Como agir para controlar a inflação; FII VRTA11 e dividendos

Bolsas globais operam de forma mista, nesta quinta, com receio sobre variante ômicron

Nord Research 02/12/2021 12:47 8 min Atualizado em: 02/12/2021 14:05
Como agir para controlar a inflação; FII VRTA11 e dividendos

Nord Insider

Os mercados globais operam de forma mista nesta quinta-feira, 2, com o pré-mercado de Nova York em alta e as bolsas europeias em queda. Os investidores seguem atentos ao noticiário sobre a variante Ômicron.

Na agenda do dia, destaque para o PIB do Brasil no terceiro trimestre divulgado pelo IBGE. Nos Estados Unidos, saem os pedidos semanais de seguro-desemprego.

Nord responde o que é preciso para controlar a inflação no Brasil

Para o economista Tony Volpon, que foi diretor do Banco Central, o BC não deve levar a taxa básica de juros, a Selic, a 15 por cento como pede o mercado. Na visão de Volpon, botar o juro em 15 por cento vai causar uma recessão brutal e, ainda assim, pode não colocar a inflação no centro da meta para 2022, que é de 3,5 por cento.

Por que juro a 15 por cento não controlaria a inflação?

O Banco Central tem usado como remédio a elevação da taxa básica de juros para tentar controlar os choques temporários (combustíveis, alimentos e energia elétrica) que acabaram contaminando os demais preços da economia.

Acontece que a política monetária do BC não consegue controlar todos os tipos de inflação. A política monetária só é efetiva quando o aumento de preços, inclusive iniciado por um choque, acaba contaminando todos os outros preços e se tornando uma alta contínua e generalizada.

O que é possível fazer para controlar a inflação?

A analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, avalia que é possível controlar o aumento de preços de duas formas: aplicando choque de credibilidade, que, no caso do Brasil, está relacionado ao controle fiscal. Entenda a seguir.

Choque de credibilidade: vimos, na prática, essa estratégia sendo usada pelo governo no ano de 2016 para tentar conter a aceleração dos gastos públicos. Tivemos a criação do teto de gastos — medida que vem funcionando como uma espécie de “âncora” fiscal do país nos últimos anos e que ajuda a controlar o crescimento do endividamento público. Com o resultado fiscal, devolvemos a credibilidade da nossa política econômica ao mercado.

Controle fiscal: em um cenário em que o Brasil está há anos diante de um forte crescimento do endividamento público, mas sem um acompanhamento de crescimento de receitas, surgem dúvidas sobre a capacidade de pagamento dessas obrigações no longo prazo e, consequentemente, cresce o risco fiscal. O controle fiscal serve justamente para fazer com que essa dinâmica entre gastos e receitas fique mais sustentável. Isso não significa que o país vai parar de gastar, mas sim que haverá um maior controle sobre a trajetória de crescimento desses gastos, o que dá uma maior segurança sobre a capacidade de pagamento das dívidas. Com isso, os investidores se sentem mais seguros em financiar a dívida do governo por meio dos títulos públicos e as taxas de juros tendem a ficar em patamares mais baixos diante da queda do prêmio de risco, assim como observamos em meados de 2016 em diante.

Prazo de subscrição de sobras do FII VRTA11 termina amanhã

O Fundo Imobiliário VRTA11 comunicou o encerramento do período de exercício do direito de preferência na subscrição da oitava emissão de cotas do fundo. Ao todo, foram subscritas 2,6 milhões de cotas durante o prazo, o equivalente a 19 por cento da oferta, remanescendo um total de 2,12 milhões de novas cotas que poderão ser subscritas durante o Período de Sobras.

O analista de fundos imobiliários Marx Gonçalves disse que os cotistas que exerceram a integralidade dos seus direitos de preferência poderão participar da fase de sobras a um fator de proporção equivalente a 4,3214662. O prazo de subscrição de sobras termina amanhã, dia 3.

O que pensa o nosso analista? Marx é a favor dos cotistas exercerem os direitos apenas se o preço da cota de mercado estiver acima de 99,50 reais, uma vez que, ao exercê-los, o cotista ficará cerca de dois meses sem receber os proventos integrais do VRTA11. Caso contrário, é financeiramente mais vantajoso adquirir as cotas do fundo diretamente no mercado secundário.

Carteira Nord Dividendos rende o dobro do Ibovespa

2021 tem sido um ano de intensa volatilidade no mercado financeiro. O Ibovespa encerrou o mês de novembro em queda de -1,53 por cento, completando seu quinto mês consecutivo de perdas, e no acumulado do ano o recuo é de -14,37 por cento.

Por outro lado, o Nord Dividendos teve um desempenho positivo, rendendo mais que o dobro do Ibovespa. A carteira acumula uma rentabilidade de +38 por cento contra +19 por cento do mercado, equivalente ao dobro do principal índice acionário brasileiro desde o início, em novembro de 2018.

No mesmo período, o CDI ficou em +13,8 por cento, perdendo tanto para o Ibov quanto para a nossa carteira.

Desempenho do portfólio em novembro

No acumulado do ano de 2021, a carteira da série Nord Dividendos recua -3,1 por cento contra -14,4 por cento do Ibov. Já em novembro, encerrou o mês com ganhos de +2,4 por cento contra perdas de -1,5 por cento do índice. Desse modo, superamos o índice em todas as janelas de comparação.

Navegando por águas turbulentas

Em meio à crise fiscal, que intensifica ainda mais a crise econômica local, convenhamos que não tem sido nada fácil para os investidores obterem ganhos.

O analista de ações Guilherme Tiglia, responsável pela série Nord Dividendos, lembra que no começo do ano, a escalada do Ibovespa estava muito ligada à alta das commodities, produto básico global que a carteira de dividendos não tem grande exposição. Por isso, valorizou menos do que o índice no período.

Contudo, olhando para o índice desde o pico, em 07 de junho de 2021, o jogo virou e o Nord Dividendos despencou junto a todas as ações de empresas listadas na B3. Porém, o fato de a carteira ser composta por empresas de maior qualidade, resiliência e previsibilidade fez com que houvesse uma recuperação mais rápida à medida que o mercado foi diferenciando a precificação das ações dessas companhias com o resto do índice.

Com a deterioração das perspectivas do cenário macro, conforme já comentamos algumas vezes por aqui (juros, gastos, inflação e menor crescimento do país), o cenário mudou bastante, prejudicando mais as ações ligadas à retomada econômica e ao crescimento.

Enquanto isso, algumas das nossas ações já estavam sendo afetadas em função de fatores inerentes às respectivas atividades, por exemplo, a crise hídrica. O Guilherme avalia que neste momento de incertezas, o Nord Dividendos acabou sendo mais defensivo e o cenário atual não poderia ser mais propício para essa característica.

Desempenho da carteira Nord Dividendos versus Ibovespa.

Composição da carteira

A carteira do Nord Dividendos é formada especialmente por empresas do setor elétrico, bancário e telecoms que apresentaram ou devem apresentar bons resultados, isso somado à capacidade de entregar dividendos crescentes e progressivos no longo prazo.

Reforma do IR x dividendos

Diante do que falamos aqui, você pode estar se perguntando se vale a pena entrar nessa modalidade com a reforma tributária, que pode impactar sua estratégia de renda passiva com os dividendos.

Sobre esse assunto, Guilherme reconhece que existe o risco de ser aprovada a tributação de dividendos, mas usando como base nações que taxam os dividendos ou até mesmo para o Brasil, que permitiu a tributação de dividendos em épocas passadas, a estratégia de investir em boas pagadoras de proventos sempre gerou bons resultados no longo prazo.

Adicionalmente, o nosso analista comenta que é pouco provável que as discussões em torno da Reforma do IR sejam retomadas nos próximos meses por conta do período eleitoral.

Isso tudo alinhado, podemos afirmar que os dividendos são para sempre.

Dê uma olhada nas recomendações campeãs da série Nord Dividendos e veja se fazem sentido para o seu perfil de investidor. Experimente sem compromisso.

Relevante agora

Classe de ativos: saiba como foi o retorno mensal e anual de cada

No mês de novembro, a alta da inflação e as incertezas políticas, que levaram os investidores a migrarem para a renda fixa, impulsionaram em 4,47 por cento o retorno do IMA-B 5+, tornando o ativo o destaque positivo do mês.

Já do lado negativo, a pior performance do período foi a do Bitcoin, por causa da aprovação do pacote de incentivos dos EUA de 1,5 trilhão de dólares, que vem com uma taxação dos brokers de cripto no país. Além disso, a investigação da SEC sobre as stablecoins e seus lastros – que tem tom de sanção regulatória – contribuiu para o retorno do Bitcoin de -7,72 por cento.

Tabela com retorno mensal das classes de ativos.

Retorno anual

Olhando para um horizonte maior, no acumulado de 2021, o ativo que melhor performou foi o Bitcoin, entregando um retorno de 112,12 por cento. A tônica acerca do Bitcoin foi a adoção institucional, com o crescimento das soluções para os investidores.

Outra medida que contribuiu foi a primeira grande atualização no protocolo do Bitcoin desde 2017, a Taproot, que tende a tornar o Bitcoin mais leve, seguro e versátil. Além disso, tivemos El Salvador contribuindo para a apreciação anual ao se tornar a 1ª nação a adotar o BTC como moeda de curso legal.

Entregando a pior performance do ano, tivemos o IMOB, cujo retorno foi de -35,30 por cento. A razão pelo mau desempenho se dá pela má performance de shoppings e incorporadoras no período, uma vez que o índice possui forte participação desses setores.  

Tabela com retorno anual das classes de ativos.

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