Selic sobe a 6,25 por cento; lições caso Evergrande e IPOs com saldo negativo

Entenda como ficam os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 6,25 por cento

Nord Research 23/09/2021 12:12 7 min
Selic sobe a 6,25 por cento; lições caso Evergrande e IPOs com saldo negativo

Alívio para as bolsas. As ações do setor de siderurgia foram destaque entre as altas do Ibovespa ontem (22), com a alta do minério de ferro. No Brasil, o Banco Central elevou a Selic em 1 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária. Agora, a taxa de juros passou a ser de 6,25 por cento. A seguir, entenda como ficam os seus investimentos de renda fixa.

Na agenda econômica desta quinta-feira (23), destaques para o anúncio do LEI (Leading Economic Index - Índice), que mede a atividade econômica futura nos EUA. De acordo com o analista internacional da Nord Research, Cesar Crivelli, a expectativa é de um crescimento mês a mês de 0,5 por cento em agosto ante o crescimento de 0,9 por cento em julho.

Ainda nos EUA, sai o PMI, que mede a atividade industrial e de serviços no país. Os economistas esperam uma leitura de 61 pontos.

Nord Insider

Quinta alta consecutiva; Copom eleva a Selic para 6,25 por cento ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve seu “plano de voo” e, ontem (22), aumentou a meta para os juros básicos (Selic) em 1 ponto percentual, ao patamar de 6,25 por cento ao ano.

Na visão do nosso analista de renda fixa, Christopher Galvão, o Banco Central quer obter mais informações sobre o grau de persistência dos choques inflacionários que vimos ao longo deste ano porque também está de olho no desempenho da nossa atividade econômica. Outro ponto importante é que, segundo o modelo do BC, essa alta está dentro dos planos para atingir uma inflação próxima da meta dos próximos dois anos.

Neste momento, as projeções de inflação do Copom situam-se em 3,7 por cento para 2022 (meta de 3,5 por cento); e 3,2 por cento para 2023 (meta de 3,25 por cento), com a Selic indo para 8,25 por cento em 2021 e 8,5 por cento em 2022.

Como fica a renda fixa com a taxa Selic a 6,25 por cento ao ano

Exclusiva. Se você assistiu à live de ontem (22) no Instagram da nossa sócia-fundadora, Marilia Fontes, já está sabendo como ficam os seus investimentos de renda fixa com a Selic em 6,25 por cento ao ano. Assista aqui ou leia a seguir.

No patamar de 6,25 por cento ao ano, a Selic já não perde para a inflação oficial projetada para os próximos 12 meses (de 4,93 por cento, segundo o último Focus), como vinha acontecendo há algum tempo.

Diante desse cenário, as aplicações pós-fixadas atreladas à Selic ou à taxa DI – taxa de juros que costuma acompanhar a taxa básica – passarão a render mais, de 5,25 por cento para 6,25 por cento ao ano.

Por outro lado, os títulos prefixados, que têm os juros fixos, não mudarão com essa decisão, porque essa alta já estava precificada. Portanto, os pós-fixados ficam mais atrativos, enquanto os prefixados não mudam.

Precisa de ajuda para investir em renda fixa? No grupo do Renda Fixa Pro, a Marilia estará respondendo se vale a pena trocar prefixado por pós-fixado; quais os melhores títulos de renda fixa para lucrar e quais não são tão bons, entre outras questões.

Como ficam os Fundos Imobiliários com a nova Selic

Na visão do nosso analista de FIIs, Marx Gonçalves, a nova Selic não deve causar impacto significativo nos fundos imobiliários – até porque o mercado se antecipa aos fatos e já havia precificado nos juros futuros esse aumento na Selic, a 6,25 por cento ao ano.  

Nos próximos dias, o analista aponta que até poderemos observar um cenário de volatilidade no preço das cotas de FIIs, devido ao movimento de pessoas físicas vendendo suas cotas por compararem apenas o Dividend Yield dos FIIs com a taxa Selic.

Para os investidores que almejam um horizonte de investimento de longo prazo, no entanto, o movimento pode gerar boas oportunidades, visto que, atualmente, há muitos fundos sendo negociados abaixo do Valor Patrimonial e, em alguns casos, até mesmo abaixo do custo de reposição.


No grupo do Nord FIIs, você recebe o apoio para cuidar dos seus investimentos, acessa informações exclusivas e fica sabendo quais FIIs escolher para montar sua carteira de fundos imobiliários.

Não é o “momento Lehman” da China

O “Momento Lehman” não vai rolar na China – que bom! Ninguém estava preparado para esse evento. O caso da Evergrande seguirá como temática nos mercados nas próximas semanas, mas já podemos tirar aprendizados importantes do que vimos até aqui.

Com vocês, o sócio-fundador e analista da Nord Research, Renato Breia.

O que aprendemos com o caso da Evergrande

A primeira coisa que a gente aprendeu é que diante de um fato novo, o mercado tende a se desesperar e acaba tratando isso como o “Cisne Negro” da Bolsa. Neste momento, percebemos uma diferença de comportamento entre investidores.

De um lado, a gente sempre vai encontrar o comportamento de manada, que são pessoas que estão especulando na bolsa e, muitas vezes, preferem vender seus ativos a qualquer preço antes de apurar os fatos e seus efeitos nos mercados.

Do outro lado, há o investidor de Value Investing, que mantém a calma e não se importa muito com as oscilações no curto prazo. Ele entende que, na maioria das vezes, esses estresses momentâneos do mercado, na verdade, não significam muita coisa e ainda aproveita os momentos críticos para encontrar novas oportunidades.

Então o que a gente apurou nesta semana é que Evergrande não é o Lehman Brothers, mas pode ter um expressivo impacto para a economia da China, afinal, estamos falando de uma das maiores empresas de construção e incorporação, e esse setor é um importante motor da economia chinesa.

Além disso, uma desaceleração nesse setor pode dificultar a recuperação da economia chinesa, que, por sua vez, gera efeitos na economia global, como estamos vendo com a intensa volatilidade nos mercados de commodities.

Crise vai, crise vem. O que o investidor precisa ter em mente é nunca reagir aos mercados com emoção. Estejam certos de que os mercados são cíclicos, ou seja, o que vimos com Evergrande vai continuar se repetindo. O mercado exagera e, depois, volta atrás quando percebe que errou no pânico.

O objetivo da Nord Research é ajudar você a gerenciar o risco em carteira, ganhar dinheiro com as oscilações do mercado e investir com foco no longo prazo.

Minério de ferro sobe 16,8 por cento no porto de Qingdao

Entre os destaques positivos da sessão de quarta-feira (22), estão as siderúrgicas e mineradoras listadas no Ibovespa, que se recuperam das perdas no pregão de terça-feira (21). Nesta manhã, o minério disparou 16,84 por cento em Qingdao, na China, a 108,70 dólares a tonelada.

O nosso analista de ações, Fabiano Vaz, atribui a alta nas commodities ao respiro na Evergrande, após a gigante chinesa ter afirmado que vai pagar, hoje (23), os juros devidos aos detentores de títulos na China.

O rumor sobre a capacidade de intervenção do governo chinês também pode ter melhorado o humor dos investidores, disse Fabiano.

No curto prazo, Fabiano destaca que a alta volatilidade nos preços das commodities deve continuar nas próximas semanas, devido às restrições à produção de aço na China, que tem derrubado preços do minério de ferro, e à desaceleração da economia da potência asiática.

Relevante agora

56 por cento dos IPOs têm retorno negativo em 2021

Pasmem! De acordo com levantamento feito pela nossa analista de ações Danielle Lopes, das 46 ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) realizadas neste ano, incluindo BDRs e ETFs, cerca de 56 por cento das companhias apresentaram rentabilidade negativa (até o fechamento de 22 de setembro) e 44 por cento possuem retornos positivos.

O que mais? O estudo também revela que, dos 44 por cento de IPOs com retorno positivo, apenas 4 por cento conseguiram atingir níveis acima de +50 por cento de valorização até setembro deste ano.

Os melhores IPOs de 2021. De acordo com a pesquisa, a Vamos (VAMO3) é a ação com melhor rentabilidade (+158,3 por cento) entre as novatas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Em seguida, aparecem Intelbras (INTB3), com +101,3 por cento, e GPS Participações (GGPS3), com +45,8 por cento.

O conto da sereia. A Danielle explica que quando o mercado está mais aquecido, muitos investidores acabam entrando em IPOs sem olhar para os negócios, sem entender o que realmente fazem e como ganham dinheiro, ou seja, apostam em uma empresa desconhecida sem ao certo saber se as informações do prospecto serão sustentadas no longo prazo.

Tabela mostra que 56% dos IPOs têm retorno negativo em 2021.

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