Round 6; Prévia do Inter; BDRs da XP; Compra da Mosaico; e Produção Industrial

Nord Research 05/10/2021 12:21 9 min
Round 6; Prévia do Inter; BDRs da XP; Compra da Mosaico; e Produção Industrial

Em meio a preocupações com o teto da dívida americana pelo Congresso e à pane global nas redes sociais, o Índice Bovespa fechou em forte queda de -2,22 por cento, a 110.393 pts.

Na agenda desta terça-feira (5), destaque para a divulgação dos índices dos gerentes de compras, os PMIs, do setor de serviços, na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, o IBGE divulga a Produção Industrial de agosto. O mercado estima uma queda de -0,3 por cento.

Boletim Focus mantém projeção para Selic e PIB e sobe expectativa de inflação

A expectativa do mercado financeiro para a inflação ao consumidor neste ano passou de +8,45 por cento para alta de +8,51 por cento, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (4).

No que se refere à taxa básica de juros (Selic), ferramenta utilizada pelo Banco Central (BC) para conter a inflação, a estimativa permanece a mesma há duas semanas, ou seja, deve encerrar dezembro em 8,25 por cento e 8,50 por cento a.a. em 2022.

Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB) a projeção também veio sem alterações em relação à semana anterior, indicando uma expansão de 5,04 por cento este ano e de 1,57 por cento em 2022.

Nesta sexta-feira (8), os investidores estarão atentos à divulgação do IPCA de setembro. O mercado estima uma alta de 1,24 por cento no mês.

BTG, via Pan, compra a Mosaico

O BTG Pactual (BPAC11), por meio do banco Pan (BPAN4), anunciou a compra da Mosaico (MOSI3), dona do Buscapé, do Bondfaro e do Zoom. A operação será paga via troca de ações.

Uma vez aprovada pelas assembleias gerais do Pan e da Mosaico, os acionistas da companhia de tecnologia terão direito a uma fração de 0,8 ação do banco Pan para cada ação que detiverem.

Com o negócio, os acionistas da Mosaico deixarão de negociar as ações do ticker MOSI3, mas passarão a acessar um bônus de subscrição se os papéis de BPAN4 fecharem acima de 24 reais por pelo menos três pregões seguidos nos próximos 30 meses. A previsão de conclusão da transação é de 90 a 120 dias.

Além disso, a troca das ações implica uma avaliação de cerca de 1,76 bilhão de reais para a Mosaico (desconsiderando o possível bônus).

É importante lembrar que a Mosaico estreou na B3 valendo 2,5 bilhões de reais e, com a alta acumulada de mais de 100 por cento nos dois primeiros pregões, chegou a valer mais de 5,1 bilhões de reais; contudo, dali em diante suas ações se desvalorizaram. Com isso, a fusão vem em um ótimo momento para fortalecer a integração entre serviços bancários e e-commerce para ambas as companhias.

Ganha-ganha. A nossa analista de ações Danielle Lopes reforça que a negociação entre o Pan e a Mosaico faz muito sentido. De um lado, o Pan acelera seus planos de marketplace, sem precisar montar do zero, por meio de plataformas de sucesso que originaram 4,2 bilhões de reais em vendas nos últimos 12 meses.

Do outro lado, a Mosaico, passará a fazer parte de um ecossistema financeiro completo, por meio do qual será possível oferecer crédito e outros serviços financeiros que, até então, a empresa pretendia oferecer sem nenhuma expertise.  

A Danielle também acredita que as instituições financeiras que não reforçarem sua área de marketplace, uma tendência que tem como principal exemplo o Inter, que se consolidou nos últimos meses, dentro de dois a três anos, correrão o risco de se tornarem ultrapassadas porque o serviço é uma proposição de valor muito forte para o consumidor.

Com o anúncio da combinação de negócios, os papéis ordinários de MOSI3 encerraram a sessão de ontem (04) com uma valorização de +5,55 por cento, a 13,32 reais. Já as ações do Pan e do BTG caíram -10,63 por cento (a 15,47 reais) e -4,88 por cento (24,75 reais) respectivamente, talvez, por conta de uma leitura do mercado de que a Mosaico seria a maior beneficiada na operação.

Por fim, Danielle reforça que não faz sentido a desvalorização desses dois bancos já que os dois se beneficiam da aquisição. E que, no setor financeiro, sua ação favorita é a do BTG Pactual (BPAC11).

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BDRs da XP (XPBR31) estreiam em queda de -0,71 por cento

Em seu pregão de estreia, os BDRs da XP Inc (XPBR31), que são os títulos de ações da corretora nos EUA negociados no Brasil, chegaram a se valorizar quase +2,5 por cento, por volta das 11h, cotados a 230,56 reais. Mas passaram a recuar, acompanhando a baixa no exterior, encerrando com uma desvalorização de -0,71 por cento, a 223 reais.

As ações do Itaú (ITUB3; ITUB4), que sofreram um reajuste de preços na segunda-feira (4) em função da cisão com a XP, também fecharam em queda de -1,7 por cento e -0,5 por cento, respectivamente.

Segundo o analista de ações Fabiano Vaz, a movimentação de queda nos papéis era esperada porque muitos fundos passivos não poderiam manter os BDRs da XP em carteira. Como precisavam vender, isso acabou aumentando a liquidez das ações, pressionando os preços para baixo. A Bolsa também está em um momento muito baixo e alguns papéis têm se desvalorizado bastante.

Em relação ao cálculo do preço médio para fins de IR, o Fabiano irá conversar com a Assessoria da XP e, assim que tiver novidades, informará aos assinantes da Nord Research.

O que mais aconteceu no pregão de ontem?

Mesmo com boa prévia de resultados no 3T21, as ações do Banco Inter operam em forte queda

O Banco Inter (BIDI11; BIDI4) antecipou a divulgação de resultados positivos no 3º trimestre de 2021, mas, mesmo assim, não foi suficiente para evitar a forte queda na sessão de segunda-feira (04).

As ações encerraram com desempenho negativo de -13,42 por cento (BIDI11) e -12,95 por cento (BIDI4), sendo negociadas a 44,24 reais e 14,92 reais, respectivamente.

Em sua prévia operacional do 3T21, o Inter demonstrou que segue crescendo forte, abrindo cerca de 33 mil contas por dia útil em setembro e alcançando 14 milhões de clientes no final do trimestre, desempenho +94 por cento superior se comparado ao 3T20.  

Em relação ao Inter Bank, o saldo médio em conta por cliente foi de 1,41 mil reais (crescimento de +7 por cento na comparação anual) e o volume transacionado nos cartões foi de 11,6 bilhões de reais (crescimento de +125 por cento).

Na pesquisa NPS, que é uma métrica usada para medir o grau de satisfação dos seus clientes, o Inter segue em elevado patamar de 84 pontos, ou seja, os clientes são promotores do banco e deram notas entre 9 e 10 para a qualidade dos produtos e serviços.

No segmento de crédito, o desempenho foi de 5,5 bilhões de reais (+121 por cento). Com o sucesso do seu marketplace, a produção de crédito a empresas foi o destaque do trimestre, com uma produção de 3,2 bilhões de reais (+152 por cento). A produção de crédito imobiliário foi de 815 milhões de reais (+50 por cento) e a de crédito consignado foi de 1,5 bilhão de reais (+120 por cento).  

Os créditos em atraso, ou seja, a mais de 90 dias (NPL), representaram 2,9 por cento da carteira total, queda de -0,6 p.p. na comparação anual. O NPL da carteira de cartão de crédito foi de 5,8 por cento (-2,1 p.p.) e o NPL da carteira de empresas foi de apenas 0,09 por cento (-0,1 p.p.).

Em comunicado ao mercado, o banco digital ressaltou que a provisão para devedores duvidosos (PDD) se manteve constante em relação aos trimestres anteriores, representando 2,5 por cento da carteira de crédito ampliada.

No Inter Shop, foram transacionados (GMV) 946 milhões de reais no 3T21, crescimento de 151 por cento na comparação anual. E, no Inter Invest, o número de investidores foi de 1,8 milhão (crescimento de +83 por cento), o que representa 13 por cento da base total de clientes.

Por fim, no segmento Inter Seguros a base de clientes ativos alcançou 683 mil (+279 por cento em relação ao 3T20) e as vendas cresceram +220 por cento.

O analista de ações Rafael Ragazi disse que, mais uma vez, as ações do Inter estão apresentando forte desvalorização em uma sessão tumultuada, com direito a pane global nas redes sociais e aversão a risco por parte dos investidores que temem uma inflação global mais grave.

O Ragazi reforça que os fundamentos da empresa continuam melhorando, conforme apresentados acima, e que as quedas acentuadas estão ligadas a uma elevação da taxa de desconto nos valuations do mercado.

Um movimento similar pode ser visto nas empresas de tecnologia em geral, que também possuem a maior parte de seu valor nos lucros futuros.

O que mais no cenário internacional?

Série Round 6 é o mais novo acerto da Netflix para avançar na Ásia

Grande acerto. A série sul-coreana Round 6, também chamada de Squid Game (Jogo da Lula) em alguns países, pode ultrapassar a série Bridgerton e se tornar a produção mais vista na Netflix (NASDAQ:NFLX; SA:NFLX34), segundo o co-CEO da plataforma, Ted Sarandos.

Para reforçar o poder que a série está tendo, uma provedora de internet coreana processou a Netflix por uso excessivo de banda larga no país, devido ao número exponencial de streams da série. Segundo informações da Reuters, a provedora exige que a Netflix arque com os custos de manutenção associados aos picos de tráfego na rede.

A série sul-coreana mostra uma competição sangrenta que vale uma grande quantia em dinheiro. Foto:Net Reprodução

O que diz a Netflix? Ainda segundo a Reuters, a Netflix anunciou que busca estabelecer um diálogo aberto com a provedora para trabalharem juntas sem impactar a experiência de streaming, decorrente de possíveis falhas de conexão para seus clientes sul-coreanos.

Nos últimos meses, legisladores coreanos sugeriram que fornecedores de conteúdo, como a Netflix, começassem a pagar taxas pela utilização da rede no país.

Qual a relevância disso? O nosso analista internacional Cesar Crivelli reforça que a nova série Round 6 pode indicar um crescimento exponencial de assinantes na Ásia-Pacífico, região estratégica para manutenção da tese de crescimento da companhia. Continuamos com a recomendação MANTER os BDRs da Netflix, negociados na B3 pelo código NFLX34.

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