2 FIIs para comprar em abril

Pré-mercado de Nova York sobe no início desta quarta, 13, com inflação no radar

Nord Research 13/04/2022 13:00 13 min
2 FIIs para comprar em abril


Nord Insider



Olá, investidor.

Nesta quarta-feira, 13, o pré-mercado de Nova York abre em alta após sessão volátil na véspera. Os investidores seguem à espera de mais dados de inflação americana e da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que será divulgada nesta quinta-feira, 14.

Na agenda econômica, destaque no Brasil para os dados de vendas no varejo de fevereiro divulgados pelo IBGE e para os vencimentos de opções sobre o Ibovespa e sobre o futuro do índice. Nos Estados Unidos, sai o Índice de Preços ao Produtor, IPP, de março e o Tesouro americano faz leilão de títulos de 30 anos.

Principais assuntos de hoje:

  • Inflação nos EUA acelera em março;
  • Hora de comprar FIIs de Shopping? Nossas apostas aqui;
  • Mais dividendos do que todas as outras da Bolsa;
  • BIDI11: prévia operacional do 1TRI22;
  • Os planos da Petz para entrar no exterior.

Inflação nos EUA é a maior desde a década de 1980


O fantasma da inflação não está aterrorizando apenas os brasileiros. Os preços nos EUA (CPI, na sigla em inglês) saltaram em março +8,5 por cento na comparação anual, o maior índice desde dezembro de 1981.

Em base mensal, a inflação subiu +1,2 por cento em março ante fevereiro, em linha com o esperado, segundo dados com ajustes sazonais publicados na terça-feira, 12, pelo Departamento do Trabalho.

Segundo a analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, a medida de núcleos (que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia) da inflação subiu menos do que o esperado pelos analistas na comparação mensal, teve alta de +0,3 por cento e o esperado era um avanço de +0,5 por cento, mas não significa que entramos em uma tendência de queda, pelo contrário.

Nossa analista aponta que os núcleos de serviço continuam subindo (+4,7 por cento), bem como os núcleos de bens industriais (+11,70 por cento).

Além disso, o índice de difusão (que aponta o percentual de itens com aumento de preços) segue pressionado e mostra um espalhamento da alta dos preços.

O que mais subiu? A abertura do dado mostra que os aumentos relacionados à gasolina, moradia e alimentação foram os que mais contribuíram para o resultado geral do CPI.

Chegou a hora de comprar FIIs de shopping?


Nesta semana, vimos uma matéria que tratava sobre investir em FIIs de Shoppings, uma vez que o segmento tem dado sinais de retomada em 2022.

A publicação destacou, entre os principais motivos, as fusões e aquisições no setor, os recentes resultados apresentados pelos empreendimentos e FIIs com descontos de até 22 por cento. Hora de comprar FIIs de shopping?

Na visão do analista em fundos imobiliários, Marx Gonçalves, embora a recuperação apresentada pelo segmento venha sendo consistente neste fim de pandemia, é preciso certa cautela.


Para ele, os resultados dos FIIs do segmento estão melhorando porque a base que eles partem é muito fraca. Estão saindo de um momento ruim devido aos impactos da pandemia e caminhando para a normalidade, mas ainda não os vemos como “a bola da vez” olhando daqui para frente.


De forma bem resumida, shopping é varejo; o varejo depende de consumo que, por sua vez, é dependente de duas principais variáveis: disponibilidade de renda e de crédito.

Do ponto de vista de renda, observamos a renda real da média da população bastante comprimida, principalmente por conta da inflação, mas também da taxa de desemprego, que permanece elevada.

E, do ponto de vista do crédito, estamos passando por uma alta relevante das taxas de juros, o que, por sua vez, acaba encarecendo o crédito ao consumidor. Essa dinâmica acaba afetando setores que dependem do crédito para crescer, como é o caso do varejo.

Dessa forma, apesar da recente recuperação de seus resultados e dos descontos atrativos de muitos desses FIIs, ainda há alguns desafios a serem endereçados pelo segmento quando olhamos daqui em diante.

Falando em investimentos… vimos, nos últimos dias, atualizações importantes de dois fundos imobiliários recomendados pelo Nord FIIs e que seguem sendo boas apostas para navegar no atual cenário: o VRTA11 e o HGRE11.

Nossas apostas

VRTA11

Nosso analista aponta o fundo de papel VRTA11 como uma boa oportunidade neste momento.

Além de possuir uma gestão diligente e com vasta experiência na estruturação e acompanhamento de créditos imobiliários, o VRTA conta uma carteira de CRIs: (i) bem diversificada em praticamente todos os aspectos; (ii) com boas taxas para seu nível de risco; (iii) garantias robustas; e (iv) maior exposição à inflação, que vem se mostrando mais alta e persistente do que o esperado nos últimos tempos.


Mais recentemente, em Fato Relevante enviado ao mercado, a administradora do VRTA11 informou que foi encerrada a 8ª emissão de cotas, na qual o Fundo captou um total de 299.999.893,44 milhões de reais.

Adicionalmente, os recibos de subscrição das fases de Direito de Preferência, Sobras e MA serão convertidos em cotas (final "11") nesta quarta-feira, 13, e estarão disponíveis para negociação no mercado, participando em igualdade de condições nas futuras distribuições de rendimentos sob o código VRTA11 a partir de amanhã, dia 14 de abril de 2022.

A liberação de novas cotas costuma gerar alguma pressão no preço de mercado dos fundos nos primeiros dias de negociação, podendo ser uma boa oportunidade de compra de VRTA11.


HGRE11

A segunda preferência do nosso analista é o Fundo Imobiliário HGRE11. Ele é um fundo de lajes corporativas gerido pela Credit Suisse Hedging-Griffo.

Em Fato Relevante publicado recentemente, a administradora informou que foram repactuadas as condições de pagamento das parcelas remanescentes da venda conjunta do Ed. Verbo Divino e CEPACs vinculados ao terreno do imóvel.

O Fundo havia recebido duas das onze parcelas acordadas, restando 109.120.342,95 milhões de reais a serem pagos pelo devedor (sem considerar a correção monetária) e com vencimento da última parcela previsto para 31/05/26.

Com a repactuação das condições de pagamento, as nove parcelas foram reduzidas para quatro, conforme as condições abaixo:

1ª Parcela: o montante de 21.824.068,59 milhões de reais passou para 23.997.526,63 milhões de reais após a correção monetária, sendo que o pagamento foi feito na data do Fato Relevante. Com isso, o lucro em regime caixa é de 11.552.664,37 milhões de reais, equivalente a 0,98 centavos por cota;

2ª Parcela: valor de 32.736.102,89 milhões de reais com vencimento em 29/07/22;

3ª Parcela: valor de 27.280.085,74 milhões de reais com vencimento em 28/04/23;

4ª Parcela: valor de 27.280.085,74 milhões de reais com vencimento em 31/10/23.

Todas as parcelas serão corrigidas monetariamente, respeitando as seguintes condições:

(i) Selic + 1,5 por cento a.a. de 14/10/20 até 31/03/22;

(ii) 85 por cento do CDI de 1/04/22 até a data do efetivo pagamento.

As demais condições do acordo permanecem inalteradas, de acordo com a administradora. Desse modo, nosso analista diz que temos um acordo favorável ao HGRE, visto que a antecipação dos pagamentos evitará um possível descasamento de caixa entre as parcelas a receber e a serem pagas pelo Fundo nos próximos meses.

Por fim, destacamos que o lucro passível de distribuição será utilizado para sustentar o atual patamar de rendimentos enquanto algumas carências de novos contratos prevalecem, com destaque para a da BeFly, que terminará em dezembro, com efeito caixa de aluguel apenas em fevereiro de 2023.

Além de muito descontado, o HGRE vem fazendo a sua lição de casa para aproveitar a recuperação do setor de lajes corporativas neste fim de pandemia. Nosso analista vê possibilidade de queda da vacância do portfólio e melhora dos rendimentos no médio prazo, o que faz do Fundo uma boa oportunidade aos preços atuais.

Renda passiva: Vale e Petrobras pagaram mais dividendos do que todas as empresas da Bolsa

Em 2021, o montante total de dividendos e juros sob capital próprio (JCP) distribuídos pela Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) superou a soma dos proventos pagos pelas outras 226 empresas listadas na Bolsa, segundo levantamento da Economatica.

No período, a Petrobras distribuiu 72,7 bilhões de reais e a Vale 73,3 bilhões de reais, num total de 146 bilhões de reais. As demais empresas distribuíram 145,2 bilhões de reais.

O levantamento considerou todas as empresas de capital aberto para as quais temos dados disponíveis entre 2010 e 2021. As empresas sem dados disponíveis nesse período foram excluídas.

O estudo da Economatica ainda listou as 20 empresas com os maiores volumes de dividendos e JCP distribuídos desde 2010 (em milhões):


Se você sonha em construir um portfólio para obter um rendimento recorrente, seja para a aposentadoria, seja para aumentar a renda no longo prazo, se olhar para a lista acima pode parecer fácil.

Basta investir nas ações de empresas com maior volume desembolsado em dividendos, correto? Calma, não é bem assim.

No entendimento do analista de ações Guilherme Tiglia, responsável pela carteira Nord Dividendos, é importante observar os ciclos de mercado. Segundo ele, o que pode ter sido atrativo em 2021 não necessariamente será atrativo daqui para frente.

Nesse sentido, mais importante do que olhar para o dividendo específico de um determinado período é olhar para o que pode vir no futuro. Pense nisso, Vale e Petrobrás são empresas cíclicas, que se beneficiam com a alta da commodities, por isso pode ser bem normal dividendos mais gordos e até extraordinários em momentos favoráveis do ciclo.

Mas o que acontece quando o ciclo vira? Eis o ponto. Ao investir com foco em dividendos, recomendamos analisar cada caso isoladamente e não sair investindo no que distribuiu mais dividendo em um determinado período. Busque olhar para o vídeo e não para a foto.

Seguindo assim, principalmente entendendo onde você está entrando, as chances de sucesso e multiplicação de patrimônio aumentam significativamente.

Inter: uma empresa de crescimento se tornando global

O Inter (BIDI11) divulgou a prévia operacional do primeiro trimestre de 2022 — a primeira como uma companhia global —  e reportou resultados sólidos, levemente acima das nossas expectativas.

Com a conclusão da aquisição da USend, o banco digital registrou picos de mais de três mil contas internacionais (Global Account Inter) abertas em um único dia. "A Usend trouxe ao Inter um portfólio de produtos cross border já em operação, além da infraestrutura, licenças e experiência nos Estados Unidos e no Brasil necessárias para a entrada nesse mercado", destaca, em nota, o Inter.

O que importa?

Para clientes residentes dos Estados Unidos, o Inter oferece conta digital com transferências, pagamentos e cartão de débito, além de outros produtos, como gift cards. Já no primeiro trimestre, o volume financeiro transacionado em remessas internacionais foi superior a 200 milhões de dólares e, segundo o Inter, em breve, a Global Account será 100 por cento integrada em seu Super App.  

Em solo nacional, o Inter também apresentou resultado financeiro positivo. No trimestre, a companhia atingiu a marca de 18,6 milhões de clientes (+82 por cento vs. 1T21) e, mais uma vez, o seu NPS foi de 83 pontos, mostrando que segue em zona de excelência quando o assunto é satisfação de seus clientes.  

Nossas expectativas

De acordo com o analista responsável pela carteira Nord 10X, Rafael Ragazi, olhando para mais um trimestre de expansão de resultados e dando início às suas operações internacionais, o Inter continua mostrando bons indícios de que ainda pode entregar muito crescimento nos próximos anos, seja em solo brasileiro, seja internacional.

Mesmo tendo sido impactado pelo cenário atual no segmento de crédito por conta da alta dos juros – a originação de Crédito Pessoal foi de 609 milhões de reais, e de Crédito Imobiliário de 629 milhões de reais, retração de -53 por cento e -12 por cento, respectivamente –, a empresa continua melhorando seus fundamentos e crescendo nessa e nas outras verticais para se tornar global.

Nesse sentido, enquanto continuar nos trazendo visibilidade a longo prazo, manteremos a nossa confiança na tese e recomendação de compra para BIDI11.

Entrando no Detalhe

Os planos da Petz para entrar no exterior


Desde a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa, em 2020, a Petz (PETZ3) vem realizando uma série de aquisições importantes e estratégicas, que fortalecem ainda mais o seu completo ecossistema e que contribuem para acelerar um processo que a varejista esperava dar início somente em 2025: ampliar a presença física e digital no exterior.

Portanto, assim como o Inter (BIDI11), mencionado acima, a Petz também oferece um grande crescimento à frente e planejada expansão internacional.

Onde a Petz pretende iniciar o projeto no exterior?

Na visão do analista da Nord Research, Victor Bueno, o caminho mais viável para a expansão seria começar por países mais próximos, dentro da América do Sul — este, inclusive, é o movimento que algumas empresas de outros segmentos do varejo brasileiro acabam fazendo. Porém, levando em consideração a aquisição da Zee.Dog (a maior da história do Grupo Petz) e da Petix, ambas as empresas que já têm presença lá fora, a Petz já possui exposição em outras geografias como na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos.

Vale mencionar, segundo nosso analista, que a Zee.Dog é uma empresa de alcance global, com 45 países atendidos, 5 centros de distribuição espalhados pelo mundo e já conta com uma loja própria em Nova York. A companhia oferece produtos pet de marca própria em diversas categorias, inclusive realizando collabs internacionais com grandes marcas, como Disney e Star Wars.

Nesse sentido, avançando com sua estratégia em outros países, tanto no varejo físico quanto em relação à sua alta penetração no digital (59 por cento), as receitas globais vão ganhando cada vez mais representatividade e já são 31 por cento do faturamento total da Zee.Dog.


Já a Petix, marca líder da categoria de tapetes higiênicos no Brasil, também possui operações internacionais. Nos Estados Unidos, a sua marca de tapetes premium WizSmart vem ganhando espaço no mercado pet americano, com presença em mais de 2.400 lojas especializadas, em todos os 50 estados do país, além de estar dentro de grandes sites de venda, como a Amazon. Após a aquisição, a Petz espera fortalecer o e-commerce da WizSmart para aumentar a penetração digital da marca e ter uma presença cada vez mais forte em solo americano, oferecendo um produto com proposta de valor diferenciada.

E para 2022?

Segundo a Petz, 2022 será “o ano das integrações” e a hora de acelerar. Nosso analista avalia que após as aquisições recentes, a companhia agora se prepara para integrá-las e capturar sinergias, mantendo a preocupação em conservar a identidade das empresas adquiridas e aproveitando as suas lideranças para contribuir para o crescimento do ecossistema Petz como um todo.


Vale a pena investir na Petz (PETZ3)?

Quem colocou dinheiro na Petz desde o início do IPO conseguiu lucrar +21,09 por cento em menos de um ano, de acordo com o valor de fechamento em 12 de abril de 2022. Nada mal, não é mesmo?

Ainda de acordo com nosso analista, existem muitos projetos internacionais a serem desenvolvidos e, pelo fato de ainda deter somente 7,5 por cento do mercado pet brasileiro, é fundamental não realizá-los de “qualquer forma” e não criar uma grande dispersão neste momento.

Sergio Zimerman, CEO da companhia, disse que está um passo à frente de seus concorrentes e chegar antes é um grande diferencial competitivo, e a empresa quer chegar antes sobretudo no Brasil.


Por fim, ressaltamos que o crescimento em outros países será uma consequência da estratégia orgânica e inorgânica que a Petz vem adotando, e ela já está bem à frente do que havia planejado ao entrar na bolsa brasileira em 2020.

Recomendação: Comprar

Meme do dia

Bart: “Essa é a pior inflação da minha vida.”
Biden: “A pior inflação da sua vida até agora!”


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