Alívio da Petrobras; Leilão do 5G; Alliar (AALR3); e leilões de dólar do BC

Coletiva convocada pela estatal assegura que a sua política de preços seguirá intacta

Nord Research 28/09/2021 12:26 7 min
Alívio da Petrobras; Leilão do 5G; Alliar (AALR3); e leilões de dólar do BC

Ontem, o Índice Ibovespa encerrou em leve alta de 0,27 por cento, a 113.583 pts, sustentado pela alta do petróleo e do minério de ferro. A alta de 2 por cento do brent para novembro levou o valor do barril para mais de 79 dólares, o que não acontecia desde 2018. Já o minério de ferro subiu 7,17 por cento no porto de Qingdao e puxou Vale e siderúrgicas para cima.

Na agenda desta terça-feira (28), destaque para o Índice de Confiança do Consumidor de setembro, anunciado pelo Conference Board nos Estados Unidos. O presidente do Fed, Jerome Powell, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, discursam no Senado americano. No Brasil, os investidores aguardam a ata da última reunião do Copom e os dados de emprego do Caged.

Nord Insider

Ibovespa fecha com leve alta após Petrobras assegurar política de preços

Nessa segunda-feira (27), por volta das 15h10 (horário de Brasília), a Petrobras convocou uma coletiva de imprensa para assegurar que a política de preços dos combustíveis não será modificada.

E dá-lhe ruído! Porém, antes disso, o mercado interno reagiu negativamente por conta do receio de uma eventual intervenção na estatal. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) chegaram a desvalorizar -2,19 por cento.

Ufa, que alívio! Mais tarde, às 16h30, quando começou a coletiva, a direção da empresa informou que a companhia seguirá respeitando a paridade internacional de preços, o papel fechou em alta de 0,9 por cento.

Detalhe: tudo isso ocorreu em um dia de alta para o petróleo. Os preços da commodity subiram 1,84 por cento em Londres, aos 79,53 dólares por barril, patamar mais alto da referência global desde outubro de 2018.

Moral da história. O nosso analista de ações Henrique Vasconcellos diz que muitos investidores acham que tamanho é sinônimo de segurança, remetendo à clássica frase “too big to fail”. Mas, com a Petrobras, esse risco existe.

Empresas estatais nem sempre têm alinhamento entre o controlador majoritário (Estado) e os minoritários. Se servir de manobra política ou puder servir a interesses de quem governa, uma canetada basta para arruinar os próximos anos, se não o futuro todo dessas empresas.

O que fazemos. Na Nord Research, preferimos não apostar em boa governança de políticos, mas sim em empresas em que a governança está alinhada entre controladores e acionistas minoritários.

Não obstante, como aconteceu durante o governo Dilma, ainda há uma ameaça de ingerência política nos preços do combustível. Quem paga essa conta é a Petrobras e temos responsabilidade suficiente para não aceitarmos esse risco. Por isso, recomendamos: troque PETR4 por PRIO3.

No Investidor de Valor, revelamos mais empresas disponíveis na Bolsa de Valores para que você invista seu patrimônio quando essas empresas estiverem sendo negociadas a preços de barganha. Aqui está a sua chance de ter uma carteira rentável.

Focus: mercado financeiro mantém projeções para ritmo fraco de crescimento em 2022

O mercado financeiro manteve as projeções para taxa Selic (8,25 por cento), para o Produto Interno Bruto - PIB (5,04 por cento) e para o dólar (5,20 reais) de 2021. Os dados constam no Relatório Focus, divulgado na manhã dessa segunda-feira (27) pelo Banco Central.

O centro da meta oficial para a inflação de 2022 é a principal diferença entre as projeções do Banco Central (3,7 por cento) e do Relatório Focus (4,12 por cento), um pouco acima da meta de 3,50 por cento.

O analista de renda fixa Christopher Galvão disse que o mais relevante desse Focus foi ver que o mercado continua revisando para baixo as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Com relação ao desempenho da atividade econômica brasileira, os economistas seguem estimando crescimento de 5,04 por cento em 2021 e 1,57 por cento em 2022, sendo que, no mês passado, as expectativas estavam em 2 por cento para o próximo ano.

Ou seja, os economistas consultados pela autoridade monetária seguem vendo um crescimento mais fraco em 2022, o que tem total relação com a dinâmica da nossa política monetária.

Com caixa disponível, Telefônica do Brasil atrai forte disputa na licitação do 5G

Novos capítulos da saga 5G. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou nessa segunda-feira (27) o edital de licitação do leilão do 5G no Diário Oficial da União. O leilão do 5G está previsto para acontecer no dia 4 de novembro e as empresas interessadas deverão entregar suas propostas no dia 27 de outubro.

Corrida pelo 5G. Para o nosso analista Guilherme Tiglia, a nova geração de internet móvel é um dos projetos mais esperados nos últimos anos para o setor de telecomunicações e a companhia Telefônica do Brasil (VIVT3) é uma forte candidata para vencer a disputa. Isso porque a companhia possui um caixa bem robusto —  que poderá ser utilizado no leilão de 5G.

Guilherme pontua que ainda é cedo para qualquer estimativa em relação às vencedoras do leilão, mas, por representar uma boa avenida de crescimento para VIVT, ele acredita que a operadora de telefone será bem ativa na disputa.

A previsão é que o 5G comece a ser ofertado até julho de 2022, inicialmente nas capitais do país.

Controladores da Alliar (AALR3) contratam XP para vender a empresa

O bloco controlador da empresa Alliar (AALR3) contratou a XP para vender a empresa, apurou a coluna do jornalista Lauro Jardim em "O Globo".

Vamos recapitular parte da história?

Recentemente, a rede de medicina diagnóstica foi alvo de uma acirrada disputa de controle pela Rede D'Or (RDOR3) e fundos ligados ao empresário Nelson Tanure.

Em agosto deste ano, o conselho de administração da Rede D'Or fez uma oferta pública de aquisição (OPA) visando a totalidade das ações da AALR3. Na época, a administração entendia que era uma boa oportunidade de investimento e que o valor oferecido, 11,50 reais por papel (cerca de 1,3 bilhão de reais), era justo para os atuais acionistas da companhia.

“Show Me The Money.” O que a Rede D’Or não esperava era a negativa dos acionistas minoritários, dentre eles o bilionário Luiz Barsi, por considerarem a oferta baixa. Para adquirir o controle da Alliar, a rede de hospitais teria que negociar um preço mais alto.

Disputa pela noiva. Enquanto a negociação ainda estava em jogo, entraram em campo os fundos de investimento ligados ao empresário Nelson Tanure, que compraram 26 por cento do capital da empresa, inviabilizando a aquisição de mais de 50 por cento das ações pela Rede D'Or.

Após esse movimento, a Rede D’Or comunicou ao mercado a desistência da oferta devido à “ocorrência de eventos que resultaram na impossibilidade lógica de uma oferta”.

Cenário nebuloso. O nosso analista de ações André Zonaro diz que ainda é difícil enxergar um potencial de crescimento e uma maior valorização para os papéis de AALR3 sem que ocorra uma mudança na estrutura da companhia, seja por meio da venda das ações, seja pela mudança de estratégia da empresa.

Nos últimos anos, Alliar segue com resultados de lado enquanto tenta implementar novas estratégias, porém sem atingir o sucesso desejado. Devido ao cenário atual (disputa pelo controle), Zonaro entende que Alliar não se enquadra na estratégia da série Small Caps, porém vê oportunidades em outras empresas do setor de saúde.

O mercado ainda não viu esta oportunidade...

Recentemente, ele recomendou a troca de AALR3 por Hermes Pardini (PARD3) porque as ações de Pardini ainda não demonstram o crescimento já entregue nos últimos anos, tampouco em relação às perspectivas futuras.

Quer saber quais Small Caps da Bolsa de Valores brasileira possuem o maior potencial de crescimento? Acesse a carteira recomendada do Zonaro.

Relevante agora

Entenda o real motivo dos leilões extras de swap do BC

O Banco Central iniciou ontem (27) os leilões de swap cambial, mas, ao contrário do que diz a mídia, o objetivo não é valorizar o câmbio para ter que subir menos a taxa básica de juros da economia (Selic).

Explicando o economês…

A analista e sócia-fundadora da Nord Research Marilia Fontes explica que trata-se de um movimento técnico do BC para suprir a demanda por overhedge no final do ano, estimada em torno de 18 bilhões de dólares.

De olho na mudança de legislação, anunciada no começo de 2020, que elevou o tributo sobre o patrimônio que os bancos deixam no exterior (overhedge), as instituições financeiras precisam pagar algo em torno de 18 bilhões de dólares em impostos.

O motivo. No ano passado, quando os bancos tentaram zerar o overhedge, eles quase “quebraram” o mercado de câmbio que, na época, estava com falta de liquidez por conta da crise. Neste ano, o BC está sendo proativo em fazer esses leilões de swap para que o fluxo não destrua o mercado de câmbio novamente.

Com a explicação da Marilia ficou fácil entender que os leilões de swap cambial são uma questão mais "técnica" do que um movimento para controlar o dólar ou a inflação no país.

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