Yield de 8 por cento, gera 4.103 reais por mês de renda passiva.

Nada mais poderoso do que aportes periódicos e tempo jogando a seu favor — por isso, não recomendamos usar os proventos recebidos num curto espaço de tempo.


Relevante agora

MRV tem venda recorde no 1º trimestre de 2022


A MRV (MRVE3) divulgou na segunda-feira, 19, suas prévias operacionais do primeiro trimestre deste ano (1T22). A companhia registrou o maior volume de vendas líquidas em um primeiro trimestre da sua história, totalizando 1,74 bilhão de reais no período (+8 por cento vs. 1T21), reforçando mais uma vez a importância da diversificação de suas operações.

O analista Victor Bueno, da carteira Nord 10X, destacou que as vendas do programa Casa Verde e Amarela ganharam maior representatividade e foram responsáveis por 48 por cento do total da MRV no trimestre, mostrando uma menor dependência por parte da companhia de seu principal negócio, que há pouco tempo representava 85 por cento de suas vendas.

Para o nosso analista, ainda que a MRV tenha registrado uma queda no número de unidades lançadas no período, o VGV apresentou crescimento em comparação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 1,73 bilhão de reais (+1 por cento) e que foi impulsionado por uma alta no preço médio por unidade de +85 por cento.

Destacamos ainda que, no primeiro trimestre deste ano, mais uma vez, a AHS vendeu mais um empreendimento (Coral Reef, na Flórida) por um valor total de 50 milhões de dólares e margem de 38 por cento, além de ter lançado outro (Oak Enclave) com 389 unidades e um VGV de 144 milhões de dólares. Além disso, a Urba (vertical de loteamentos) lançou mais um empreendimento e registrou 22 por cento de vendas nos três primeiros dias do lançamento.

Na visão do nosso analista, o crescimento da AHS, sua subsidiária americana, vem permitindo que a MRV consiga continuar crescendo, mesmo em um momento extremamente desafiador para as operações de incorporação no Brasil, tendo em vista o aumento inflacionário nos custos da construção civil no Brasil e o cenário de juros em alta.

Adicionalmente, percebemos que a Urba vem ganhando cada vez mais relevância nos resultados da MRV e, após ter crescido +150 por cento em unidades vendidas em 2021, agora a loteadora se prepara para dobrar mais uma vez de tamanho em 2022.

Vale ressaltar também a Luggo que, mesmo não tendo contribuído neste trimestre, tem muito a agregar nos resultados da MRV ao longo do ano por conta da parceria feita recentemente com a canadense Brookfield, que vai adquirir um total de 1,26 bilhão de reais em empreendimentos da Luggo — garantindo a saída dos empreendimentos que estão sendo construídos e dos projetos já existentes.  

Recomendação: Comprar


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