Ibov tem 3ª alta seguida; siderúrgicas; construtoras e o rali dos dividendos

No Brasil, atenção ao IPCA-15 de setembro

Nord Research 24/09/2021 12:17 8 min
Ibov tem 3ª alta seguida; siderúrgicas; construtoras e o rali dos dividendos

O Índice Bovespa subiu pelo terceiro pregão seguido, impulsionado pela melhora do mercado externo, encerrando a sessão de ontem (23) na faixa dos 114 mil.

No Brasil, os investidores estarão atentos à divulgação do IPCA-15 de setembro, em que o mercado espera uma alta de 1,03 por cento. Nos EUA, a agenda econômica está mais calma. Destaque para discursos do FOMC e para o número de casas novas vendidas em agosto. A expectativa é de 714 mil, ante 708 mil vendas em julho.

Nord Insider

Com derrocada do minério, Vale perde espaço e siderúrgicas entram no radar

O jogo virou. Nos últimos dias, analistas diminuíram a recomendação para as ações de diversas mineradoras devido à queda nos preços do minério de ferro na China e passaram a recomendar papéis de siderúrgicas.


Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) têm se beneficiado desse movimento e subiram 9,25 por cento e 5,63 por cento, respectivamente, entre as maiores altas do Ibovespa; enquanto as ações de Vale ficaram no zero a zero, encerrando a 78,91 reais na sessão de ontem (23).

Vale ressaltar que, ontem (quinta-feira), o minério de ferro não foi negociado em Qingdao, na China, devido ao feriado do equinócio de setembro.

O analista de ações Fabiano Vaz acredita que os papéis de empresas ligadas à mineração devem continuar apresentando volatilidade nos preços devido ao cenário de incertezas – o governo chinês deve intervir, mas ainda não se pronunciou oficialmente.

Alta dos juros pesa nos papéis das incorporadoras

As ações das construtoras e incorporadoras Eztec (EZTC3, 25,10 reais, -5,18 por cento), Cyrella (CYRE3, 19,43 reais, -4,33 por cento) e MRV (MRVE3, 13,53 reais, -2,66 por cento) estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa na quinta-feira (23), devido à alta da taxa de juros.

Nosso analista de ações Ragazi disse que, apesar de esperada, a alta da Selic em um ponto percentual, de 5,25 por cento para 6,25 por cento ao ano, pode ter pressionado os preços das ações de construtoras e incorporadoras para baixo. Para o fim de 2021, o mercado projeta uma Selic de 8,25 por cento, enquanto para o fim de 2022 a projeção é de 8,5 por cento.

Na visão do Ragazi, assim como a taxa média de financiamento imobiliário não acompanhou a Selic diretamente, quando alcançou a mínima de 2 por cento a.a. (caiu a cerca de 7 por cento a.a.), agora ela também não deve acompanhar a elevação na mesma proporção.

É assim que funciona porque o que norteia a definição das taxas praticadas pelos bancos são as expectativas do mercado em relação ao juro de longo prazo do país.

Contudo, é importante ressaltar que o juro de um dígito no financiamento imobiliário é algo sem precedentes no país, e os números da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) comprovam isso.

No acumulado do ano até julho, o volume de financiamento imobiliário totalizou 116 bilhões de reais, alta de +114 por cento em relação ao mesmo período de 2020 – ano em que o antigo recorde (de 2014) foi quebrado.

O nosso analista destaca que os juros atuais ainda estão atrativos para o ciclo imobiliário atual e que existem excelentes empresas do setor sendo negociadas a preços absurdamente baixos, as quais ele recomenda para os assinantes do Nord 10x, acesse aqui.

'Treasuries' americanas reagem ao Fomc com forte alta de 10 bps

Os juros dos títulos americanos nos EUA (Treasury) encerraram a sessão em forte alta, com um avanço de 10 pontos-base na sessão de quinta-feira (23).

Nossa analista e sócia-fundadora Marilia Fontes comenta que, normalmente, a variação dos juros futuros é de 1-3 basis points, e que a disparada veio por conta da decisão de política monetária nos EUA divulgada na quarta-feira (22) durante reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).

Para ela, a alta nos juros futuros americanos é uma reação mista entre o número cada vez maior de diretores que acreditam que os juros devem começar a subir já no ano que vem e a comunicação do Presidente dizendo que na próxima reunião já começarão a reduzir as compras de títulos até zerar em 2022. Ou seja, teremos menos estímulos à frente.

O que muda para você? As taxas de juros do mercado brasileiro estão subindo junto às altas dos Bancos Centrais de países desenvolvidos, que vêm sendo mais duros na comunicação a respeito da taxa de juros. Segundo a Marilia, esse movimento beneficia posições compradas em taxas, recomendadas no Renda Fixa Pro.

Gilts sobem após reunião do BoE

Ainda nos mercados exteriores, destaque para a alta das taxas de juros inglesas, que subiram 10 pontos-base ontem (23) por conta da reunião do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês), que manteve sua taxa básica de juros em 0,10 por cento, mas com um discurso bem mais austero do que o mercado esperava.

Relevante agora

Vale investir em ações que pagam dividendos antecipados?

Diante da indefinição da proposta da reforma tributária de taxar 20 por cento sobre os dividendos, as empresas listadas na B3 passaram a antecipar seus pagamentos de dividendos como forma de "driblar" uma possível tributação.

“¿Qué está pasando?”. O Guilherme Tiglia, nosso especialista em dividendos, explica que o movimento que temos visto é por uma questão tributária. Como os dividendos, hoje, ainda não são taxados e há a possibilidade de pagar JCP (que serão extinguidos pela reforma, caso aprovada), faz sentido que as empresas antecipem o pagamento de seus proventos.

Quem é amigo de verdade espalha notícia boa…

O nosso analista disse que, com o trimestre fechado, deve aumentar a quantidade de empresas que vão antecipar seus pagamentos, pois essas companhias terão uma melhor noção do quanto será possível pagar de JCP para seus acionistas.

Fora o benefício tributário que, muito provavelmente, deve estimular ainda mais a distribuição de dividendos este ano.

Cenário otimista. De fato, estamos diante de uma ótima janela de oportunidade para as compras. Não somente por causa da antecipação de proventos por parte das empresas, mas também pelo fato de que, em geral, os resultados das companhias estão crescendo e os preços das ações estão ficando para trás.


Na Nord, o Guilherme já montou a carteira de dividendos de toda a equipe com foco no longo prazo. Acesse o Nord Dividendos e peça a ajuda dele para saber quais papéis comprar neste “rali” de dividendos.

Bruce Sincerão Responde

Quadro novo. O Bruce estará por aqui toda sexta-feira respondendo à sua dúvida do jeito que você conhece: 100% sincero e sem firula. Como participar? No dia 30 de setembro (quinta), vamos abrir um box de perguntas no Telegram da Nord. O Bruce vai selecionar algumas, então capricha! Você confere se a sua pergunta foi selecionada no dia seguinte, 1º de outubro, pelo Telegram e aqui na newsletter. Fechado?

Eu vou estrear o quadro, mas na próxima sexta-feira pode ser a sua pergunta.

1. Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e B3 (B3SA) estão entre as ações mais recomendadas pelas corretoras em setembro. O que o mercado está olhando?

Bruce: Normalmente, as ações mais recomendadas pelas corretoras para seus clientes são os papéis mais líquidos da Bolsa, como os grandes bancos, empresas de commodities e a B3.

Por que a Nord não gosta deles? Os bancões, por exemplo, Itaú e Bradesco, basicamente estão perdendo espaço para as fintechs que, por sua vez, têm atacado a parte mais lucrativa e mais resiliente dessas instituições. Ou seja, o setor de seguridade e serviços financeiros.

Sim. Temos Itaú na carteira, mas muito por conta do nosso interesse nos dividendos da XP, que serão pagos no início de outubro. Passado esse dividendo, a gente volta a preferir os bancos digitais, como BTG Pactual (BPAC11) e a própria XP (NASDAQ: XP).

2. No Rali da Bolsa: quais seriam os seus setores favoritos para investir?

Bruce: Não gosto de pensar em setor porque tem muita empresa que é do mesmo setor, porém tem uma dinâmica de resultados totalmente diferente. A gente observa isso nas farmácias, por exemplo, Raia (RADL3) e Profarma (PFRM3) ou Raia (RADL3) e d1000 (DMVF3). São empresas do mesmo setor, mas são completamente diferentes.

Basicamente, a gente gosta das mesmas empresas quando estão caindo ou subindo. Os movimentos no curto prazo são indiferentes porque olhamos para empresas com resultados resilientes a longo prazo, com barreira de entrada grande e crescente, e dois exemplos disso são PetroRio (PRIO3) e Locamerica (LCAM3). PRIO3 porque cresce comprando campos maduros e tem caixa líquido, está pronta para comprar um novo campo e a última vez que fez isso a ação subiu 30 por cento; LCAM3 porque é um negócio de economia do compartilhamento, e cada vez mais as pessoas alugam veículos em vez de comprá-los, tendo acesso a diferentes prazos e serviços.

3. Falando sobre commodities: os preços do petróleo avançaram ontem e atingiram máxima de dois meses com preocupações de oferta. PetroRio (PRIO3) pode sofrer efeitos no curto prazo?

Bruce: Olhando a longo prazo, o preço do petróleo está mais ou menos na média histórica. Na verdade, a PetroRio (PRIO3) prefere que o petróleo nem suba tanto, ou seja, que fique abaixo de 75 dólares o tipo Brent porque, se o petróleo sobe demais, podem entrar novos competidores no mercado. Então para PRIO3 é mais vantajoso que o preço do petróleo fique como está (estável), que já é um patamar de preços superlucrativo, do que preços mais altos e com uma maior volatilidade pela concorrência.

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