Quanto vale a nova OIBR3?; inflação nos EUA; e Fundos Imobiliários

No Brasil, o Índice Bovespa fechou em alta de +1,14 por cento, retomando a faixa dos 113 mil pontos, na quarta-feira (13). No exterior, as bolsas também fecharam em alta, apesar da sinalização do Federal Reserve (Fed) de que pode começar a retirada de estímulos à economia dos Estados Unidos (tapering) já em novembro, diante da persistência da inflação no país.

Na agenda do dia, o IBGE divulga os dados do setor de serviços de agosto. Nos Estados Unidos, saem os dados da inflação ao produtor, o PPI de setembro.

Inflação dos EUA sobe 0,4 por cento em setembro

A inflação oficial dos EUA, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), subiu 0,4 por cento em setembro em relação a agosto, acima das expectativas de 0,3 por cento; enquanto os núcleos de inflação, que desconsideram os preços de energia e de alimentos, ficaram dentro do consenso, registrando uma alta de 0,2 por cento no mês e de 4 por cento nos últimos 12 meses.

A analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, Marília Fontes, destaca que o Índice de Difusão apresentou o maior nível dos últimos 15 anos. Ou seja, os preços da economia americana subiram de forma disseminada.

Outro destaque mencionado pela nossa especialista se refere aos preços de aluguéis que aceleraram em setembro e, ainda, apresentam uma perspectiva de alta mais forte nos próximos meses por conta da dinâmica do mercado imobiliário nos EUA, que vem aumentando bastante os preços dos imóveis.

Considerando esses aspectos, a Marilia acredita que a dinâmica de inflação nos EUA é preocupante. Inclusive, nos últimos meses, o Federal Reserve (Fed) tem adotado um discurso mais “hawkish” (alinhado à retirada de estímulos), indicando que o cenário de inflação no país não é tão transitório como se pensava.

FII DEVA11 aumenta alocação em CRIs

A Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, administradora do fundo Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), informou que 100 por cento dos recursos captados durante a fase de direito de preferência da 5ª emissão de cotas (85,4 milhões de reais) foram alocados em novos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). As operações possuem remuneração média de IPCA + 11,6 por cento ao ano.

O nosso analista de FIIs, Marx Golçalves, avalia que é uma boa oportunidade de investimento atualmente para se proteger das altas do IPCA e recomenda compra para DEVA11. O ativo também faz parte da carteira da série Nord Fundos  – você pode acessar aqui a tabela com todos os FIIs já recomendados.

Leilão de transmissão da Celg está marcado para esta quinta-feira (14)

Nesta quinta-feira (14), está previsto para acontecer o leilão de venda da companhia de transmissão elétrica Celg T, controlada pelo Estado de Goiás.

Ao todo, a estatal possui um portfólio com 755 km de linhas de transmissão no Goiás, representando uma Receita Anual Permitida (RAP) de 216,4 milhões de reais.

Grandes empresas do segmento de transmissão já demonstraram interesse em participar do leilão, que sairá por no mínimo 1,1 bilhão de reais.

Na avaliação do analista de ações Guilherme Tiglia, é provável que a ISA CTEEP (TRPL4) e Taesa (TAEE11) participem do leilão, mas que ele não ficaria surpreso se companhias como a Engie Brasil (EGIE3) também demonstrassem interesse.

O nosso analista acredita que não há uma empresa favorita para arrematar a Celg T, mas pode ser que seja uma fonte de geração de valor para a ganhadora, a depender do preço pago.

Relevante agora

Recuperação judicial da Oi é prorrogada para 2022; entenda se vale a pena investir

Com uma dívida líquida de 21,8 bilhões de reais, com projeção para cair ainda mais em 2024, a 14 bilhões de reais, a Oi (OIBR3; OIBR4) depende do aval de Anatel e Cade para encerrar o processo de recuperação judicial, que iniciou em 2016. O prazo para colocar um fim ao processo foi prorrogado para 30 de março de 2022.

Cinco anos depois, não foi somente a dívida da companhia que diminuiu. A receita também recuou de 26 bilhões de reais para 18,8 bilhões de reais e o prejuízo aumentou de 8,2 bilhões de reais para 10,5 bilhões de reais no ano passado.

Na bolsa, as ações da operadora de telefonia continuam sofrendo, andando de lado, por mais que a última linha do balanço tenha mostrado uma recuperação com lucro de 1,1 bilhão de reais no segundo trimestre deste ano.

Contudo, desde que entrou com seu pedido de recuperação judicial, muita coisa aconteceu e a Oi não é a mesma empresa.

Cotada por apenas 1 real, será que vale a pena investir na Nova Oi?

O nosso analista de ações Fabiano Vaz estudou o mercado de telefonia e a empresa para chegar à conclusão de que a Antiga Oi pode até valer menos do que 1 real. Já a Nova Oi, com certeza não.

O mercado é curto prazista e exagerado

Para Fabiano, os avanços da companhia para se transformar na Nova Oi são nítidos.

Os resultados financeiros atuais podem até não capturar tudo o que a Nova Oi está propondo, afinal, ela ainda está passando por turnaround. Mas a empresa mostra que está focada em ser uma grande provedora de Fibra no país.

O futuro é incerto e os riscos existem, mas a estratégia da Nova Oi é audaciosa e, segundo o nosso analista, será decisiva para a empresa retomar o crescimento e deixar a "velha Oi" para trás.

Nova Oi

No passado, por questões regulatórias, a Oi era praticamente obrigada a investir em negócios pouco rentáveis, como os de serviços de telefonia fixa.

Agora, com seu novo core business, a companhia passou a focar em fibra óptica.

A companhia finalmente entendeu que a Fibra Óptica era sua vocação, como também uma oportunidade para conseguir ter sucesso e retomar o crescimento.

Porém, para isso, ela precisava encontrar compradores para os ativos que não fariam mais sentido para a Nova Oi. E foi isso que ela fez.

Com algumas operações ainda em progresso como a TVCo, e outras ainda pendentes de aprovação no CADE, como a Oi Móvel e a V.tal (antiga InfraCo), a Oi totaliza cerca de 34 bilhões em venda de ativos.

Foco na Fibra

Com o objetivo de se tornar líder de mercado em soluções digitais e conexões de fibra, a Nova Oi tem focado sua atuação por meio de duas frentes, a V.tal (antiga InfraCo.) e a ClientCo.

Por meio da ClientCo, a Nova Oi está expandindo sua atuação em mercados desenvolvidos e em regiões que ainda não foram exploradas e que têm grande potencial. Seja para pessoas físicas, seja para empresas, a ClientCo é uma plataforma de tecnologia que utiliza a Fibra para oferecer serviços digitais e soluções em TI.

Já com o controle de 42 por cento da unidade de infraestrutura InfraCo, rebatizada de V.tal, a companhia oferecerá infraestrutura de Fibra para operadoras e provedores de internet.

Além disso, a empresa terá um papel importante na viabilização do 5G para operadoras de telefonia móvel.

Planos da Oi para 2022-2024

O Fabiano acredita que 2022 deverá ser um ano decisivo para o futuro da Oi. A aprovação da venda da Oi Móvel pelo CADE, prevista para o início do ano que vem, é crucial para a estruturação da sua dívida e para o fim da recuperação judicial.

A finalização da venda da V.tal também será outro Super Trunfo. A expectativa é que a V.tal chegue a um Ebitda de 5,4 bilhões de reais até 2025, um crescimento de +50 por cento em média ao ano até 2025.

Investir 1 real na Nova Oi hoje poderá se tornar um bom investimento no futuro, tendo em vista o grande potencial de gerar valor que a V.tal tem para a Nova Oi.

Considerações finais

Cotada por apenas 1 real, o valor de mercado hoje da Oi é de 6,2 bilhões de reais. Ou seja, a empresa vale menos do que a sua participação na V.tal atualmente – o que deixa claro que o mercado não faz sentido algum.

Na avaliação do nosso analista, os riscos existem e os desafios ainda são grandes para a Nova Oi. Mas a estratégia da companhia é ambiciosa e vem avançando rumo ao crescimento.

Com paciência, nosso foco será sempre no longo prazo. Na carteira do Fabiano, no Nord Deep Value, ele recomenda outras empresas em situações especiais, mas que têm excelentes perspectivas de melhora no futuro. Acesse as ações que, de uma hora pra outra, podem mudar de patamar.