Aéreo é castigado por avalanche de ômicron, OIBR3 e taxa do Tesouro Direto

No último pregão do ano, os mercados globais operam de maneira mista

Nord Research 30/12/2021 13:10 7 min
Aéreo é castigado por avalanche de ômicron, OIBR3 e taxa do Tesouro Direto

Nord Insider


Olá,

No último pregão do ano, os mercados globais operam de maneira mista, como no penúltimo pregão. Nesta manhã, os índices futuros americanos têm leve alta, enquanto as bolsas europeias e asiáticas têm resultados mistos. Os investidores seguem preocupados com a disseminação da ômicron e com as consequências disso para as economias.

Gasto com combustíveis cai no IGP-M de dezembro; passagens aéreas avança


O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em +0,87 por cento em dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado veio acima da estimativa do mercado, que esperava uma alta de +0,73 por cento.

Com isso, o valor acumulado em 12 meses ficou em +17,78 por cento, também acima da média das expectativas, que era de alta de +17,62 por cento.

O que puxou a alta

A principal contribuição para essa aceleração em dezembro comparada ao mês anterior partiu dos preços ao produtor. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve uma alta de +0,95 por cento em dezembro, após uma variação negativa de -0,29 por cento no mês anterior.

O analista de renda fixa Christopher Galvão avalia que a aceleração dos preços de safras foi influenciada por geadas e secas na região sul do país. Consequentemente, houve uma alta nos preços de produtos agrícolas, como café e cana de açúcar.

Além disso, o resultado deste mês foi pressionado pela alta dos preços de bovinos (+11,69 por cento), muito por conta da demanda doméstica e da retomada das exportações de carnes para a China.

Por outro lado, houve uma pequena desaceleração nos preços ao consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou +0,84 por cento em dezembro, sendo que em novembro a variação foi de +0,93 por cento.

O que caiu

A principal contribuição para a desaceleração dos preços aos consumidores veio do grupo de Transportes, que desacelerou de +2,93 por cento para +1,26 por cento, em razão do comportamento da gasolina, que passou de +7,14 por cento em novembro para +2,24 por cento em dezembro.

Contudo, nessas classes de despesa ao consumidor, o nosso analista ressalta a alta na tarifa de energia elétrica (+0,12 por cento para +3,11 por cento), além das passagens aéreas (+1,62 por cento para +11,52 por cento), que provavelmente estão relacionadas ao maior consumo de viagens no período de festas de fim de ano.

Neste voo eu não quero entrar


Os papéis de aéreas e de turismo protagonizam as maiores quedas do Ibovespa na quarta, 29. As ações da CVC (CVCB3) caíram -7,33 por cento, a 13,14 reais, Azul (AZUL4) teve baixa de -7,33 por cento, a 23,86 reais, e Gol (GOLL4) desvalorizou -6,71 por cento, a 16,66 reais.

Além das bolsas no exterior terem finalizado o dia com resultados mistos, o que pode ter influenciado a queda dos ativos foi a avalanche de casos da variante ômicron nos EUA e nos países da Europa. Em decorrência disso, houve uma onda de cancelamentos ou adiamentos de voos em todo o mundo.

Suzano conclui alongamento de dívida


A Suzano (SUZB3) comunicou ao mercado na quarta-feira, 29, que concluiu o alongamento de dívida em contrato de pré-pagamento de exportação no valor de 750 milhões dólares. A data de vencimento final da operação passa de 14 de junho de 2025 para 14 de dezembro de 2027. As condições acordadas anteriormente foram mantidas, de acordo com o documento.

A empresa segue com a maior parte da dívida em dólar e com uma alavancagem controlada de 2,8x.

OIBR3: a estratégia não mudou

Os papéis da Oi (OIBR3), um dos maiores casos de recuperação judicial, recuaram -62,55 por cento entre janeiro e novembro de 2021, passando de 2,35 reais para 0,88 centavos. Especificamente nos últimos dias, a volatilidade das ações tem sido maior.

O nosso analista de ações, Fabiano Vaz, diz que é difícil elencar um motivo para o cenário de queda no curto prazo. Ele cita como uma das causas prováveis o volume vendedor alto das corretoras UBS e Credit Suisse, que pode ter pressionado as ações no mês de dezembro.

Cada vez mais próxima de dar a volta por cima

Falar em Oi é sempre uma tarefa difícil, então vamos falar do que de fato está acontecendo.

A Nova Oi tem como foco a fibra, segmento em que a companhia vem melhorando seus resultados de forma rápida e consistente.

O nosso analista Fabiano Vaz avalia que o que ainda pesa no desempenho são as “operações descontinuadas”, ou seja, que estão à venda, e as “operações de legado”, que estão sendo substituídas por fibra. Nos resultados do 3T21, a Oi reportou que as receitas de fibra quase dobraram para uma alta de +98 por cento.

Além disso, a Oi aguarda o parecer do Cade para oficializar a venda da divisão de telefonia móvel para a TIM (TIMS3), Claro e Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo. A aprovação da alienação da Oi Móvel é um dos pontos cruciais para a companhia ampliar seus esforços na expansão da fibra e reestruturar suas dívidas.

Perspectivas para a Oi em 2022

Mantemos nossa expectativa de aprovação da venda da Oi Móvel no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) até começo de 2022.

Enquanto isso, operacionalmente a empresa segue expandindo a fibra, tanto no varejo quanto no atacado com a V.tal (antiga InfraCo).

Para entender detalhes da operação e se vale a pena investir na Nova Oi, acesse a tese escrita pelo nosso analista.

É hora de comprar — mas com parcimônia

Se você é marinheiro de primeira viagem (ou iludido), talvez esteja desconfortável em saber que as ações da Oi vão “chacoalhar” muito ainda.

O caminho é mais do que tortuoso e sabemos que o mercado não faz sentido no curto e médio prazo, assim como o preço das ações negociadas hoje.

Para você ter uma ideia, o valor de mercado da Oi é de cerca de 5 bilhões de reais, bem abaixo do valor da sua participação de 40 por cento (8 bilhões de reais) na V.tal, que tem uma ótima perspectiva de resultados com a expansão da fibra óptica no país.

Ouvimos da boca de muitas pessoas que a nossa tese em Oi é arriscada, entretanto, até o presente momento, gostamos dos avanços que temos visto e da estratégia para o futuro. 2022 deverá ser um ano crucial para a Oi.

Recomendação: Comprar (com calma)

Relevante agora

Cobrança da taxa de custódia do Tesouro Direto será na próxima segunda, 3

O brasileiro não tem um minuto de paz… no primeiro dia útil de 2022, dia 3 de janeiro, será cobrada a taxa de custódia do Tesouro Direto.

O que é a taxa de custódia do Tesouro Direto?

É uma taxa cobrada pela B3 de forma semestral e automática, referente aos serviços de gestão e manutenção dos títulos.

De quanto é a taxa?

A partir de janeiro de 2022, a taxa passa a ser de 0,20 por cento ao ano (antes era 0,25 por cento). De acordo com a B3, a cobrança incide sobre o valor total investido em títulos do Tesouro Direto, acrescido da remuneração bruta acumulada no período. A taxa é proporcional aos dias investidos.

Exemplo:

Se você investe 10.050 mil reais, como a taxa é de 0,20 por cento, a cobrança será apenas sobre os 50 reais porque até 10 mil reais é isento.

Como é feita a cobrança?

A cobrança é automática, mas o investidor precisa ter o saldo disponível na sua conta da corretora.

Portanto, ao concluir a leitura desta news, verifique o seu saldo em conta e realize a transferência do valor referente à taxa de custódia caso precise.

A cobrança é para todos?

A boa notícia é que para investimentos em Tesouro Selic de até 10 mil reais não há cobrança. Apenas se o investidor exceder esse limite.

Para Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, com e sem juros semestrais, a cobrança da taxa é feita normalmente, independentemente do valor investido.

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