Tchau, B3: você investe nestas empresas que podem fazer IPOs fora do Brasil?

Entenda por que cada vez mais empresas estão de partida da B3

Nord Research 24/10/2021 11:58 5 min
Tchau, B3: você investe nestas empresas que podem fazer IPOs fora do Brasil?

Depois do Inter (BIDI4; BIDI11), outras duas empresas brasileiras podem sair da bolsa brasileira para abrir capital em outro país.

A primeira seria a empresa Locaweb (LWSA3) que, de acordo com informações do Brazil Journal, estaria estudando listar a empresa em uma bolsa norte-americana.

Após a publicação, a companhia veio ao mercado esclarecer, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que não há processo avançado de estruturação da listagem nos EUA (ou em outro mercado), mudança da sede ou qualquer definição sobre o tema.

No entanto, a empresa de tecnologia confirmou que estuda oportunidades de captação de recursos e geração de valor para os acionistas, incluindo a listagem fora do Brasil.

Na rota do Inter, a segunda empresa seria a Americanas. A companhia anunciou na segunda-feira (18) uma possível união das bases acionárias da Lojas Americanas (LAME4) e da Americanas S.A. (AMER3) na B3, antes de uma listagem na Bolsa de Nova York ou na Nasdaq.

Mas o que está por trás dessa decisão?

INTER

No caso do Inter, faz sentido a empresa migrar toda a base acionária para a holding Inter Plataform, uma empresa que será listada na Nasdaq e terá BDRs lastreados nos novos ativos listados aqui na B3.

O motivo do Inter. O analista de ações Rafael Ragazi diz que o movimento reforçará a posição do Inter de companhia global de tecnologia do setor financeiro. O CEO da companhia acredita que em um prazo de cinco anos o número de clientes fora do Brasil pode ser maior que daqui.

As ações passarão a negociar em um mercado acostumado (e que valoriza) com empresas de tecnologia com potencial de crescimento exponencial, isso pode levar não apenas a uma precificação melhor, mas também a uma potencial redução na volatilidade do ativo.

Na leitura do Ragazi, a listagem nos Estados Unidos também abrirá espaço para que o Inter faça mais follow-ons e levante mais capital, ou seja, para que invista e cresça mais sem que os controladores precisem abrir mão do controle da empresa por conta do mecanismo do voto plural.

Por fim, após a operação, o Inter também vai destravar o crescimento das verticais não relacionadas à intermediação financeira, já que o banco, sujeito a limitações de capital e liquidez impostas pela regulação do setor, deixará de ser a empresa em que tudo está abaixo.

Nossa grande dica para você na news de hoje é aproveitar essa excelente oportunidade de entrada em BIDI11. Olhando para os fundamentos melhorando e a ação caindo, temos uma dobradinha para investir em uma das ações com o maior potencial de crescimento.

LOCAWEB

A Locaweb não confirmou a operação de listagem nos Estados Unidos (ou em outro mercado). Contudo, não seria uma surpresa para os acionistas e o mercado em geral caso a empresa manifestasse a intenção de ofertar ações na Bolsa americana Nasdaq, por exemplo.

O (possível) motivo da Locaweb. Na leitura do analista de ações Henrique Vasconcellos, o objetivo da eventual listagem nos EUA seria se posicionar dentro de um mercado em que há abundância de capital e a disposição de investidores a pagarem múltiplos mais elevados em empresas de tecnologias, além de manter os recebíveis desses papéis (BDRs) negociados na B3.

AMERICANAS

Para além da operação de fusão das bases acionárias da Lojas Americanas e da Americanas S.A. na B3, a companhia estuda uma eventual listagem nos Estados Unidos por meio da “Americanas Inc”, uma nova companhia que teria participação direta das operações de Lojas Americanas e B2W.

O (possível) motivo da Americanas. Ainda é cedo para avaliar uma eventual listagem nos EUA, mas podemos inferir algumas razões.

Na visão do analista de ações André Zonaro, a Nasdaq é uma das maiores do mundo em volume e nela estão ações de gigantes da tecnologia como Apple, Amazon e Google. Nesse sentido, a Americanas pode estar buscando elevar a liquidez das ações e fazer um bom valuation.

O Zonaro também comenta o fato de as varejistas brasileiras estarem se tornando cada vez mais tecnológicas, tendo como precursora do movimento a gigante Magalu, seguida por Americanas e Via, antiga Via Varejo.

Conclusão

Para os que desejam investir em BDRs, não é necessário ter conta no exterior. Hoje, o mercado brasileiro conta com mais de 700 BDRs disponíveis na B3, por meio dos quais os investidores podem investir nas maiores empresas do mundo, como Apple, Facebook, Microsoft, Netflix, 3M, Mastercard, Coca Cola, Walt Disney, entre muitas outras.  

Investir em BDRs pode ser interessante para o pequeno investidor, que passa, dessa maneira, a diversificar um pouco o Risco Brasil. Não é de hoje que sabemos o quão complicado é nosso país, seja do ponto de vista político, seja econômico.

Entretanto, vale lembrar que, ao investir em um BDR, o investidor na verdade adquire um certificado que equivale às ações da empresa em questão. Ele não está comprando ações dessa empresa, portanto ele não se torna acionista da Companhia.

Outro ponto de atenção é que, apesar de ter evoluído bastante nos últimos meses, o risco de liquidez ainda não pode ser descartado quando falamos de BDRs. Principalmente nos casos de empresas menos conhecidas, pode ser que haja falta de compradores ou vendedores na Bolsa.  

Já aos que desejam investir em ações no exterior, é preciso abrir uma conta em uma corretora estrangeira. No geral, esse processo já é simples e existem corretoras internacionais que oferecem suporte em português.

O nosso analista internacional Cesar Crivelli comenta que é fundamental que todo investidor tenha ativos em dólar.

Para o nosso analista, se você ainda não tem parte do seu dinheiro fora do Brasil, você precisa agir. Se você já tem parte do seu dinheiro fora do Brasil, mas sua rentabilidade não está o deixando satisfeito, você também precisa agir.

Para lhe dar total liberdade de decisão, se prefere investir em BDRs ou em ações no exterior, consegui um teste para você conhecer o Nord Global por 30 dias sem compromisso.

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